Dileymárcio de Carvalho (*)
Para se relacionar com o “outro” no ambiente de trabalho precisamos usar estratégias emocionais. Mas quando não aprendemos a modular a emoção erramos e também prejudicamos o ambiente. Ao mesmo tempo, cada um tem uma emoção predominante da sua personalidade, e aqui temos um ponto de identificação de possibilidades de Seleção por Perfil Comportamental.
Como identificamos os comportamentos emocionais possíveis? Por meio do tipo psicológico. Testes validados e usados por organizações e corporações em vários países, reúnem centenas de características quem compõem determinado comportamento e validam características que se manifestam nos comportamentos. O resultado dessas características aponta para um tipo específico.
Hoje apresento, entre uma série de possíveis perfis de comportamento, o tipo de perfil de personalidade “Dominante”. O foco é como esse tipo expressa suas emoções com seus comportamentos no dia a dia. Quando identifico o tipo posso fazer projeção de cenários de como a pessoa desse tipo se comportaria diante de situações específicas e típicas.
O tipo Dominante tem como padrão de comportamento a criação, a inovação, a exploração e a estimulação. Então imagine que uma pessoa “Dominante” esteja atuando, ou selecionada para atuar em um ambiente ou atividade que não lhe garanta desenvolver essas características. Algo não vai dar certo, e até mesmo a produtividade do profissional é comprometida.
E esse é apenas um ponto a ser observado. E diante dessas características, o profissional do tipo Dominante, tem como emoção de base uma modulação para respostas de raiva como recurso predominante. E se configuramos assim, podemos pensar na necessidade de atuar em um conjunto de modulações para os enfrentamentos que esse tipo precisa elaborar. Ainda que não transpareça a raiva, uma resposta típica do seu comportamento é a intolerância.
A grande estratégia é que por meio do processo de Seleção de Pessoas por Perfil Comportamental é possível construir os cenários projetivos de situações em que atuaria esse profissional. O teste de identificação do tipo do perfil predominante de uma pessoa é seguido de testes de personalidade.
O cruzamento de informações compõe o perfil psicológico e a análise desse processo gera um perfil geral de comportamento do profissional. Na parte prática, analisamos o conjunto de comportamento da empresa, dos seus gestores e equipe de forma geral. Esse perfil psicológico da empresa é a referência para validação ou não do perfil identificado do profissional.
E a pergunta para a decisão de receber ou não o tipo comportamental está na projeção de adaptação que o profissional teria, e o quanto em múltiplos cenários conseguiria adaptar a sua forma predominante de emoção comportamental para enfrentamentos. No caso aqui, vale ressaltar que a modulação de enfrentamento do tipo Dominante é de uma predisposição emocional para a raiva.
Não falamos sobre as habilidades e competências descritas numa possível vaga. Mas também é possível identificar e projetar pelo perfil comportamental psicológico o quanto ter habilidades e competências técnicas “resolve” uma atuação profissional em que comportamento psicológico é o mais importante. Então, o que chamamos de “cenários projetivos” mostra muito mais que as competências e experiências profissionais.
(*) Dileymárcio de Carvalho
PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL- CRP: 04/49821
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