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Este ano vai ser igual àquele que passou?

(*) Luiz Alves Lopes

O mês de abril já se foi, equivalendo-se a dizer que um terço dos meses do corrente ano de 2022 já ficou para trás. Já era,  né Bolivar? Ah! Os principais campeonatos estaduais do país também já se encerraram. Brasileirão já em pleno andamento, acontecendo de tudo…

Com discrição e cautela, buscamos informações a respeito das nuances do futebol amador da cidade, suas expectativas e pretensões para este ano de Copa do Mundo. Afinal, tivemos eleições na LIGA na virada do ano, nascendo esperanças de dias melhores. Parece que não teremos, ficando “tudo como dantes no quartel de abrantes”. Paralisia total.

Manhã de domingo no campo da LIGA – gritemos alto, muito alto: “no Estádio Sebastião Mendes Barros – O Barrão 70!”. Com habitual organização, a Secretaria Municipal de ESPORTES, Lazer e Turismo dá o pontapé inicial para a realização, mais uma vez, de torneio de futebol amador, ocupando o vácuo deixado pelos dirigentes da LIGA, dirigentes de clubes e demais interessados, se é que existem interessados. Talvez curiosos…

Pelo andar da carruagem, também neste 2022 a cidade não terá disputas oficiais envolvendo o futebol amador nas categorias A e B (primeira e segunda divisões), aspirantes e juniores. Onde chegamos. Valha-nos, Tião Nunes, com o seu costumeiro brado de que “Valadares é a cidade do já teve.”

Já teve C.A.Pastoril – o Leão da Baixada, Esporte Clube Democrata, que já foi Jacaré, Esporte Clube do Rio Doce, Cruzeiro Futebol Clube, que transformaram em Cruzeirinho, DER, que virou Vila Isa, e Bancários.

Vieram depois Ibituruna da pedra forte, Palmeiras do Mairson, Internacional da família do Josino e seus amigos, Táxi do Maleiro,  Evereste do César e do Romeu, A.A. Aparecida de Daniel Matias, Hormando Leocádio e um mundão de gente boa, Coopevale do Serafim e do Anísio, Bangú de Almir Lordes, Santa Helena de Joaquim Inácio, Desportiva do senhor Cadête e um grande número de outros clubes que dignificaram a história esportiva de Governador Valadares.

Tanto os clubes como as entidades dirigentes (Liga Amadora e Liga Autônoma) dispuseram e contaram em seus quadros diretivos com baluartes do mais alto quilate, sabedoria e espírito esportivo. Seres humanos que estão em falta nos dias atuais. Não dá para nominá-los.

Sob o rótulo da política, mais uma vez esbarramos na politicagem rasteira e barata. Inimaginável e inaceitável a ingerência sombria de atores descompromissados com os rumos a serem implementados no comando do  futebol que no passado nos deu tantas alegrias.

Cidade com um leque de universidades, com uma Secretaria de Esportes, com organizações como SENAI, SESC, SESI E SENAC, afora outros organismos e segmentos, pode perfeitamente capacitar dirigentes de clubes e entidades dirigentes, dotando-os de condições para planejar e  gerenciar agremiações e entidades. Falta liderança? Ou não vale a pena?

O ‘velho’ Maleiro e o ‘briguento’ Josino, segundo fontes fidedignas, continuam fiéis a seus ideais, tocando Táxi e Inter com denodo e paixão incontida. Quanto ao Coopevale, melhor estruturado patrimonial e administrativamente, tem condições um tanto quanto melhores. Dos demais clubes amadores pouco se sabe.

Perfeitamente aceitável que o Município ajude e ampare o futebol amador, porém, de forma correta, responsável, interessante e produtiva. Disponibilizar rubrica orçamentária para o custeio da taxa de arbitragem e aluguel de campos se justifica. Planilhas devem ser apresentadas, redundando em prestação de contas no final.

Cervejadas ao término dos jogos acompanhadas de tira-gosto, afora contemplar boleiros com chuteiras coloridas e outras coisitas mais, próprias de “mequetrefes” fantasiados de atletas, são procedimentos inaceitáveis e que devem merecer a repulsa de pessoas sérias.

Em relação à ingerência política, não só no esporte, mas em inúmeras outras atividades de cunho grupal, devem ser vistas e recebidas com cautela, na maioria da vezes recusadas. O preço que se paga é muito alto e o resultado altamente negativo. Exceções existem.

Meia dúzia de dirigentes sérios e capazes, com suas respectivas agremiações – quem sabe Táxi, Cruzeiro, Vila Isa, Inter, Coopevale e Democrata amador (outros clubes podem figurar), querendo, podem perfeitamente fazer acontecer com a realização do campeonato amador de Governador Valadares.

Do jeito que a coisa está, num marasmo que inquieta e traz tristeza, resta o consolo e o contentamento de ver o Município, via Secretaria de Esportes, promover e realizar mais UM TORNEIO OFICIOSO do futebol amador de Governador Valadares. Mais um ano sem campeão amador.  Quanto à LIGA…


(*) Ex-atleta

N.B. – Partiu ao encontro do Pai do Universo o ex-craque Azuil José  Ramalho, ponta direita dos bons e que por anos e anos brilhou com a jaqueta do Esporte Clube Democrata. Estava, há alguns anos, abrigado da Casa de Recuperação Dona Zulmira, onde viveu com dignidade.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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