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Podemos fazer a diferença

Sebastião Evilásio

Queridos irmãos e irmãs, que a paz esteja com cada um e permaneça para todo o sempre.

Volto a ocupar este espaço, generosamente a mim disponibilizado, para falar um pouco sobre o sentimento e a atitude da misericórdia.

Em um mundo onde a globalização e pressa obscurecem a sensibilidade humana, há que se fazer justiça àquelas pessoas que ainda assumem seu papel apostólico de ir de encontro às misérias e sofrimentos do outro.

O ser humano, por motivos diversos, vem perdendo ou se esquecendo do conceito literal da caridade, e que a maneira física que mais nos propicia enxergar Jesus, está na pessoa do nosso irmão, com suas virtudes e defeitos, uma vez que Deus nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, somos iguais em quase tudo, excetuando-se o pecado. Portanto, por qual motivo a humanidade encontra tanta dificuldade em assumir a humildade e mansidão do coração de Jesus?

Precisamos fazer ressurgir a cada dia, o nosso “eu misericordioso”, porque o mundo carece de misericórdia.

Em uma de suas publicações, o papa Francisco nos recorda que “é bom, de fato, não esquecer jamais que a misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo de vida. Uma pessoa pode ser misericordiosa ou pode ser não misericordiosa. É um estilo de vida. Eu escolho viver como misericordioso ou escolho viver como não misericordioso. Uma coisa é falar de misericórdia, outra é viver a misericórdia”.

Às vezes, passamos diante de situações dramáticas de pobreza e parece que estas não nos tocam. Tudo continua como se nada fosse, em uma indiferença que, ao final, nos torna hipócritas e, sem perceber, acaba em uma forma de letargia espiritual em que o ânimo se torna insensível e a vida, estéril.

“Não se pode procrastinar diante de uma pessoa que tem fome: é preciso lhe dar de comer. Jesus nos diz isto. As obras não são temas teóricos, mas testemunhos concretos. Obrigam a arregaçar as mangas para aliviar o sofrimento”, afirma Francisco.

Afinal, o que significa olhar este essencial? Significa olhar Jesus. Olhar Jesus no faminto, no prisioneiro, no doente, no nu, em quem não tem trabalho e deve levar avante uma família. Olhar Jesus nestes irmãos e irmãs. “Olhar Jesus em quem está triste, está só, em quem erra, em quem precisa de conselho, caminhar em silêncio com quem precisa de companhia.

Mas nem tudo está perdido, felizmente: Na cidade de Tucuruí-PA, um jovem de apenas 26 anos, estudante de Direito, criou um canal no YouTube, onde registra sua incansável luta em favor dos pobres, doentes, enfim de pessoas “esquecidas” pela sociedade. Seu nome é Elizeu Silva, com o qual fiz contato e me relatou que tudo pode nascer da simplicidade de apenas se importar com o outro.

Conta Elizeu que tudo começou quando teve a oportunidade de fazer a cobertura de um evento de motos, com um microfone velho e improvisado. Para sua surpresa, as pessoas gostaram do seu trabalho, o que o motivou a associar este dom da comunicação, ao seu espírito humanitário. Certo dia, se encontrou com um jovem casal, que saía de porta em porta pedindo ajuda com alimentos. Se dispôs a ouvir a comovente história do casal e resolveu registrar, filmando. Bastou lançar a história no Facebook e em menos de 24 horas, várias pessoas se manifestaram oferecendo ajuda, e aquele casal com dois filhos, aluguel atrasado, falta de alimentos na dispensa foi misericordiosamente atendido.

Desde então, Elizeu Silva vem lutando dia após dia, dando ouvidos e oferecendo força e coragem a tantas pessoas pobres, doentes e desassistidas, sempre registrando em seu canal de YouTube (https://www.youtube.com/user/Elituctuc/featured).

Como podemos perceber, meus irmãos e irmãs, toda a inspiração para ser solidário parte da sensibilidade para a empatia, compreendendo assim as dores e necessidades do próximo. Elizeu conta ainda que seu trabalho não tem nada a ver com denominação religiosa. É simples fruto de sua fé em Deus e na capacidade de ser útil, colaborando para o socorro às dores e necessidades do próximo. “Faço tudo por gratidão e a certeza de estar cumprindo com o meu dever cristão. Alguns podem até duvidar das minhas intenções, mas eu tenho que acreditar nesta iniciativa, especialmente por aqueles que esperam a minha mão estendida, mesmo porque, se quisermos, juntos podemos realizar grandes coisas, basta querer”, enfatiza.

Ele sonha em concluir sua Faculdade em Direito e assim atuar firmemente na defesa das pessoas menos favorecidas, oferecendo a elas a chance da dignidade em uma sociedade que se mostra muitas vezes desigual e um Estado, que na maioria das vezes, não oferece qualidade de vida minimamente prevista na Constituição Brasileira.

Então, fica aqui, mais uma vez conclamada a sociedade para que abra seu coração, para que irmanados no desejo do próprio Cristo, abracemos as carências de tantas pessoas, jogadas ao esquecimento e desprezo. O mundo necessita de muitos “Elizeu Silva”.

Até o próximo artigo, se Deus assim, o permitir.

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As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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