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Origem psicológica das “explosões” emocionais no trabalho. Você sabe o que é o “TEI”?

Dileymárcio de Carvalho (*)

Difícil entender alguém que no ambiente de trabalho tem um comportamento explosivo como padrão de relação com todos. Mas esse tipo de perfil é sempre comum e muitas vezes é “suportado” ou pela posição da pessoa, ou porque “não se tem outra pessoa para fazer o que ela faz”. Mas a grande questão psicológica é que poucos sabem que podem estar diante alguém com TEI: O Transtorno Explosivo Intermitente.

Quando se é “vítima” de uma explosão é difícil pensar que o colega também sofra com esse comportamento. E se ele é um TEI, leva esse traço para outras áreas da vida. E por certo, a soma é sempre de frustração. Quanto mais perto de uma pessoa assim, sem um acompanhamento e sem saber do diagnóstico, mais se é afetado. O que também não significa desculpa para “ir explodindo” com todos.

Então vamos tentar entender um pouco de como esse transtorno influencia e se manifesta na pessoa no ambiente do trabalho: As pessoas com o TEI, têm um sentimento de frustração enraizado em sua estrutura emocional. Ao mesmo tempo, não possuem recursos psicológicos de enfrentamento e não conseguem visualizar que podem superar as frustrações. O nível de desesperança está sempre ativado e quem explode não vê que está ferindo e machucando o outro. A consideração psicológica é de esse comportamento não é premeditado, mas sim um escape da sua estrutura psíquica de contexto maior, ou de uma vivência recente. 

E por incrível que pareça, de forma inconsciente, as pessoas com TEI, ao serem agressivas, estão “aliviando” essa marca de sua estrutura psíquica. Mas aí você pode se perguntar, “qual culpa eu tenho nessa história? ”. Diretamente nenhuma. Mas ao saber que se trata de um caso de Transtorno Explosivo Intermitente no trabalho, o “olhar” precisa mudar e também é uma oportunidade de buscar apoio da empresa.

Uma grande questão das pessoas com TEI é que elas dificilmente são compreendidas, o que reforça o comportamento da explosão. Normalmente o resultado do trabalho dessas pessoas é muito bem reconhecido e por isso, a ideia geral velada é de que é preciso suportá-las. Mas elas também precisam de acolhimento sobre a sua estrutura psicológica.

Volto a falar sobre a importância dos Diagnósticos de Personalidade no Trabalho, tanto para a contratação, como para a adequação de um colaborador à cultura organizacional e no seu desenvolvimento relacional. Muita gente perde oportunidades, é tachada como presunçoso e mal-educado e até mesmo como uma pessoa de caráter duvidoso, por conta da interpretação que se dá de suas crises impulsivas.

Então, na maioria das vezes o quadro generalizado dessas impulsividades parece que não pode ser resolvido e o ambiente se torna insustentável. O desafio é que empresas e colaboradores possam, com ajuda de um profissional da psicologia e que tenha habilidade em diagnóstico aprofundado de personalidades, desenvolver dentro do programa de segurança psicológica da empresa, ações de identificação, acompanhamento e tratamento do TEI. Fica então, uma nova informação sobre uma questão emocional psicológica muito comum nos ambientes corporativos. Você vive essa experiência em seu ambiente profissional? Compartilhe comigo no meu e-mail.


(*) DILEYMÁRCIO DE CARVALHO
Psicólogo Clínico Comportamental – CRP:04/49821
e-mail contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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