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OS CEM METROS ‘COM ÁGUA’ DO MATEUS

por Luiz Alves Lopes*

“Recordar é viver” tem sido frase e expressão muito usada pelo jornalista e analista político Paulo de Tarso, agora também valoroso integrante do Conselho Municipal do Idoso, como um dos representantes da Associação Santa Luzia. O outro ‘velhinho’, também indicado pela instituição, é Paulo ‘Catuaba’ Tourinho. Está ela muitíssimo bem representada.

Buscando na memória passagens, feitos e acontecimentos minimamente interessantes, dentre tantos, vamos registrar o ocorrido com os então jovens atletas militares ROMAR e MATEUS, fogosos, animados e entusiasmados no longínquo ano de 1975, disputando pelo Democrata Pantera o Campeonato Mineiro de Juvenis (hoje juniores). Romar não mais está entre nós. Exemplo admirável de pessoa, e militar também não menos exemplar. Certamente está ao lado do PAI celestial.

Negócio seguinte: à frente do Sexto Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais em Governador Valadares estava o Coronel Xavier, cuja história e biografia dispensam comentários. Predicados altamente positivos de toda uma família que dignificou e continua a dignificar a gloriosa corporação das Minas Gerais.

Pois bem, o almirante Barroso, terrível esquadrão futebolístico de nossa cidade, deixara de disputar competições oficiais sob argumentos diversos, inclusive manifestação de vontade da quase totalidade de dirigentes dos clubes outros, à frente Dorly Caldas.

Verdade também a constatação de que número considerável de atletas/militares estavam se lesionando com certa gravidade, ocasionando assim transtornos nas escalas de serviços e outras ações da Polícia Militar na cidade e região.

A deliberação foi curta e grossa: policiais militares lotados no Sexto Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais em Governador Valadares foram proibidos da prática do futebol ‘association‘ em caráter competitivo, restando-lhes atividades esportivas internas. O bicho pegou. A ordem era e foi para valer.

Domingo era e já foi dia de pescaria. No passado um tanto já distante, também era dia de futebol, não importando se profissional ou amador. Campeonato Mineiro de Futebol às 15 horas e campeonato amador normalmente pela manhã. Tempos em que tínhamos uma LIGA…

Em alguns bons tempos da Federação Mineira de Futebol, promovia ela nas manhãs dos domingos os certames de Infanto Juvenil (hoje juvenil) e Juvenil (hoje juniores), com os primeiros às 8h, servindo de preliminares para a categoria seguinte. Sucesso garantido, craques sendo revelados aos montões, inclusive por aqui.

Em uma certa manhã de um domingo de sol na cidade que já foi Princesa, segundo semestre de 1975, no atraente Mamudão, o Democrata Pantera, sob o comando técnico de Weliton “Kolinos” Prates, enfrentava mais um adversário no Mineiro de Infanto e Juvenil.

Por ocasião do jogo de fundo – de juvenis, no início do intervalo entre primeiro e segundo tempos -, comparece ao estádio garbosa viatura policial com seus integrantes adentrando o vestiário democratense na busca e caça de dois atletas/militares. Seus nomes: Romar e Mateus. O primeiro se sujeita a abordagem, se livra do material esportivo e acompanha seus companheiros de farda. Quanto ao segundo…

Pois é, não é que o filho do senhor Salvador, rápido, ligeiro e rasteiro, fazendo uso de uma escada rolante que existia dentro da rouparia do vestiário principal, desapareceu como um raio, acreditando alguns (senhor Elizer, Tio Bira Vargas, Soneguetti, João Borreira e outros mais) frequentadores dos corredores do Mamoud Abbas que a caixa d’água/reservatório ali existente teria sido o esconderijo do camisa 10. Questão nunca bem esclarecida…

Há quem diga que na adolescência o atletismo teria sido a primeira opção do cidadão que hoje mora nos EUA. Seu pique, quando do ocorrido, não foi na disputa de 100m rasos. Porém, semelhante, acabou sendo 100 m em direção a alguns metros cúbicos de água. Momentaneamente se salvou. A baixa da corporação foi logo a seguir.

E dizer e registrar que para a disputa dos campeonatos mineiros de futebol nas categorias em comento, no ano de 1975, todo o agrupamento de atletas, dirigentes e simpatizantes da Pantera se dispuseram a ‘enfrentar’ a portaria da exposição agropecuária, recebendo razoável quantia em dinheiro que custeou mais da metade das despesas com a participação em tais disputas. Outras ajudas ocorreram e 1975 entrou para a história… história não devidamente contada. Recordar é viver.


*Ex-atleta

N.B. – De FERNANDÃO Acácio, aquele com quem Carlos Thébit teria chupado algumas laranjas, vem a notícia do falecimento de dona NAZARÉ, mãe do consagrado José Ângelo – O PRECA, extraordinário ex-atleta profissional, técnico de primeira linha e fantástica figura humana. Dele a Associação Santa Luzia jamais se esquecerá. Abraços e pêsames dos valadarenses que o admiram e respeitam.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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