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Temperamento no trabalho: algo errado com o meu ou com o do “colega”?

Dileymárcio de Carvalho (*)

Só para recordar, porque eles não saíram de uso. Cientificamente a visão psicológica sobre os quatro temperamentos foi ampliada. Como posso, por essa teoria, identificar, no dia a dia do trabalho, os temperamentos dos colegas? A partir do meu temperamento. Aliás, você sabe definir o seu?

A pessoa de temperamento sanguíneo é caracterizada por ser mais extrovertida e otimista. São pessoas alegres, esperançosas, calorosas, amáveis e simpáticas. As de temperamento colérico são mais explosivas e agressivas, dominadoras, ambiciosas, determinadas, impulsivas, comandam e lideram e são bons planejadores. Fleumáticas são dóceis, pacíficas, sonhadoras, positivas e disciplinadas. Os melancólicos são sensíveis com as próprias emoções, são pessoas detalhistas, têm dificuldade de expor emoções e sentimentos, são fiéis, mas desconfiados. 

A grande questão é que dependendo de como “eu seja”, vou desempenhar uma profissão de um determinado jeito. Isso significa pensar, sim, que há profissões que se “encaixam” mais nos comportamentos de um tipo de temperamento em relação a outros. E aqui temos desde a orientação da escolha profissional, passando pela seleção de pessoas à adequação dos comportamentos e a necessidade de “funcionar” de certa maneira.

Mas o temperamento é único e individual, ainda que identificado como semelhante ao de outra pessoa. Por isso, não estou impedido de exercer uma profissão porque meu temperamento não é o perfil daquela área. O que preciso aprender é como trabalhar o meu temperamento para o que a circunstância exige.

Em termos de desempenho de resposta de enfrentamento imediato, um melancólico, por exemplo, terá que ser melhor trabalhado em relação a um sanguíneo na atividade de vendedor. Expansão comunicativa é uma dos traços de comportamento de um sanguíneo, e um perfil desejado para quem vai exercer a atividade de vendedor.

Quem está na minha frente quando falo sobre os temperamentos dos meus colegas de trabalho? Exatamente quem pode ter um temperamento bem diferente do meu. E essa pessoa ou eu mesmo posso estar em uma função que o temperamento “não ajuda tanto”. Então a elaboração psicológica de crescimento emocional é como “dou funcionamento” no meu temperamento na relação de trabalho.

Se para uma mesma profissão existem temperamentos diferentes, é preciso saber desenvolver qual a função do meu temperamento na atividade em que estou. Só assim posso ter um desempenho excelente.

O meu temperamento é a forma como me “instalo” no mundo e nas relações com as pessoas. Mas “o outro” não tem obrigação de atender à forma como eu funciono. Na relação profissional, eu preciso de recursos psicológicos e emocionais para usar o meu temperamento em circunstâncias diferentes da minha natureza. 

Sempre é importante pensar que “ninguém pode se melhorar contra a sua própria vontade”. Quando conheço o meu temperamento e compreendo psicologicamente sobre os tipos humanos, entendo que “os outros” não precisam ser iguais a mim. E é aqui que, independentemente do meu temperamento, escolho as adequações necessárias no meu temperamento para as boas relações profissionais emocionais.


(*) Dileymárcio de Carvalho – Psicólogo Clínico Comportamental- CRP: 04/49821 e-mail: contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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