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REGISTROS… E REGISTROS

por Luiz Alves Lopes (*)

A bola voltou a rolar nos gramados e não gramados brasileiros com os estaduais curtíssimos da era moderna, questionados e criticados por dirigentes, midiáticos e empresários/donos do nosso futebol. Pobre futebol, que um dia foi cinco vezes campeão do mundo. Foi…

Paralelamente à semana futebolística ocorreram novas perdas de vidas na outrora Princesa do Vale, trazendo tristezas, sofrimentos e desalentos, em que pese a constatação de que tais perdas decorrem de um processo normal da caminhada terrena e que, regra geral, não estamos preparados e não nos preparamos para tal.

Saudosistas que somos, fomos levar nosso abraço aos familiares de Tasso Natal – de tradicional família militar das Minas Gerais -, que nos deixou na semana passada. O Tasso com quem nos relacionamos quando diretor da Penitenciária Francisco Floriano de Paula.

No velório no anexo da Igreja Cristo Redentor, no bairro Grã-Duquesa, depois de mais de 3 (três) décadas, reencontramos e abraçamos o querido e inesquecível João Natal Filho – hoje coronel da reserva da PMMG, rotulado de Tenente Natal em 1969, na condição de preparador físico do Democrata Pantera presidido por Ubirajara Pinheiro, sob a batuta de Henrique Frade.

Um Democrata que tinha Tonho, Cacau, Mário Brito, Elci, Jucy, Alemão, Itamar, Vilmar, Pinduca, Luizinho, Mauro Vargas, Toninho, Coutinho, Valter Cardoso, Marco Antônio, Alfredo Vignitatti, Crispim e outros mais. Tempos de Renato Portilho, João Ferreira, Matosinhos de Castro Pinto.

Que tinha também Zé Fubá e Belisário na rouparia, Almiro Silva como extraordinário massagista, Abelardo e Ribuliço como auxiliares, sem esquecer Reinaldo Soneguetti e Eliezer das Peles. Alojamentos debaixo das arquibancadas de cimento e alimentação no Restaurante do Lenito. Injeções de B -12 aos sábados e thiaminose aos domingos pela manhã. Orientações profissionais de Luiz Claro Pitanga.

Rever e ser reconhecido pelo Tenente Natal foi gratificante, apesar da adversidade do momento. Voltar ao passado, lembrar de tanta coisa boa, de tanto carinho, de tanta dedicação, de tanto profissionalismo, fez-nos um bem danado. Aqui também se aplica a máxima de que “Valadares já teve”. Teve um extraordinário profissional, que, ao lado de Henrique Frade, proporcionou muitas alegrias ao torcedor valadarense.

No dia seguinte, no Memorial Park, ocorreram os sepultamentos de Jová Leite da Silva e Geraldo Goreti Barbosa. O primeiro, de saudosa passagem pelo nosso futebol amador de antigamente, empresário forte lá para as bandas da Niterói Valadarense, dos tempos da Sopega e da Guape, tempos de Chico Duro e Zé Fraga, afora Ubirajara Pinheiro.

Quanto a Geraldo Goreti Barbosa, proprietário de tradicional BAR nas imediações do Coopevale Futebol Clube, embora pessoa rude e simplista, extraordinária foi sua conduta e passagem pelo clube da Placedina Cabral, na época das ‘vacas magras’, desenvolvendo com denodo e muita humildade as funções de vice-presidente, afora períodos outros em que atuou como massagista.

Aliás, em relação ao “time leiteiro”, não se compreende o porque do não registro em livro de sua história. De seus personagens. De seus fundadores. De seus benfeitores. De benfeitores humildes como o foi Geraldo Goreti Barbosa, que acaba de nos deixar.

Em ocasiões dolorosas fazemos obrigatória ‘parada’, com filmagens as mais diversas passando por nossas cabeças. O que somos? O que valemos? Algo poderia ter sido diferente? Praticamos o bom combate? Professamos a fé?

Dos personagens enumerados neste ‘pedaço’, a certeza de que cada um, a seu modo, viveu intensamente a vida terrena, praticando o bem. Distribuíram sorrisos e fizeram jus aos misericordiosos braços abertos do Criador.

Quanto a nós outros, incluindo a turma ‘do dente de leite’, nada como uma boa reflexão de vida, rever conceitos, promover o bem e reconhecer e constatar que neste mundo estamos de passagem. A qualquer momento podemos ser recolhidos. Preparemo-nos.

Para findar este papo chato, o registro de que as chamadas conversas e mensagens dos ‘nossos’ lá de fora (Mateus, Wildimarck, Elias e Vionaldo, nos EUA), Paulo Dutra (na Austrália) e Pagani e Ademir (em Portugal) nos dão força para continuar sonhando o sonho possível: de fazer o bem. Que outros se manifestem, a começar pelo PANTERA.

Uma andorinha só não faz verão, diz a lenda. Há necessidade de adesão e participação para que se crie uma estrutura mínima que permita desenvolver “pequenas ações solidárias” para integrantes do mundo esportivo valadarense em estado de vulnerabilidade social.


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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