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Fogo de palha e papel na parede

Luiz Alves Lopes (*)

De nossos pais e de nossos avós, passando por educadores e amigos, inúmeras vezes ouvimos a expressão “FOGO DE PALHA” para sintetizar, corrigir e mesmo cobrar compromissos ou procedimentos assumidos, idealizados, porém não cumpridos ou efetivados.

Por “fogo de palha” há de se entender empolgação que dura pouco tempo; algo tido e havido como importante e de intensidade, porém transitório e que acaba rapidamente. Por demais efêmero. Quantas indignações passageiras, rapidamente esquecidas.

Em fases, momentos, atividades e ações de nossas vidas, chegamos a nos empolgar, entusiasmar e demonstrar interesses por desafios que se nos apresentam ou com os quais nos deparamos, criando expectativas logo em seguida convertidas em frustrações.

Há pessoas, em percentual elevado, que buscam indefinidamente o conhecimento, a formação profissional e o saber, acumulando diplomas e certificados – verdadeiros troféus de vencedores, expondo-os orgulhosamente em ricos e atraentes espaços devidamente preparados para tal.

Chamados, indicados e convocados, também figuram em comissões, conselhos, órgãos de classes e até mesmo em grupos religiosos e assemelhados, fazendo de tais diplomas, certificados e portarias importantes itens que, devidamente emoldurados, passam a embelezar escritórios e espaços caseiros.

O grande líder mundial – o Papa Francisco -, independentemente da religião, tem tentado conscientizar os humanos à prática da caridade, no intuito de combater a fome, a miséria e as desigualdades predominantes entre os habitantes do planeta terra.

Sabidamente, os entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios -, por razões as mais diversas, não cumprem integralmente obrigações, encargos e responsabilidades que figuram na carta do Doutor Ulisses.

Decantado em prosa e verso, criticado também, o TRABALHO VOLUNTÁRIO, regulamentado em lei, apresenta-se como grande oportunidade para o combate às desigualdades e redução do sofrimento de parte de nossa população, nas mais variadas situações.

No mundo esportivo valadarense e ao seu redor perfilam desafios que não são poucos à espera da mão estatal ou de uma humana mão estendida. Compensa ser curioso, ouvir histórias e narrativas e, quem sabe, tentar fazer alguma coisa. Com união de forças, quem sabe?

Dezessete anos envolvidos e brincando de ENCONTRO DE BOLEIROS nos finais de ano, ainda que não tenhamos “parido Mateus”, forte pressão e cobrança fizeram com que, na data de hoje – 28 DE AGOSTO – nas dependências do Coopevale Futebol Clube, seja realizada assembleia em que o Projeto Pingo D’Água, voltado para realização de pequenas ações solidárias, passe a existir de fato e de direito.

Numericamente falando, a composição do grupo é grande. o futuro dirá do comprometimento, da participação e do atendimento ao chamamento que tem sido feito e continuará a ser feito.

Profissionais das mais variadas áreas serão procurados – alguns já o foram, afora segmentos da sociedade e dos poderes constituídos. Há uma ideia, há um projeto, há uma vontade de servir aos necessitados que se encontram em vulnerabilidade social.

Oportunidades para fazer o bem, para se sentir útil, para ver o sorriso em rosto alheio através de pequenos gestos, de pequenas ações e de uma comprometida participação, atestando que o VOLUNTARIADO pode fazer a diferença.

Quanto a muitos dos nossos e de outros que não são dos nossos, valorizem diplomas e certificados embelezadores de paredes e coloquem a favor do próximo um pouquinho de tempo e conhecimento.

Em relação aos já integrados, tragam madeira para que o fogo se mantenha aceso e façam vigília para que em determinados momentos e oportunidades não fiquemos reféns de um fogo de palha de curta duração.

De João Paulo II, a frase que não quer calar: “tenho medo do cansaço dos bons”. É também a preocupação do grupo que está à frente do Projeto que se pretende ver funcionar a atingir seus reais objetivos.


(*) Ex-atleta

N.B. – ABELARDO, “o Abelha”, velho companheiro dos bons tempos do Democrata das décadas de 60 e 70, deixou-nos na última semana. Pessoa simples, alegre, prestativa e de astral elevado, merece e certamente ficará na lembrança daqueles com quem conviveu. Bolivar que o diga. Descanse em paz, velho guerreiro.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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