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Os interplanetários

Crisolino Filho (*)

Governador Valadares é uma cidade que em sua história tem também nuances de mistérios. E entre esses mistérios está bem caracterizada a relação que alguns valadarenses têm com o espaço sideral e com os extraterrestres. Tem-se muitas histórias. E tem-se também estórias, que são narrativas, lendas, uma imitação inútil da língua inglesa, que distingue “story” (narrativa) de “history” (história). Não podemos afirmar se o que vamos informar a seguir seja história ou estória, já que não dá para mensurar o grau científico dos fatos vividos por seus narradores. Mas de qualquer forma, não deixam de ser interessantíssimas. Portanto vamos a três delas:

Planeta Marte

A primeira não é nenhuma novidade. Trata da viagem feita num disco voador ao planeta Marte pelo “valadarense” Plínio Bragatto. Numa certa noite, no entorno do pico da Ibituruna, uma nave o “abduziu” para um passeio espacial. Mas depois da viagem, o valadarense foi deixado em Montes Claros, cidade distante há mais de 400 km daqui. De acordo com o viajante, os ET’s, que ele nunca precisou quantos eram, tinham forma humana e cor esverdeada, diferente daqueles ET’s do filme de Steven Spielberg. 

Quem comunicou aos parentes e amigos que ele estava no norte de Minas foi o delegado daquela cidade. Um detalhe: o comunicado teria sido feito às 20h. Contudo conhecidos teriam conversado com Plínio por volta das 16h na rodoviária de GV. Como na época e até hoje não se tem voo aéreo comercial para MOC e a viagem de ônibus é feita em 10 horas e a de carro em 8 horas, como poderia ter chegado lá em tão pouco tempo? Por isso criou-se o mistério!

Uma das primeiras pessoas que ficaram sabendo da aventura de Bragatto foi o empresário Toninho Coelho, que, em homenagem ao “ocorrido”, construiu, com muita propriedade, em frente à Casa de Papai Noel, na Ibituruna, a praça Plínio Bragatto, onde está a réplica de um disco voador e de dois ET’s em tamanho natural, e que lembram muito a figura do E.T. da cidade de Varginha.

Ah! Toda essa narrativa foi objeto de reportagem na revista especializada UFO e de entrevistas para grandes redes de TV. Bragatto faleceu aos 84 anos de idade.

Plínio Bragatto

A história de Plínio Bragatto nos foi contada pelo historiador João Rosado, que também tem a sua. Rosado é um apaixonado por aviões e aeromodelismo. Desde garoto gostou de usar o seguinte bordão quando se encontra ou telefona para alguém: “Como está o sistema interplanetário?” Pouca gente entende o por quê dessa saudação que remete ao cosmos.

Conta ele que, no início dos anos 70 trabalhava numa empresa paulista, do ramo de embalagens, com filial em BH, onde residia. Para se comunicar com a diretoria, tinha que passar primeiro por uma secretária de nome Cida, de quem Rosado se tornou grande amigo. Sempre que precisava falar com os diretores, ligava antes para a secretária exercitando seu bordão: “Cida, como está o sistema interplanetário?”

Passado algum tempo, a empresa em que Rosado e Cida trabalhavam encerrou suas atividades em Belo Horizonte, concentrando suas atividades apenas em São Paulo. Recentemente, e sem ter nenhum contato com Cida nem com a empresa, Rosado precisou falar com um dos diretores. Isso 35 anos depois. Não se sabe por que, assim que a telefonista atendeu ao telefone, ele repetiu instintivamente seu bordão. Do outro lado, coincidentemente, uma voz feminina respondeu de pronto: “Seu Rosado!”. Era a Cida. Isso é mesmo coisa de interplanetário!      

José Roberto Morais, o Bomfim

José Roberto Morais, o Bomfim, gerente de uma grande padaria do Centro, afirma que no início da década de 50 caiu um meteorito na região de Valadares. Como na época o país não tinha tecnologia, pois não existiam ainda instituições como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial), doaram o objeto espacial para a França.

Para quem não é familiar com o assunto, meteorito é um material rochoso ou mineral popularmente conhecido como estrela cadente e que, provindo do espaço sideral, se precipita sobre a Terra, tornando-se incandescente ao atravessar a atmosfera.

De acordo com Bomfim, a França teria doado nos anos 90 um pedaço desse meteorito para a NASA, a agência espacial americana, que fez uma pesquisa do mineral que caiu em Valadares, descobrindo que ali tinha algumas bactérias que supostamente seriam de Marte. O gerente que também já morou nos EUA disse que a cidade perdeu uma grande oportunidade de explorar o fato, como o pessoal de Varginha fez com seu ET. Para ele ia ter gente pesquisando a fundo o local onde caiu o meteorito.


(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário
E-mail: crisffiadv@gmail.com  –  WhatsApp: (33) 98807-1877
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As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.


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