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NARRATIVAS DE GÉRSON E PC CAJÚ

(*) Luiz Alves Lopes

A pandemia que encarcerou dentro de suas próprias residências gente de toda espécie, determinou condutas antes inimagináveis para o irrequieto grupo de integrantes do mundo da bola.

Vai daí que a boleirada passou a rezar, orar, ler, estudar, desenvolver mínimas atividades domésticas e assistir a tudo que é partida de futebol que faz mal aos nossos olhos.

Alternativamente, com a modernidade da internet, velhos filmes e documentários são ressuscitados e amenizam a angústia e sofrimentos. Com criatividade e tolerância, enfrentamos o tempo à espera das vacinas.

Então, de Fernando Luciano, o Fernandão, que anda preocupado com as ideias e pensamentos atuais de Carlos Thébit, recebemos pequeno documentário do “Museu da Pelada do Rio de Janeiro”, no qual é registrado encontro e bate-papo entre GÉRSON, o canhotinha de ouro, e PAULO CÉZAR, o Cajú.

Desnecessário dizer e registrar para o grande público as qualidades técnicas dos consagrados atletas em referência, simplesmente tricampeões mundiais de futebol em  1970, no México. Aquela seleção dispensa comentários.

O que cabe aqui registrar com clareza solar é a personalidade de ambos, sintetizada em bate-papo alegre, agradável, descontraído, franco e esclarecedor. Ah! Que falta faz nos dias atuais! Dir-se-ia “coragem para dizer a verdade”.

Sem papas na língua. No início da conversa, PC registra sua admiração e gratidão ao “canhota” quando de sua chegada ao GLORIOSO, antigamente conhecido como Botafogo de Futebol e Regatas. E demonstra toda a sua satisfação em ter atuado ao lado do Papagaio durante mais ou menos 6 (seis) anos no clube de General Severiano e na Seleção Brasileira. Disse que aprendeu muito, quase tudo com o meia, até alguns jogos de baralho, mas que não sucumbiu à arte de fumante, uma característica do craque de Niterói.

Na abordagem de um futebolista mundialmente famoso e que atende pelo nome de Neymar Júnior, foram contundentes. “Não discutimos suas qualidades”, disseram. Mas em nossas épocas e gerações (Gérson, mais velho, e PC entendem que foram de gerações distintas), seria duramente enquadrado pelo grupo de companheiros e teria que ter uma conduta totalmente diferente.

Quando a conversa chegou a João Saldanha, o “João sem medo”, foram claros em afirmar e reconhecer sua importância na composição do grupo que ficou conhecido como “as feras do Saldanha”, que venceu as eliminatórias e conquistou o mundial do México de 70.

Enalteceram a coragem do ex-jornalista e técnico vencedor, levantando a voz para os comandantes militares da época, registrando a famosa frase que teria sido dita: “cuidem do Ministério que da seleção cuido eu”, quando instado a convocar e escalar Dario Peito de Aço.

Quanto à comissão técnica liderada por Zagalo, Chirol, Parreira e outros mais, reconheceram seus méritos pela manutenção da base deixada por Saldanha, não complicando e respeitando as lideranças sadias da época, em especial as de Gérson e Carlos Alberto Torres. Mencionaram, como exemplo, a troca de Marco Antônio por Everaldo.

Quando o papo chegou à seleção brasileira dos dias atuais, de forma respeitosa, porém com firmeza e resolução, afirmaram ver na seleção canarinho um escrete desfigurado, morno, sem vibração e que pratica um futebol roborizado, sem prazer algum.

Foram duros em relação às mordomias dos tempos atuais com críticas voltadas para dirigentes, classe política e envolvidos no futebol que um dia foi tido como o melhor futebol do mundo. Foi… não é mais.

Gérson de Oliveira Nunes, o canhotinha de ouro do futebol brasileiro, e Paulo Cézar Lima, o Cajú, craques vencedores do alegre futebol do passado, futebolistas que deixaram saudades no trato com a “maricota”. Felizes aqueles que presenciaram.

O ANIVERSÁRIO DE ‘NOSSA’ LIGA DE FUTEBOL AMADOR

Fomos advertidos, em boa hora, que a Liga de Futebol Amador de Governador Valadares completou nesta semana que se finda 73 anos de existência. Calma, minha gente, não participei de sua fundação. É bem verdade que cheguei ao mundo dos humanos alguns meses antes dela, nada mais.

Bem sintonizados com o futebol amador da cidade e região desde que aqui aportamos (início da década de 60), vivenciamos o entusiasmo do varzeano do Barrão 70 e testemunhamos o retorno da LFAGV às suas atividades – eis que inativa se encontrava.

Desfrutamos do prazer de ver uma liga pujante, entusiasmada, responsável e bem sintonizada com a Federação Mineira de Futebol através de seu Departamento de Futebol Amador para o interior.

Vivenciamos anos de ouro, com disputas variadas e diversificadas, em todas as categorias. Testemunhamos, também, a existência de um rebanho de dirigentes da melhor qualidade. Aliás, as eleições na LIGA fizeram história. A LIGA valadarense não vive um bom momento quando o assunto diz respeito a “bola rolando”. Uma pena! Tem feito uma falta danada.

Ainda assim, devemos festejar seu aniversário sob a expectativa de que dias melhores virão. Viva a Liga de Futebol Amador de Governador Valadares!

(*) Ex-atleta e ex-dirigente esportivo

N.B. – Fazem um bem danado as mensagens de Vionaldo Gonçalves Glória, o tio do Marquinhos do Sem Gonçalves Glória. Fazem lembrar as “brigas” do trio Parajara, Carioca e Sem. Bons tempos em que a Praça de Esportes era servida de um campo de futebol.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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