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Novas pontes

FOTOS: Divulgação/ccbb.com.br

por Bob Villela (*)

Passar por BH é sempre a chance exata de enladeirar-me por boas histórias e revirar-me em grandes momentos. No meio disso tudo, neste julho intenso, ter a oportunidade de rever um grande amigo foi o instante capital de meu recesso de professor. Porque ser docente é, essencialmente, estar aberto a ter lições inesquecíveis. E, sim, as tenho. Bodão sempre me ensina muito.

Bodão é o Juliano Castro, já citado neste espaço em outra ocasião. Um querido, um chegado, um parceiro. Assim como eu, mais um valadarense à procura de futuros. Os filhos da planície vivem em busca de horizontes, sejam belos, sejam menos. Não importa a idade, não gasta esforço de saber o lugar, nossa travessia é de coragem. Deserto, rios, risadas e uma certeza de calor e fé. Reencontrar Bodão pode parecer corriqueiro, se você não for sensível às histórias que se escreve em coautoria com destinos.

Um dos destinos certos quando estou em BH, por exemplo, é o Centro Cultural Banco do Brasil. O CCBB está com uma linda exposição do Candido Portinari. Com telas retratando as diferentes situações da nossa condição, o artista ensina sobre o que fomos e o que somos e sugere, em tons diversos e históricos, os distintos enquadramentos possíveis para enxergar e conduzir nossa existência. Obras para sempre reiterando que não podemos abrir mão das artes para entender o todo.

O CCBB está abrigando também uma exposição do fotógrafo Walter Firmo. Um deleite. Uma lição. Um curso livre sobre a sensibilidade à qual me referi e me refiro sempre. Firmo faz da fotografia um ato político, por meio de uma estética orgânica, colorida e primorosa. “Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar/ Meu coração tropical partirá esse gelo e irá”. Este trecho de Corsário, de Aldir Blanc e João Bosco, retrata bem Walter Firmo. Seu coração/olhar tropical sabe o que faz e faz-nos saber mais sobre quem somos.

João Bosco é de Ponte Nova, destino situado na Zona da Mata mineira. O Juliano Castro é de novas pontes. Quase um Portinari diante dos admiradores da arte de viver. É o que devemos ser, afinal. Uma galeria de felicidade ao longo dos itinerários. Agora, com a sua agradabilíssima namorada, a Lilian, tem a rotina como um ateliê para seguir criando o melhor de si. Às vezes, tela de Bodão. Às vezes, tela de Juju (como alguns o chamam agora).

Houve um tempo em que as telas das TVs anunciavam a Rede Globo. Depois, apenas Globo. Hoje as telas dos smartphones propagam a Globoplay. A mineradora Vale já teve o imenso nome de Companhia Vale do Rio Doce. E o referido rio já teve dias bem melhores por baixo das pontes, embora siga com o mesmo nome. Enfim, reencontrar Bodão/Juju me fez lembrar também disso. E foi um ensaio para os encontros com Portinari e Firmo. Ver o futuro dele com Lilian e planejar estar com eles em fotografias que virão animam a mim e a minha amada Cássia. Porque fazemos parte da mesma artesania de buscar cor na vida, seja em que situação for.

Em um dos setores da exposição de Walter Firmo a curadoria cita a temática do fotógrafo. Entendi tratar-se de algo como os pilares dele: “família importa, amigos importam, amores importam, cotidiano importa, celebrar importa, iconicidade importa”. Firmo no caminho que acredito ser o mais valioso. Quanto a você, recomendo que escute João Bosco e siga construindo — ou pintando, fotografando — pontes, novas ou velhas, por mares com garrafas ou rios. Sempre sem receios.


(*) Jornalista e publicitário. Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Univale.
Instagram: @bob.villela | Medium: bob-villela.medium.com

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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