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Redes sociais e eleições: uma relação perigosa

FOTO: Freepik

As redes sociais se tornaram um espaço de comunicação, informação e mobilização política para milhões de brasileiros. No entanto elas também podem ser usadas para manipular, desinformar e polarizar o eleitorado, disseminando notícias falsas, boatos, ataques pessoais e discursos de ódio, que podem influenciar negativamente a opinião pública e o voto dos eleitores, comprometendo a qualidade da democracia.

Um exemplo disso foi a campanha de desinformação promovida por Trump e seus aliados, que alegaram, sem provas, que houve fraude eleitoral e que o resultado das urnas foi manipulado. Essas alegações foram amplamente compartilhadas e amplificadas nas redes sociais, gerando confusão, desconfiança e revolta entre os seus apoiadores, que chegaram a invadir o Capitólio, sede do Legislativo americano, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden, o candidato democrata.

Além disso, as redes sociais podem favorecer a formação de bolhas ideológicas, nas quais os usuários só interagem com pessoas que pensam de forma semelhante, reforçando preconceitos e estereótipos. Esses fenômenos podem gerar uma polarização extrema, que dificulta o diálogo, o debate e o consenso entre os diferentes grupos sociais. No caso dos Estados Unidos, a polarização entre republicanos e democratas se agravou nos últimos anos, com o aumento da hostilidade, da intolerância e da violência entre os dois lados. As redes sociais contribuíram para esse cenário, ao permitir que cada um se isolasse em sua própria bolha, ignorando ou rejeitando as visões e os fatos que contrariavam as suas crenças.

Para enfrentar os riscos das redes sociais, é preciso promover uma educação midiática e digital, que capacite os cidadãos a usar as redes de forma crítica, consciente e responsável. Isso envolve desenvolver habilidades para verificar a veracidade, a credibilidade e a relevância das informações que circulam nas redes, bem como para reconhecer e combater as tentativas de manipulação e de desinformação. Também envolve estimular uma atitude de curiosidade, de abertura e de respeito pelas diferentes perspectivas e opiniões, evitando a formação de bolhas e de preconceitos.

Também é preciso fortalecer o papel da imprensa profissional, que pode oferecer uma informação de qualidade, verificada e plural. A imprensa pode cumprir uma função de fiscalização, de denúncia e de esclarecimento sobre as ações e as propostas dos candidatos e dos partidos, bem como sobre os problemas e as demandas da sociedade. A imprensa pode também contribuir para o debate público, ao apresentar diferentes pontos de vista, análises e argumentos sobre os temas relevantes para o processo eleitoral.

Além disso, é preciso regulamentar as redes sociais, para garantir o respeito aos direitos humanos, à liberdade de expressão e à diversidade de opiniões. Isso significa definir regras claras e transparentes sobre o que pode ou não ser publicado nas redes, bem como sobre as responsabilidades e as sanções dos usuários e das plataformas que violarem essas regras. Isso significa também criar mecanismos de controle, de fiscalização e de participação social, que possam monitorar, denunciar e combater as práticas ilegais e abusivas nas redes, como a difusão de notícias falsas, de discursos de ódio e de incitação à violência.

O que você, leitor, pode não ter percebido é que os parágrafos anteriores foram produzidos integralmente por uma inteligência artificial da Microsoft, chamada “Copilot”. É sobre essa sua falta de percepção que pretendo lhe chamar a atenção hoje.

Da mesma forma que você que chegou até este parágrafo conseguiu acessar a informação de que os parágrafos anteriores não foram escritos por mim, e que, portanto, possa existir um sério risco de serem falsas e enviesadas por uma AI (Artificial Inteligence), vários outros leitores sequer chegaram até aqui, o que nos faz concluir que, sem sombra de dúvidas, toda essa massa de leitores é mais influenciável e vulnerável.

Estamos prestes a entrar num novo período eleitoral (aliás, políticos e partidos já se preparam para esse momento há algum tempo). Não se deixem influenciar facilmente por notícias falsas, frágeis e, na maioria das vezes, sem conteúdo que interesse e que, de alguma forma, tenha potencial para modificar e melhorar a sua vida.

Meu nome é César Godinho, sou advogado e pesquisador, e, a partir desse texto, irei escrever colunas para o DRD tratando sobre assuntos que tenham a ver com as garantias fundamentais do cidadão, um tema que você pode até achar que não, mas reflete diuturnamente em sua vida (ou, ao menos, deveria).

Ah… um detalhe interessante: quando pedi para a inteligência artificial escrever esse texto tentei fazer incrementos com informações reais sobre Fake News relacionadas ao presidente Lula e ao deputado federal André Janones, e, curiosamente, a inteligência artificial disse não conseguir me ajudar e me orientou a “tentar outro incremento”. Bem… não consegui satisfazer o meu pedido, mas, pelo menos, entendi e aprendi que até a inteligência artificial tem os seus próprios interesses.


(*) Doutorando e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV), com área de concentração em Direitos e Garantias Fundamentais. Professor. Advogado. https://orcid.org/0000-0003-0202-0710. contato: cezargodinho3@gmail.com

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