[the_ad id="288653"]

AMOR PELO FUTEBOL AMADOR

(*) Luiz Alves Lopes

Neste mês, em que a Liga de Futebol Amador de Governador Valadares completou 73 anos de existência, outdoors foram afixados em diversos pontos da cidade, dando conta de que recurso financeiro na ordem de R$ 350.000,00 estaria ou foi disponibilizado para o futebol amador da ‘terrinha’ de Serra Lima, mediante atuação política de dois representantes nossos na esfera federal. Palmas… Acreditamos tratar-se de emenda parlamentar. Que seja.

Tivemos uma pequena passagem pela vida pública. Apenas 43 anos, sendo 35 como servidor de carreira e 8 sofridos anos ocupando cargos de confiança. Aprendemos e vivenciamos algumas situações incômodas, desgastantes e de muito sofrimento. Ah! A chamada coisa pública… coisas do arco da velha, como diziam os antigos (tempos que não voltam mais, viu Toninho Coelho?!).

Entender de rubricas, dotações, verbas, suplementações, créditos especiais, empenho prévio, restos a pagar, verbas carimbadas, contrapartidas, convênios, aditivos, processos licitatórios, falta de disponibilidade de caixa, etc., etc., etc. Não foi mole não! Porém, tivemos o privilégio de conviver com Amora Chaves, Alain Lopes, Paulo Eustáquio e um mundão de gente boa e competente. Fomos salvos.

E o que tem tal narrativa a ver com o recurso com que foi contemplada a LIGA AMADORA DE GV? Tudo, tudo e muito mais. Trata-se de recurso público, originário do cidadão brasileiro e cuja aplicabilidade se sujeita à norma legal, afora determinados princípios da Carta do Doutor Ulisses, lançada em seu artigo 37, dentre os quais a publicidade e eficiência de atos e procedimentos.

Ainda que não sejamos conhecedores de todo histórico e trajetória da LIGA Amadora de Valadares – coisa para estudiosos e pesquisadores -, parte dela é por demais conhecida e vivenciada por muitos dos atuais amantes do futebol amador.

Teria havido feito maior que aquele realizado por MENDES BARROS, saudoso e inesquecível ‘ Barrão ‘, adquirindo terreno e edificando o consagrado Estádio da Liga, que merecidamente leva seu nome?

E o que fizeram praticamente todos aqueles que sucederam Mendes Barros? Se algum nome for declinado, certamente injustiça será cometida.

É bom evitar. Porém, o registro de que todos deixaram suas marcas e realizações positivas.

Apenas mais um registro: em determinado período administrativo da LIGA, em inúmeras oportunidades, um dirigente da entidade comparecia a programa esportivo que ocorria aos domingos, à noite, fazendo prestação de contas ao público em geral. Marcou e muito. Ficou o exemplo.

Afora a inatividade do futebol amador de Governador Valadares que se arrasta, quer nos parecer que a maioria de seus dirigentes cansou-se. Esmoreceu-se. Alguns envelheceram e se afastaram. Os novos… não os conhecemos.

Regra geral, recursos públicos, para serem liberados, são precedidos de assinatura de convênios, com exigência de inúmeros documentos, inclusive certidões negativas das três esferas (federal, estadual e municipal). Às vezes, plano de trabalho, incluindo projeto básico. A norma legal é sábia.

Para os incautos, projeto básico não quer dizer, necessariamente, projeto de engenharia. Nada mais é do que a definição do escopo do que se pretende realizar com a obtenção do recurso pretendido.

E por ser recurso público, analogicamente deve-se respeitar e observar os princípios do já mencionado artigo 37 da CF, dando a conhecer PLANO DE TRABALHO a ser desenvolvido na aplicabilidade dos valores apontados.

Afinal, os recursos são destinados a que mesmo? Obras ou melhorias no estádio? Uniformes para os clubes? Custeio de arbitragens? Regularização da situação de alguns clubes? Promoção de cursos de conhecimentos de normas que regem o futebol brasileiro? O que mais? A isso chamamos transparência e publicidade.

Por analogia à Lei de Licitações e Contratos, bom seria se fosse dado conhecimento ao grande público, aos dirigentes de clubes em especial, detalhamento do plano de trabalho que se pretende executar com os recursos anunciados.

Criação de uma comissão de acompanhamento seria, ou será medida salutar. Mínimo de 3(três) orçamentos para cada item executado, exigência de documentos revestidos de formalidades legais e uma boa prestação de contas seriam procedimentos que receberiam os aplausos de todos. Basta querer.

E se não for pedir demais, uma estátua ou busto de bronze do BARRÃO nas dependências da Liga sintetizaria a gratidão, admiração, carinho e respeito àquele que muito fez pelo futebol amador e varzeano de Governador Valadares.

(*) Ex-atleta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Conhecendo mais sobre as femtechs

🔊 Clique e ouça a notícia Igor Torrente (*) Por muito tempo, pesquisas e inovações tecnológicas ignoraram as diferenças de gênero, resultando em soluções que não se ajustavam completamente às

Recheio de infância

🔊 Clique e ouça a notícia por ULISSES VASCONCELLOS (*) Casa da avó. Início dos anos 90. Férias de janeiro. Calorzão. Um tanto de primos crianças e pré-adolescentes cheios de

Um olhar para os desiguais

🔊 Clique e ouça a notícia Luiz Alves Lopes (*) Salvo entendimentos outros próprios dos dias atuais, vivemos em um país civilizado em que vigora o Estado Democrático de Direito

Alegria de viver

🔊 Clique e ouça a notícia por Coronel Celton Godinho (*) Vivemos em um mundo emaranhado de conflitos entre nações, entre indivíduos. Já há algum tempo, venho observando as relações