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TRIBUTO A KANELINHA

(*) Luiz Alves Lopes

Por tributo pode-se entender como imposto exigido por ente federativo (União, estados, municípios e Distrito Federal) dependente por aquele que o subjuga.

Pode ainda ser vista como contribuição monetária imposta pelos mesmos entes federativos, em determinadas situações.

E ainda, pode tratar-se de expressão ou ato público como mostra de admiração, gratidão e respeito por alguém.

Aqui e agora, o que nos interessa é a terceira opção, no momento e oportunidade em que se abordará e registrará a figura do personagem Onofre Antônio Araújo, tradicional morador do bairro São Paulo, proximidades do bairro Santa Terezinha, na cidade que já foi Princesa do Vale.

Mas quem é Onofre Antônio Araújo? Figura desconhecida por aquelas bandas. Ninguém sabe, ninguém conhece, ninguém viu. A coisa muda de figura quando vem à tona o esclarecimento e informação de que se trata do KANELINHA. Ah! Este todos conhecem. Figura alegre, descontraída, com atividade profissional (pintor dos bons) e esportiva de fazer inveja a qualquer mortal.

Especificamente na década de 60, Kanela ou Kanelinha figurou na esquadra de Antor Santana, sob o comando técnico de Zé Martins, na tradicional equipe dos GRÁFICOS, que marcou época nos antigos certames varzeanos.

Representante do bairro Santa Terezinha e adjacências (ainda não existia o bairro São Paulo), o esquadrão amarelado dos Gráficos sintetizava o primo pobre diante do todo poderoso e garboso Ypiranga, de Dorly Caldas, também formatado lá para as bandas do Santa Terezinha.

Por ocasião dos jogos entre os dois clubes, normalmente valendo pelo campeonato varzeano, a cobra fumava, a vaca tossia e o coro comia. Em defesa dos Gráficos, lá estava Kanelinha, Tião Batucada, Valter, Xizinho, Nilton Oreinha, a dupla baião de dois formada pelos irmãos Sinval e Tião, e muitos outros que fizeram e fazem parte da história esportiva do bairro Santa Terezinha.

Campo inclinado, cercado por duas cordas e tendo uma dupla de policiais para assegurar a integridade física do árbitro, que se apresentava de calça e tudo mais. Alguns colocavam o par de sandálias no bolso da calça. Bom, charmoso e bonito de se ver.

O campo de futebol existente no local, improvisado em terreno próximo ao local que hoje está o campo da Liga, certamente de propriedade da empresa loteadora, acomodava os interesses do Ypiranga e Gráficos, que se revezavam em sua utilização.

Ocorre que, aos sábados na parte da tarde e aos domingos pela manhã, foi possível acomodar os interesses de um tal de SÃO PAULINHO, que congregava uma safra de jovens valores, equivalente nos dias atuais aos juvenis e juniores. E que safra!

À frente do São Paulinho, com toda sua sabedoria, métodos próprios e com muita organização e disciplina, lá estava ele, KANELINHA, distribuindo conhecimentos, paciência e sabedoria.

Os da velha guarda se lembram de Valtinho, Juvenal, Pirão, Zé Carlos, Hermes Habadi, Zé Grilo, Douglas, Marcinho, Elias Cachimbo, Zé Mindinho, Pelezinho, Getúlio Formiga, Ruizinho, Renato, Clóvis, Quirí, Douglas, Lula Calanga e tantos outros [fizemos parte] que passaram pelos ensinamentos do mestre Kanelinha, defendendo a jaqueta do glorioso São Paulinho.

Onofre Antônio de Araújo, o KANELINHA, tranquilo morador do bairro São Paulo, em Governador Valadares, por sua lisura de caráter, alegria contagiante e a seriedade com que conduzia e dirigia tecnicamente o saudoso SÃO PAULINHO, é merecedor dos maiores encômios por parte daqueles que com ele conviveram.

O tempo passa. A vida é curta. A saudade bate no peito. Rendamos, pois, tributo ao Kanelinha por tudo de bom que ele fez aos jovens por ele comandados e que usufruíram de seus conhecimentos e ensinamentos na prática sadia do esporte.

N.B.- Teremos uma vacina eficiente para combater a Covid-19? Quando? Após pandemia, mudará o mundo dos mortais? Haverá uma profunda reflexão sobre medidas e procedimentos adotados ou não, que poderiam ter reduzido drasticamente o número de mortes em nosso país?

(*) Ex-atleta

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