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Papo de Boleiro

Política e politicagem

(*) Luiz Alves Lopes

Atenção Bolivar Caio de Magalhães, outrora “pequeno polegar” e cujo escritório atualmente no Mercado Municipal se pretende transformar em CONFRARIA. Estudos estão sendo feitos. Aguarde. Atente e passe para seus assistidos simplório conceito de “política” e “politicagem”.

POLÍTICA: Tem sua origem da palavra grega “polis”, que significa cidade. Em tal sentido, determinava a ação empreendida pelas cidades-estado. Assim, faz menção a tudo que está vinculado ao Estado, ao governo e à administração pública com o objetivo final de administrar.

POLITICAGEM: São atos que têm por objetivo atender aos interesses pessoais ou trocar favores particulares em benefício próprio. Valer-se da política para satisfazer interesses pessoais, na maioria das vezes através de troca de favores.

O brasileiro, em geral, anda tão desiludido e decepcionado que sequer admite ouvir, pensar e refletir sobre qualquer assunto, tema e situação em que se pronuncia ou se perceba a ingerência e participação de agente político, dando de plano uma interpretação apressada de que se trata de politicagem. Tranca-se. Revolta-se. Pronuncia impropérios. OMITE-SE. Depois reclama, esbraveja-se e faz cara feia.

Normalmente generalizamos: é político, não presta. Ledo engano. Temos memória curta. E naturalmente somos um desastre, preguiçosos que somos. A politicagem, impregnada em alta escala e percentual em nosso país, é fruto de nossa participação e de nossa omissão. Não escolhemos os agentes políticos? Os colocamos no pedestal, mas não acompanhamos seus atos, realizações e desmandos. Não os fiscalizamos. Não exigimos prestações de contas no exercício de seus mandatos. Somos cúmplices.

Regra geral, o cidadão comum não tem noção mínima do que seja a chamada “coisa pública”, envolvendo a arte de gerir, administrar, fazendo acontecer. Parafernália de normas e exigências impensáveis ao grande público. Não basta querer. Existem “pedras” no meio do caminho. E cada pedra!…

Reflitamos apenas e tão somente na situação doméstica. Nos bons tempos em que viajávamos em duas Kombis com o glorioso Democrata (Valadares-Montes Claros, para enfrentar Ateneu e Montes Claros), notava-se que em nossa cidade princesa cabiam duas ou mais Montes Claros. E hoje? Quantas Valadares cabem dentro de Montes Claros? Por que? Lideranças políticas de diferentes correntes, unidas de um bem maior, fizeram um bem danado a Montes Claros. Simples, não? Ficamos a ver navios com nossas disputas internas. Quanto pior, melhor.

A convivência política não é fácil. Tarefa para estadistas. Desafio para a classe e que deve ser cobrado pelos demais mortais. Os interesses maiores, das cidades-estado, devem se sobrepor às divergências pessoais e interesses não republicanos.

Todas as ações praticadas por um simples mortal se revestem de uma ação política. No passado, uma ação política de um “cara” chamado Mendes Barros tornou possível o surgimento e construção do campo da LIGA. Alguém se lembra? A propósito, cairá bem no local uma estátua ou mesmo um busto do saudoso “Barrão 70”.

Do grupo de Silas Dias Costa – o Pai, com denodo, de Lotinha Sobreira -, originou-se ação política que se traduziu na construção do estádio do Coopevale Futebol Clube pela cooperativa do leite. Bons tempos. Os mais antigos se lembram da grande ação política encetada por notáveis aqui residentes e que culminou com o surgimento do MIT, hoje Universidade do Vale do Rio Doce – UNIVALE.

Alguém se lembra da ação política de Hermírio Gomes da Silva – uma dentre muitas, que culminou com a doação da Praça de Esportes da rua Afonso Pena, naquele momento de propriedade do Estado, para o município?

Alguém conhece a história do Mergulhão da av. Minas Gerais, com comitiva de vereadores indo ao encontro da direção da então CVRD no Rio de Janeiro? (Jadico Pacheco, Hormando e companhia). Foi uma bela ação política.

E o futuro Hospital Regional, que se comenta será concluído pela VALE. Seu destino era o Vale do Aço. A “cobra” fumou no gabinete do ANASTASIA. Alguém sabe?

Quantas ações políticas não foram encetadas ou quanta politicagem prevaleceu, ocasionando prejuízos irreparáveis para a terra de Serra Lima? Enumerá-las? Não justifica. Certo é que devemos, sim, ser POLÍTICOS. E que abominemos a POLITICAGEM.

Nossas escolas, nossos estabelecimentos educacionais, com as cautelas necessárias, devem motivar e incentivar nossos jovens para a importância da participação política em todas as esferas da vida mundana. O ser humano é político por natureza.

Quanto aos críticos e desavisados, valham-se da quarentena imposta pelo vírus e façam uma revisão de vida e de conceitos. O que nos cerca? O que está por vir? Sobreviveremos? O que será do mundo dos homens?

Haverá necessidade de inúmeras ações políticas que imporão sacrifícios até então inimagináveis. O mundo mudará. Terá que mudar. Haverá necessidade da efetiva participação (politica) do cidadão, até por uma questão de sobrevivência.

POLÍTICA. POLITICAGEM. Saibamos definir, diferenciar e atentar para a implementação da primeira em detrimento da segunda. Assim seja.

Exercício e oportunidade melhor não encontraremos, afora o que nos está sendo oferecido no corrente ano: eleições municipais. Quem são os candidatos? O que apresentam como proposta e o que efetivamente terão condições de efetivar pós-pandemia?

Sejamos responsáveis, observadores e comprometidos com determinados valores, em especial com aqueles que dignificam o ser humano.

(*)Ex-atleta

N.B.- Subiu para o andar de cima Almirzinho Lopes Filho, indo ao encontro de Almir pai. Levou uma triste notícia: o campo do Bangú, sonho de quatro décadas, não é tarefa para humanos. É tarefa para habitantes de outro planeta.

Deixou-nos, também, Dalmo Ferreghetti, extraordinário funcionário público municipal, já aposentado. Carreira marcada por competência, seriedade, lealdade, dignidade e amor ao próximo. Exemplo a ser seguido. Grande perda!

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