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Faça pausas programadas no cérebro durante o trabalho!

Dileymárcio de Carvalho (*)

A ideia de que o cérebro é uma máquina, serve mais como um exemplo didático. Mas não é funcional em termos de respostas emocionais para a nossa rotina de trabalho. Até porque as máquinas também falham. Então, usar o cérebro como máquina para dar conta do trabalho tem um preço e um custo psicológico que o cérebro não é programado para suportar o tempo todo.

E nosso cérebro nos dá repostas ao longo de um dia de trabalho de que essa máquina já trabalhou o programado para aquele dia. Só que em meio às atividades usamos a nossa cognição e nossos estoques emocionais para “fazer mais um pouco”, quando o cérebro já precisa parar. E como sei isso?

Primeiro nas respostas da nossa circuitaria neural iniciando reflexos mais lentos. E ao contrário de uma máquina programada para “operar” sozinha até 24 horas por dia, nosso cérebro pede pausas. Uma pequena mudança de humor, que nada tem ligação com comportamento bipolar, já é um sinal a ser respeitado ao longo de uma jornada. Pode ser o cérebro dizendo que sua capacidade para desempenho naquele dia está chegando, ou chegou ao limite.

Ao contrário da máquina programada, usamos nossas capacidades emocionais e psicológicas para controlar o cérebro e insistimos indo um pouco a mais. E aqui deveria entrar a verdadeira racionalidade. Porque insistir emocionalmente para que o cérebro siga, quando ele diz para, é como esticar um elástico até ele perder a elasticidade.

Por certo tempo até damos conta, mas você não consegue com “força emocional” enganar seu cérebro quando ele pede para parar. Os custos emocionais são grandes. E hoje muitas doenças geradas no trabalho estão ligadas a esse sistema de não ouvir a hora de parar. E isso precisa sim ser feito ao longo do dia de trabalho.

Poderia falar sobre a Síndrome do Burnout, mas tenho alguns artigos aqui na Coluna Inteligência de Carreira onde tratei especificamente do Burnout. E a exaustão do cérebro causada pelo seu uso excessivo no trabalho é apenas uma de suas causas.

Dica prática para manter o cérebro em bom funcionamento ao longo de um dia de seis a oito horas de trabalho: Para quem tem jornada de seis horas, antes do período  de intervalo de 15 a 30 minutos que legalmente você tem direito, feche os olhos a cada 50 ou 60 minutos, por três minutos. Se você faz jornada de oito, e uma hora de intervalo para “almoço”, também mantenha essas pequenas pausas independentemente do horário do almoço.  Mas o que fazer nessas pequenas pausas?

Primeiro: sinta a sua respiração em fluxos pequenos contato de zero a dez. Nesse período veja o quanto seu coração está acelerado. Aquele problema e dificuldade emocional vão tentar dominar e mexer nos seus sentimentos. Você não vai fugir deles, mas apenas vai dizer “esse é o momento em que estou me dedicando ao cuidado com o meu cérebro para fazer as atividades do trabalho”.

Sobre as demandas emocionais e psicológicas que fazem parte da nossa vida, só o fato de darmos essas pausas ao longo da nossa jornada, ganharão mais assertividade e força para as estratégias de enfrentamentos. Lógico que a ajuda profissional psicológica é outro recurso fundamental.


(*) Dileymárcio de Carvalho- Psicólogo Clínico Comportamental- CRP: 04/49821 – E-mail: contato@dileymarciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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