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Lembranças de uma estrela

Luiz Alves Lopes (*)

Mergulhando em um passado não tão distante vem à mente as extraordinárias exibições dos esquadrões de voleibol feminino e do antigo futebol de salão masculino, ambos do Colégio Presbiteriano, sob a batuta do Professor Paulo Márcio Cabral e olhares atentos de Alcino Heringer de Freitas. Bons tempos! Voltarão? Quem sabe? É preciso sonhar!

Aqui e agora queremos falar e registrar, ainda que timidamente, de uma figura extraordinária que foi uma das atletas de destaque da equipe de voleibol do referido estabelecimento educacional: referimo-nos a Juracy Alves Soares – a JURA.

Quando se fala em garra, eficiência, liderança, competência e criatividade, para quem teve o privilégio de assistir jogos do PRESBÉ, fácil identificar na saudosa atleta tais virtudes e qualidades.

JURA nos deixou em 15 de novembro de 2014. Nada a ver com Brasil x Alemanha. Contraira séria enfermidade que acabou por levá-la à Casa do Pai Criador do Universo.

Tendo estudado por anos no Colégio Presbiteriano, graduou-se posteriormente pela FADIVALE e foi eficiente funcionária da Receita Federal em nossa cidade pela qual se aposentou.

Participou da época de ouro do esporte valadarense nas décadas de 60 e 70, quer em competições locais, quer em regionais, defendendo o Colégio de seu coração ou mesmo a cidade que um dia foi Princesa.

Foi destaque na posição de levantadora, e convocada em algumas oportunidades para integrar a seleção mineira da categoria.

De emoções fortes, curtia e curtiu, segundo relato de pessoas próximas, os anos dourados dos Beatles, dos Rolling Stones e da Jovem Guarda.

Gostava de fazer referências e contar ‘causos’ de amigas inesquecíveis, especialmente ROSA Marques, Lara, Iná, MARIA HELENA Souza, Rivane Tomich, Elminha, Edinha, Sandra Gomes, Roseana, dentre outras.

Falava, também recordando, do preparador físico JUNÔ Serafim, sargento instrutor do glorioso Tiro de Guerra e do poeta maior Sebastião ‘Carioca’ Nunes, jornalista e radialista que deixou seu nome gravado em uma das mais ricas páginas do esporte valadarense.

De ‘CARIOCA’, recebeu o título de “Estrelinha do Voleibol Valadarense”, rótulo que permaneceu por muito tempo.

Pouco mais de 6 anos antes de seu falecimento, por ocasião de seu aniversário, em fevereiro de 2007, interessante e emocionante poema da lavra de servidores da Receita Federal, com o título de “Cometa e Estrelas”, enalteceu e sintetizava a figura de Juracy como ser humano digno dos maiores encômios

Escreveram e registraram:

“Há pessoas estrelas. Há pessoas cometas. Os cometas passam. Apenas são lembradas pelas datas que passam e que retornam. As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem”.

E continuaram: “Há muita gente cometa… Importante mesmo é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração”.

“Olhando os cometas é bom não sentir-se como eles. Nem desejar prender-se em sua cauda. Olhando os cometas é bom sentir-se estrela. Marcar presença. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações”, escreveram ainda seus amigos e admiradores.

Assim foi Juracy Alves Santos – a JURA. Verdadeiramente uma estrela no mundo dos humanos. Deixou lembranças e saudades para os seus e para outros também.

 (*) Ex-atleta

N.B.- De Túlio Gomes, dos bons tempos do Colégio Ibituruna, o oportuno registro de que Gil Campos, outrora dirigente do Cabuloso das Alterosas, teve participação decisiva para que Garrincha atuasse pelo clube no fatídico 30 de janeiro de 1973 em Valadares. Valeu!

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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