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Francisco, uma esperança

(*) Luiz Alves Lopes

Conversas de boleiros, ex-boleiros e integrantes do mundo esportivo, em especial os do futebol: aproveita alguma coisa? Ou assemelham-se às de pescadores? Acreditamos que sim. Muita coisa boa acontece e muito há de proveitoso, inclusive solidariedade.

No mundo da bola, por muitos chamada de “Maricota”, sempre teve e continua tendo gente para todos os gostos. Confirma aí, Bolivar!

Neste período interminável de quarentena, forjou-se tempo para tudo, com aprendizado, reflexões e tomadas de posições e decisões até então impensáveis. Descobriu-se e constatou-se até que boleiros e ex-boleiros também pensam.

E o tempo foi e continua passando, com constatações assustadoras e estarrecedoras. Quanto tempo ainda estaremos reclusos?

O “bichinho” danado, que dizem originário da China, não tomou conhecimento de país algum, inclusive dos poderosos. Como dizem os bons comerciantes, trata-se de “um negócio da China”.

O Brasil, ciente e alertado com relativa antecedência do que estava por vir, programou-se e chegou a pensar que surpreenderia o mundo com medidas apropriadas para o enfrentamento da pandemia.

Todavia, complicou-se em função de grave crise política, afora a inviabilidade de concretização de importações de itens indispensáveis ao combate do vírus e seus efeitos. Leiam-se importações de máscaras, respiradores, testes, etc…etc. O desempenho não foi e não tem sido o esperado. Pelo contrário, assusta e é criticado aqui e lá fora. E há ainda previsões sombrias.

O decantado “pico”, que não é do Evereste, nem tão pouco da Ibituruna, segundo os entendidos, ainda está por vir. Faltará assistência aos desvalidos e menos favorecidos, eis que o glorioso SUS, com seus extraordinários profissionais da saúde, tem seus limites. Essa é a previsão dos profissionais que se dizem entendidos.

Como agora temos tempo para tudo, inclusive para pensar e refletir, vêm-nos à mente as farras das construções em demasia de gigantescos estádios para a Copa do Mundo, bem como desnecessárias obras faraônicas para a Olimpíada do Rio, inúmeras inacabadas, sem falar nos desvios da Petrobras. Certamente, algumas dezenas de hospitais, agora reclamados, se construídos, aliviariam muitas dores e sofrimentos. E inúmeras mortes não ocorreriam.

Brasil acima de tudo, DEUS acima de todos. Expressão real na sua plenitude ou mera frase de efeito para atender ao grande público? Não vamos polemizar. Fiquemos e fixemos na parte final de tal expressão: DEUS ACIMA DE TODOS. É o que nos resta neste momento de angústia, tensão e sofrimento. Invocar a misericórdia do Criador do Universo.

Na elaboração de políticas públicas, é preciso que haja verdadeira inclusão; é preciso dar passos construtores de relações de solidariedade com as gerações que nos antecederam. Infelizmente, a afirmação do paradigma tecnológico limitou em muito o conhecimento histórico, científico e humanista, ao passo que uma visão correta da história e do espírito com o qual os nossos antepassados enfrentaram e superaram os seus desafios poderia ajudar a humanidade na complexa aventura da contemporaneidade.

As sociedades humanas, as comunidades, os povos, as nações são fruto do fluxo da história, no qual se revelam identidades específicas em contínua elaboração. Perceber o nexo fecundo entre a evolução histórica de uma comunidade, sua vocação para o bem comum e a realização do humanismo solidário acarreta a formação de uma consciência histórica, baseada na compreensão da unidade indissolúvel, que leva os antepassados, os contemporâneos e as gerações vindouras a superar os níveis de familiaridade, para que todos se reconheçam igualmente filhos do único PAI, em um relacionamento de solidariedade universal.

No geral, os recursos são limitados e há grandes parcelas da humanidade que sofrem com a falta de instituições de apoio para o seu desenvolvimento. No Brasil não é diferente.

A elaboração de políticas precisa superar as armadilhas dos processos de massificação cultural, que produzem os efeitos nocivos de nivelamento e, com isso, da manipulação consumista.

Nos momentos que antecederam a pandemia por aqui, acreditou-se em relativo êxito com divulgação de medidas e procedimentos tidos como recomendáveis. Mas, porém, contudo, entretanto, a insensatez falou mais alto e a ciência foi derrotada (aproveitamento de comentário sobre Campanha da Fraternidade).

Sua santidade o Santo Padre o Papa FRANCISCO, durante todo o seu papado, tem maravilhado o mundo com dedicação impar em todos os sentidos, com postura corajosa de fazer inveja a todo tipo de liderança. Seu carisma é ímpar. Seu semblante penetrante. Transmite paz, sabedoria e esperança. Suas celebrações têm sido marcantes.

Foi dito pelo Papa: ”os pobres não são fatalidade inevitável: são produtos de nossas desorganizações. Não são eles figuras necessárias a formar uma sociedade variada e dividida em classes: são presença a denunciar a ausência do amor. Nem são o resultado de um misterioso desígnio de Deus. São, antes, a prova de nosso desrespeito pelos desígnios de Deus… E se a realidade dos pobres e dos famintos é consequência de nosso desrespeito pelos projetos de Deus, será corrigindo tais clamorosos desígnios que tudo voltará a ser como era no princípio…

Portanto, não basta darmos aos pobres uma resposta paternalista ou providencialista: a esmola pode ser alívio momentâneo, nunca remédio radical. Nem basta ‘saciar’ os pobres com a esperança de um além muito feliz. Para que tal esperança não vire ópio e alienação, é primeiro da fome do corpo que devemos tratar.

O problema do pão não é tanto dos famintos, quanto dos governos e, eventualmente, de todos nós. Mas é que os governos cochilam, enquanto nós teimamos em não aprender a arte de multiplicar. E olhem que não é tão difícil. É só libertar-nos de nossa injustiça, de nossa indiferença, de nosso egoísmo.”

E mais: “ser pobre no coração; reagir com humilde mansidão; saber chorar com outros; buscar a justiça com fome e sede; olhar e agir com misericórdia; manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor.”

Santo Papa FRANCISCO: em duas oportunidades, neste período de pandemia, telefonou para representantes da igreja católica no Amazonas e São Paulo, demonstrando sua preocupação e carinho pelos nossos, em especial para com os mais pobres. Neste momento difícil por que passa nosso Brasil, as orações de FRANCISCO sintetizam uma esperança para que o PAI seja misericordioso com a humanidade, com nosso país em especial. É preciso ter fé.


(*) ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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