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Feito em Minas

Flávio Roscoe (*)

Em plena pandemia, a indústria mineira se mobiliza e solidariamente se une para mostrar a sua força empreendedora e a sua capacidade de produzir crescimento econômico e transformá-lo em poderoso instrumento de desenvolvimento social. É com esses olhos – de otimismo e de crença no presente e no futuro do nosso estado – que vemos a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de homologar os respiradores mecânicos produzidos em Minas Gerais pela Tacom, vitais no tratamento da covid-19 e de diversas outras doenças respiratórias. Com a decisão, o estado se transforma em um dos poucos polos mundiais fabricantes do equipamento.

É, com certeza, demonstração de vitalidade da indústria mineira e de sua capacidade de inovar e desenvolver tecnologias contemporâneas com o século 21. Produzidos em Itajubá, no Sul de Minas, os respiradores da Tacom fundamentam-se em processos de inovação e de tecnologia integralmente desenvolvidos no estado.

Igualmente importante é saber que todo o processo de desenvolvimento dos respiradores contou com integral apoio de um conjunto de empresas mineiras, especialmente das integrantes do Conselho Estratégico da Fiemg, inclusive por meio de expressivas contribuições financeiras, demonstrando absoluta coesão do setor com a sociedade. Segundo o testemunho da própria Tacom, o êxito do projeto deve ser também creditado à decisiva contribuição de um corpo multidisciplinar de profissionais formado por médicos intensivistas, engenheiros, programadores e desenvolvedores – trabalhadores que contaram, ainda, com o importante apoio de especialistas do Senai-MG, que deram suporte à produção.

Os respiradores chegam ao mercado com vantagens importantes, especialmente nos quesitos preço e usabilidade, o que é fundamental considerando-se a escassez de profissionais habilitados. Os primeiros respiradores produzidos serão adquiridos pela própria indústria mineira: com os recursos levantados pela Fiemg, por meio de mobilização empresarial, vamos comprar 1.600 unidades e doá-las ao governo do estado e a hospitais filantrópicos. A distribuição, pelas diversas regiões do estado, de acordo com as necessidades de cada uma, ficará a cargo da Secretaria de Saúde, parceira de primeira ordem nessa ação.

Na verdade, a produção de respiradores integra um amplo conjunto de ações preventivas desenvolvidas pela indústria em apoio à sociedade mineira na cruzada contra o novo coronavírus. Até este momento, considerando doações em dinheiro e em bens e serviços, já foram arrecadados recursos da ordem de R$ 200 milhões, incluindo a construção de mais 1.000 leitos para tratamento de pacientes. Em outra frente de ação, o Sesi-MG adquiriu 300 mil testes rápidos de covid-19, que podem ser comprados por valores abaixo dos praticados no mercado hoje. O Senai-MG, que também integra a Fiemg, restaurou 240 respiradores e já produziu, para doação para a área de saúde do governo do estado, 245 mil máscaras, 6 mil aventais e mais de 100 mil litros de álcool em gel.

Com o objetivo de assegurar crédito às micro e pequenas empresas vitimadas pela crise trazida pela covid-19, em condições especiais de juros, prazos e burocracia zero, associamo-nos ao Movimento Estímulo 2020, uma iniciativa do empresário Eduardo Mufarej, idealizador do movimento e que tem em seu currículo realizações notáveis, entre elas o projeto RenovaBR, criado para mudar a cena política brasileira por meio da seleção e eleição de candidatos verdadeiramente comprometidos com o país.

Inicialmente, colocamos à disposição deste segmento um crédito no montante de R$ 100 milhões e as perspectivas são absolutamente promissoras. Cerca de 1.200 empresas serão atendidas e podem gerar, ou preservar, aproximadamente 60 mil empregos, entre diretos e indiretos. É, de fato, uma iniciativa relevante: existem, no país, nove milhões de micro e pequenos negócios e eles são responsáveis pela geração de 27% do Produto Interno Bruto (PIB), por cerca de 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários pagos. Em Minas, são mais de 2 milhões de micro e pequenos negócios, com participação expressiva na geração de empregos.

Ao lado de ações nos campos sanitário e do crédito, a Fiemg atuou junto ao governo federal com informações e propostas que contribuíram para a edição das medidas provisórias 927 e  936. Essas MPs tornaram possível o aprimoramento e a flexibilização de dispositivos como o teletrabalho, antecipação e concessão de férias coletivas, uso do banco de horas, adiamento do recolhimento do FGTS, redução das jornadas e suspensão de contratos de trabalho. A partir delas, a indústria mineira, em sintonia com as três maiores centrais sindicais do Brasil – Central Única dos Trabalhadores (FEM/CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (Fitmetal/CTB) e Femetal/Força Sindical – chegou a um acordo histórico que garantiu o emprego de 180 mil trabalhadores, de quatro mil empresas, em 150 municípios em Minas Gerais. Considerando-se outros acordos, o total de empregos preservados chega a 300 mil.

No campo tributário, a Fiemg defendeu a flexibilização dos prazos para o recolhimento de uma série de impostos e taxas federais, estaduais e municipais. É um rol de realizações das quais muito nos orgulhamos, com a convicção de que somente se tornaram possíveis em razão da solidária união da sociedade mineira.


(*) Flávio Roscoe é presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg)

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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