[the_ad id="288653"]

Respeito aos vencedores

Luiz Alves Lopes (*)

Somos do tempo da tabuada e do soletrar em que nossas saudosas mestras da infância e da adolescência, com carinho, dedicação e uma paciência de JÓ, nos passavam conhecimentos e vivacidades, atributos descartados nos dias atuais. Culpa da máquina…

Aqui e lá fora, por aqui em especial, as disputas futebolísticas se desenrolam quer sejam em termos de estaduais, brasileirões A, B, C e D, Copas e outros que tais, movimentando gente e negócios em quantidade e qualidade, mas sem qualidade também.

Além disso muito mais do que movimentação, a modernidade proporcionou o surgimento de espaços midiáticos, de boas e más qualidades, que informam e também  infernizam a vida de muitos que desenvolvem atividades profissionais no mundo do futebol. Ou seja um verdadeiro inferno astral!

Contudo atento  à saudosa tabuada ou mesmo valendo-nos da maquininha da era moderna, não é difícil chegar à conclusão de que em qualquer certame disputado, ao seu término, apenas um será o vencedor, ocorrendo ainda classificações secundárias para outras competições futuras, não menos importantes.

Realidade atual

Mas qual a realidade dos dias atuais? Atletas, treneiros e dirigentes estão na berlinda, diuturnamente têm sido altamente criticados, ofendidos e crucificados como se tivessem atirado “merda” na Cruz de Cristo. Têm faltado respeito e conduta profissional.

O futebol é uma ciência exata? O saudoso Neném Prancha dizia que não. Zé Rodinha, também. Provavelmente há unanimidade em relação a tais entendimentos, eis que se tratam de pessoas dotadas  de conhecimentos pouco comuns e que deixaram saudades.

A INTER de Limeira foi campeã paulista sob a batuta do seu PEPE. O Siderúrgica de Sabará foi campeão mineiro sob a batuta do seu Iustrich. O Ipatinga também foi campeão mineiro sob a batuta de Nei Franco. E o Ameriquinha do Rio, com o desconhecido Jorge Vieira, foi campeão carioca na década de 60.

O Paulista de Jundiaí foi campeão da Taça Brasil sob o comando de Wagner Mancini. O Criciúma de Santa Catarina também foi campeão da Taça Brasil, sob o comando de LUIZ FELIPE SCOLARI.  E o Santo André, dirigido por Péricles Chamusca, também figura entre os vencedores da Taça Brasil.

É preciso mudança de comportamento

Quando equipes menores, ainda que tradicionais, porém, de posses e recursos  menores se tornam vencedoras, pouco se reflete, discute e noticia  sobre os trabalhos desenvolvidos e que culminaram com os resultados alcançados. Quase sempre voltam-se os olhares para o derrotado, sobre ele tripudiando.

Comentaristas, analistas, jornalistas, paus mandados e mequetrefes para ninguém botar defeitos, extravasam ódio, rancor, mau humor e muita má vontade para com o lado derrotado, extrapolando em suas funções ou prerrogativas. A maioria despreparada.

O Palmeiras, obrigatoriamente tem que ganhar tudo?  O Flamengo, também? Aliás não é bonito, interessante e importante ver o Botafogo se destacando? Um Fortaleza se intrometendo onde não foi chamado? E o Massa Bruta dificultando a vida de pretendentes à Liberta do próximo ano?

Portanto é preciso uma mudança de comportamento, valorizando e respeitando as conquistas de quem trabalhou, lutou, enfrentou adversidades, mostrou qualidades e competência, colhendo merecidamente frutos positivos. Vencedores que como tal devem ser vistos.

Com maquininha ou sem maquininha, é certo que apenas um pode ser o vencedor, ainda que outros tenham trabalhado bem, buscando sempre o melhor, porém, sucumbindo diante de quem, em determinado momento, esteve ou estava melhor, ou mesmo que tenha sido bocejado pela sorte. É o futebol, que não é a nobre arte…

(*) Ex-atleta

Comments 1

  1. Rui Simões de Souza says:

    Os juizes vivem tentando dar a vitória a clubes de maior “prestígio e dinheiro”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

A crise moral na pós-modernidade

🔊 Clique e ouça a notícia Vivemos em uma era marcada por profundas transformações culturais e sociais, onde a crise moral tem se sobressaído de maneira sutil, mas impactante. Em

Aprendendo mais sobre hackathons

🔊 Clique e ouça a notícia Se você está por fora do que é um hackathon, não se preocupe, porque hoje é o dia de entender como esse evento pode

‘I have a dream’

🔊 Clique e ouça a notícia Não importa se parodiando Martin Luther King ou o grupo ABBA. “Eu tenho um sonho”, de magnitude ímpar, se coaduna com caminhadas terrenas de