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Brigas em condomínios por causa de latido de cachorro: como lidar com essa situação?

FOTOS: Cleuzany Lott
Cleuzany Lott (*)

O número de pessoas está quase se aproximando à quantidade de PETs no Brasil. São 214 milhões de habitantes e quase 200 milhões de animais domésticos, conforme as últimas estimativas do IBGE.

Considerando o boom na construção de edifícios residenciais, na última década, não precisa ser especialista para afirmar que muitos desses animais moram em prédios, pois os cães permanecem no topo da lista da preferência do brasileiro.

Há três anos era mais de 37 milhões de cães de estimação em todo território nacional, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Logo, latido de cachorro é uma das coisas mais comuns em um condomínio.

No entanto o fiel companheiro também é a causa de desavenças entre vizinhos. Isso ocorre quando os latidos são frequentes, entrando para a lista dos três “s” que o síndico tem proteger: segurança, sossego e saúde dos demais moradores. 

“Amor e ódio”

Quem não tem a sorte de ter vizinhos que gostam de animais, se deparam com reações surpreendentes e até pessoas que se negam a dividir o elevador com os bichinhos.

Para essas pessoas um latido é motivo de confusão. Como ocorreu na semana passada. Imagens de uma jovem empurrando uma senhora idosa comoveram o país. O motivo da violência? Um cachorrinho! (https://www.r7.com/tqUG)

Mas como lidar com essa situação de forma pacífica e evitar esses conflitos?

A primeira coisa a se fazer é conversar com o dono do animal. É importante lembrar que o latido é uma forma de comunicação dos cães e pode ser difícil para eles controlarem isso.

Dessa forma, é importante que os vizinhos conversem com o dono do animal antes de tomar qualquer atitude drástica.

Uma solução para o problema pode ser o uso de coleiras antilatido com recurso sonoro, que podem ajudar a controlar o comportamento do cachorro e diminuir os latidos.

Outra opção é mudar a localização do animal dentro do apartamento, para evitar que os latidos sejam ouvidos pelos vizinhos. Diminuir os níveis de estresses do cãozinho também ajuda. Investir em brinquedos e passeios deve ser considerado.

Intolerância

No entanto,caso o diálogo com o dono do animal não resolva o problema, é importante acionar o síndico ou o zelador do condomínio. Muitos condomínios possuem regras específicas para animais de estimação, que incluem limites de barulho e outras medidas para garantir a convivência harmoniosa entre todos os moradores.

Além disso, é importante que os vizinhos tenham empatia e respeito pelos animais de estimação e seus donos. Os cães são parte da família de seus donos e merecem o mesmo respeito que qualquer outro morador do condomínio.

Em resumo, o latido de cachorro em condomínios pode ser um problema, mas é possível lidar com ele de forma pacífica e sem conflitos desnecessários. Conversar com o dono do animal, buscar soluções alternativas e acionar as autoridades competentes do condomínio são algumas das formas de lidar com o problema e garantir a convivência harmoniosa entre todos os moradores.


Cleuzany Lott é advogada,  especialista em direito condominial, síndica empreendedora, conselheira profissional, jornalista, publicitária, diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM) e membro da Associação Nacional da Advocacia Condominial (Anacon).

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

Comments 11

  1. Elaine Corrêa Da Cunha says:

    Parabéns a Cleuzany Lott .
    Uma excelente matéria, muito importante para os moradores de condomínios no seu dia a dia.

    • Cleuzany Lott says:

      Olá. Muito obrigada pela participação. A convivência entre os amimais e os humanos está cada vez mais próxima. A informação ajuda a manter o bom relacionamento com os vizinhos.

  2. Sandra says:

    Achei muito interessante a matéria acho que a empatia é fundamental. Nós que temos peta tb precisamos nos conscientizar das necessidades dos outros, como no caso de autistas, pessoas com sensibilidade sensorial, etc.

    • Cleuzany Lott says:

      Exatamente Sandra. Com empatia e bom senso, tudo é resolvido. A propósito, escrevi um artigo sobre autistas no condomínio baseado na série Uma Advogada Extraordinária, você leu? Abraços e obrigada pela participação.

  3. É muito simples de resolver? Criar uma Lei, proibindo a criação de cães e gatos em apartamentos. Em Santa Catarina existe uma Lei, que proíbe o latido de cães em apartamento. Lá em Santa Catarina o cão latiu no apartamento o proprietário paga uma multa, me parece que o valor da multa é R$3.000,00 (Três Mil Reais). O problema é que no prédio de apartamento muitas vezes, existe pessoas muito doente, que precisam do silêncio e controlar o latido do cão fica difícil.

    • Cleuzany Lott says:

      Por incrível que pareça, os vereadores de Penha, no interior de SC, com o aval procuradoria jurídica do legislativo e da Comissão de Constituição, Justiça e Redação daquela cidade, aprovaram o PL com multa de R$ 23 mil aos donos de animais barulhentos, praticamente proibindo o latido de cães nos condomínios. Felizmente o prefeito vetou. Porém, se por acaso a lei fosse sancionada, seria fácil derrubá-la por motivos inconstitucionais. O fato é que ter cão ou outro Pet no condomínio não pode significar sofrimento para nenhum vizinho. O próprio Código Civil é bem claro quanto a esse assunto, garantindo o sossego dos moradores. Obrigada pela participação. Foi muito rico o seu exemplo. Abraços.

  4. Cleuzany Lott says:

    Exatamente, Sandra. Concordo plenamente. Aliás, você leu o artigo sobre o filme Uma Advogada Extraordinária? Nele eu abordo a questão dos autistas. Um abraço e continue mandando sua opinião para nós.

  5. Camila says:

    É preciso aplicar a lei do sossego. Não tenho paz dentro da minha própria casa. Os latidos invadem minha casa a todo momento. Isso é um inferno. Não consigo assistir tv, ouvir música ou até mesmo dormir em paz porque os cães estão sempre latindo. Isso não é falta de empatia da minha parte, é estresse causado por essa falta de respeito generalizada. Que as pessoas sejam livres pra ter seus pets, mas que sejam responsáveis pra não afetar a vida de quem prefere não tê-los.

    • Cleuzany Lott says:

      Você está correta Camila. Empatia não pode ser confundida com falta de respeito ao direito do outro. Se for complicado para você conversar com o seu vizinho a respeito do problema, sugira ao síndico fazer uma campanha de conscientização sobre os três “s” do Código Civil : sossego, saúde e segurança. É dever do síndico zelar por isso e obrigação dos moradores cumprir as regras. Obrigada pela participação. Abraços.

    • Cristian says:

      Você é o retrato do brasileiro comum que tenta trabalhar (muito) e descansar no seu santuário (casa) e não consegue. Aí quando você, com suas poucas energias, não aguenta mais, passando anos e anos a fio com um problema que não consegue jamais escapar e parte pra alguma ação desesperada (como foi o caso da menina no elevador com a idosa), a sociedade só enxerga o agressor, como se fosse um ato isolado de ódio contra animais e seus tutores. Nunca contam o outro lado da história e os danos psicológicos e financeiros causados. É uma sociedade que só enxerga o que quer e o que é conveniente a si mesma.

  6. Abdala abi faraj says:

    Cachorro em condomínio é desarmonia na certa. Latidos, sujeira, risco. Quer infernizar a vida de seus vizinhos? Basta colocar um Cachorro dentro de seu apartamento. Vai ser maravilha.

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