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SIM! UM SANTO CHAMADO TEODORO

por Luiz Alves Lopes(*)

Enquanto os doutos e cultos não se atrevem a narrativas dando conta de algumas riquezas da terra de Serra Lima, aleatoriamente e de forma simples e rudimentar, preenchemos o espaço com registros de situações vivenciadas ou que nos foram narradas.

Um dia, era uma vez, e lá se vai a longínqua data de 17 de setembro de 1951, quando aportava no Colégio São Miguel Arcanjo, em Belo Horizonte, a figura marcante de Teodoro Araiz Antônio, ou simplesmente PADRE TEODORO, definitivamente marcado como sendo do Colégio Ibituruna, aqui tendo chegado em 1º de janeiro de 1953.

Incorporou-se à comunidade valadarense e nela permaneceu durante 44 anos, vindo a falecer em 22 de julho de 1997. Vivenciou o momento histórico dos pioneiros valadarenses, sendo definido como “grande pioneiro” pelo sábio e saudoso Padre Alberto Telletxea.

Nos anos iniciais em Valadares, desenvolveu atividades múltiplas e variadas. Foi verdadeiramente um escolápio “todo terreno”, com suas aulas de ciências, geografia, desenho, religião e matemática, afora desempenho de cargos e funções diversas, tais como tesoureiro, procurador, secretário, diretor de internos, ecônomo… etc. A matemática foi o seu forte.

Foi querido, admirado e muito amado por seus alunos, fruto da clareza de suas explicações, proximidade, paciência e bondade no tratamento que a todos dispensava. E os alunos, manifestando carinho sincero, introduziram trocadilho com seu nome, chamando-o de “Te adoro”.

Pessoalmente muito simples e austero consigo mesmo, foi igualmente sensível para com tudo que se relacionasse com os pobres, com pessoas simples e com a justiça.

Como ecônomo do Colégio Ibituruna, tornou-se administrador muito valioso numa economia que, em nível nacional, durante muitos anos, foi caótica. Fazia da administração algo sumamente prático e simples. Preocupava-se com tudo, desde a contabilidade e as previsões mais difíceis até as coisas mais simples.

Marcante foi seu trabalho como diretor do Colégio Ibituruna, que comandou nos períodos de 1962/1964, 1974/1981 e 1988/1991, totalizando assim 14 anos como diretor-geral do estabelecimento educacional que é orgulho de nossa cidade.

Teodoro foi sem dúvida um homem que se dedicou, sobretudo, ao Colégio Ibituruna, educandário que em 1952 a diocese local entregou para o comando da Escola Pia. Mas não se limitou, em sua trajetória terrena na terra de Serra Lima, ao educandário em comento.

Ao lado de irmãos escolápios, deu início ao GOT – Ginásio Orientado para o Trabalho. De 1971 a 1973 foi diretor do Colégio Presidente Médici, posteriormente denominado Theotônio Vilela e hoje, merecidamente, oficializado como Colégio Eulálio Lafuente, outro santo que a Espanha nos mandou.

Atuou na fundação do MIT – Minas Instituto de Tecnologia, hoje UNIVALE, e da Faculdade de Administração de Empresas. À frente do Colégio Ibituruna, acolheu em suas dependências o Colégio Estadual, a Faculdade de Direito (FADIVALE)… e tantas e tantas pequenas escolas e instituições, que, necessitando de recursos indispensáveis, tiveram a acolhida do santo sacerdote.

Assistência a pequenas comunidades rurais, em determinados períodos, figuraram dentre atividades outras desenvolvidas por Teodoro, quase sempre deslocando-se no ‘lombo’ de um cavalo.

Para as bandas dos bairros Nossa Senhora das Graças, Esperança, Santa Helena, Querosene, Carapina e adjacências, se fez presente com dedicação ímpar em todos os sentidos.

Na década de 80 apareceram os primeiros problemas de saúde. Logo a seguir surgiram as transformações na Escola Pia. Muita dor, sangue, suor e lágrimas. Melhor evitar narrativas.

Depois de determinado período em Pamplona, retornando ao Brasil, afastou-se definitivamente do Colégio Ibituruna e passou a dedicar atenção especial à ASSOCIAÇÃO SANTA LUZIA. Ali fez de tudo e muito mais. Fez maravilhas.

Em 22 de julho de 1977, na terra que tanto amou e adotou, veio a falecer. Em seu velório e sepultamento, batalhão de ex-alunos, autoridades e povo humilde se fizeram presentes, demonstrando carinho e levando um último adeus ao sacerdote querido.

Teodoro Araiz Antônio, um SANTO SACERDOTE que a Espanha nos mandou. A bênção, seu Padre. A benção, “Te Adoro” (com utilização de texto de Juan Frias).


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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