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O adolescente atual

FOTO: Freepik

Dr. Adão Leal (*)

Aos dois anos de idade a criança se reconhece, comunica suas necessidades instintivas e nega fazer o que não quer. Dos 3 aos 6 anos acontece o desenvolvimento psicossexual. Dos 6 aos 10 anos é o período de latência. A infância termina na puberdade quando começa a adolescência. A puberdade é bem definida no desenvolvimento biológico com o aparecimento dos pelos pubianos em decorrência da produção dos hormônios sexuais.

Os adolescentes de nossa atualidade começam a ir para escola de forma precoce, geralmente aos dois anos de idade, porque os pais trabalham – geralmente a mãe fora de casa e o pai também. Na escola outras pessoas cuidam dele e em um ambiente informatizado.

O amor familiar permanece quando os pais são afetivos, mostrando que mesmo sendo precoce a entrada do filho na escola, continuam com espírito familiar.

Quanto menor a convivência familiar há mais enfraquecimento da formação de vínculos íntimos e fazem mal aos jovens em sua formação, prejudicando valores como ética, religiosidade, disciplina, gratidão e cidadania. Porém seus familiares convivem mais com amigos do que com parentes.

A pessoa bem casada fortalece à família, o que a prejudica é o casamento infeliz. A maioria dos que se separam se casam novamente mostrando querer outra oportunidade de constituir família. Todos que se unem têm como objetivo viver bem e formar uma família feliz. Maus casamentos acontecem e sempre acontecerá, mas o importante é não mais acontecer a separação conflituosa, porque continua prejudicando os filhos, principalmente, os adolescentes.

Os adolescentes desejam não serem mais tratados como criança. Quando os pais os tratam infantilmente jogam fora o potencial de companheirismo que eles podem doar. Precisam dos amigos e dos pais de forma diferenciada. Um não é melhor que o outro. E, sim, são formas de preenchimentos de suas demandas juvenis.

Aos 18 anos acontece a maioridade civil. Mesmo após maioridade a maior parte deles continua dependendo economicamente de seus pais, permanecendo assim até completarem seus estudos e a sua total independência financeira.

Muitos adultos jovens, com 25 a 30 anos de idade, moram ainda com seus pais, pois, mesmo tendo concluído o curso superior, a grande maioria no Brasil não consegue emprego. Têm a vida social independente, mas necessitam da mesada de seus genitores. É como a adolescência invadisse a vida adulta. Nestas circunstâncias encontramos a metade dos desempregados de nosso país.

Apenas 30% dos adultos jovens brasileiros trabalham em sua área de formação. Um grupo menor trabalha nos negócios de seus pais e a maioria tem de continuar seus estudos qualificando-se melhor para competirem com mais força no mercado de trabalho, cada vez mais difícil. Muitos quando conseguem trabalho ganham um salário indigno para os anos estudados.

Com a situação econômica precária do Brasil, os pais dos adultos jovens ficam preocupados e tensos, pois o futuro promissor que pensavam ser com os estudos realizados mostrou uma realidade totalmente diferente. Porém, felizmente, estudaram, porque os que ficaram sem estudo estão bem pior. Para quem só tem o colegial está muito difícil e para o analfabeto, dificílimo. Fizeram bem em estudarem, devem continuar estudando, porque o estudo não serve apenas para o trabalho, mas melhora a qualidade de vida e favorece a cidadania.


(*) Dr. Adão Leal — Médico Psiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP); Certificação de Atuação na Área de Psicoterapia (ABP-AMB); Psicogeriatra pelo PROTER (Instituto de Psiquiatria da USP).

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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