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Covid-19

Patologia causada pelo vírus SARS-CoV-2, também conhecido como novo coronavírus

(*) Dr. Altair de Carvalho

O processo de infecção se iniciou na província chinesa de Wuhan, mais especificamente em um mercado de vendas de animais silvestres, no final do ano de 2019, tendo se espalhado para todo o mundo. Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia.

A doença causada por esse vírus ficou conhecida como COVID-19 (corona vírus disease 2019).

É interessante fazer um breve histórico das doenças respiratórias causadas pelo coronavírus:

Em 2002, um coronavírus, proveniente do morcego, infectou o pangolim (animal silvestre da Ásia), que infectou humanos, causando a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-Cov).

Em 2012, isolou-se um coronavírus, que surgiu na Arábia Saudita e causou uma doença que foi chamada de Síndrome Respiratória do Oriente Médio e o vírus denominado MERS-Cov. Observou-se nessa época que o vírus migrou do morcego para os camelos e em seguida migrou para os humanos.

Agora, em 2020, surge esse novo coronavírus, chamado SARS-Cov2, causando a denominada COVID-19.

Esse novo coronavírus apresenta as seguintes características: Genoma de RNA (fita simples sentido positivo), isto é, serve diretamente para síntese proteica, com elevada velocidade de multiplicação. Sua cápsula é formada por uma membrana de lipídeos e proteínas. Seu tamanho e de +- 100 nanometros. Apresenta várias proteínas em sua superfície, tais como: Proteína Spike (proteína S), uma espícula glicoproteica, que se liga fortemente à Enzima ECA2 (presente em um grande número de células de nosso organismo), tornando sua infecção mais fácil.

Alguns aspectos de sua fisiopatologia são interessantes: ao penetrarem na célula, acometem inicialmente os ribossomos da célula hospedeira e se inicia o processo de tradução das informações do RNA viral, levando à produção de proteínas com a RNA – polimerase do vírus. Essa polimerase do vírus replica o material genético do vírus dentro da célula hospedeira, produzindo inicialmente uma fita intermediária de RNA-sentido negativo, também chamado pelos biólogos de Porcão Subgenomica, e posteriormente ocorre a produção de nova fita de RNA-sentido positivo. Esses RNA(+) vão formatar novas partículas virais, após serem associadas às proteínas virais, como os chamados Receptores de Superfície.

A montagem final dos novos vírus ocorre no Retículo Endoplasmático e no Complexo de Golgi da célula hospedeira. Após a montagem, as partículas virais saem da célula, estando, assim, prontas para infectar novas células.

Ainda não sabemos a origem do SARS-CoV-2. Existem duas hipóteses:

A) Hipótese do salto, em que o vírus foi entrando em contato aos poucos com a espécie humana e se desenvolvendo, realizando uma migração gradativa.

B) Hipótese do pronto, em que o vírus teria infectado diretamente a espécie humana, originário de um morcego, realizando uma transmissão mais acelerada.

Apresenta um quadro clínico, inicialmente, como um simples resfriado, com: febre alta, calafrios, cefaleia, mal estar, coriza, tosse, dor na orofaringe, podendo evoluir para pneumonia, acompanhada de dispneia importante, em consequência do quadro clínico de infecção respiratória (leve, moderada e grave, que evolui para pneumonia). Também se observa Hipoxemia – 10 a 20% dos pacientes necessitam de ventilação mecânica (respiradores).

Normalmente, o período de incubação do coronavírus vai de 2 a 7 dias, podendo chegar a 14 dias. O seu período de transmissibilidade está em torno de +- 7dias, levando à transmissão oral, enquanto persistirem os sintomas. Lembrando que essa transmissão se dá mesmo em pacientes assintomáticos.

O diagnóstico é feito coletando-se materiais das vias respiratórias (por aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz). Essas amostras são enviadas para um laboratório de biologia molecular.

Importante lembrarmos dos fatores de risco: idosos, indivíduos com doença respiratória, hipertensos, diabéticos, tabagistas, indivíduos cardiopatas e com deficiência imunológica.

Ao buscarmos a terapêutica, podemos afirmar que não há um tratamento específico, nem vacinas comprovadamente eficazes, até o momento. Recomenda-se repouso, hidratação e medicação sintomática. A hospitalização ocorrerá nos pacientes com quadro clínico severo.

Em razão dessas dificuldades no cuidado da doença ativa. Recomendamos medidas preventivas, para diminuir o contágio: evitar o contato com pessoas infectadas; higienização frequente (lavando as mãos com água e sabão, usar também álcool gel nas mãos); realizar cobertura do nariz/boca, usando máscara; desinfectar objetos e superfícies tocadas diariamente; evitar contato próximo com as pessoas (distanciamento social e se possível ficar em casa).

Estarei apresentando e discutindo essas questões no Congresso Internacional COVID-19 (Congresso Multiprofissional Internacional), patrocinado pelo Grupo Editorial Vicenza, como conferencista convidado. O evento ocorrerá nos dias 25 a 28 de maio. As inscrições são gratuitas. Segue o link para as pessoas que se interessarem e quiserem se inscrever: http://convirtuasaude.editoravicenza.com.br/


(*) Dr. Altair de Carvalho (CRM-MG 12694) – especialista em Gastroenterologia (Federação Brasileira de Gastroenterologia- FBG)
Membro da SOBED (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva)
Membro do Núcleo Brasileiro de Pesquisa do Helicobacter Pylori e Microbiota

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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