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Leia na quarentena

por Walber Gonçalves de Souza (*)

                Inúmeras situações que ocorrem em nossas vidas são provenientes dos hábitos que adquirimos. E criar um hábito nem sempre é uma tarefa muito fácil; é preciso persistência, força de vontade, combater o comodismo, em muitos casos a preguiça; faz-se necessário sair da zona de conforto e reorganizar o próprio tempo.

                Muitas pessoas se organizam para pedalar ou frequentar academia – algumas vezes por semana tem um dia agendado; também, semanalmente, para reunir a turma para um jogo de carteado, sinuca, futebol, para encontrar com os amigos em um bar ou fazer aquele churrasco super animado; enfim, exemplos são o que não faltam para demonstrar os diversos hábitos que temos.

                E quem sabe não chegou a hora de adquirir mais um: o hábito de ler. O primeiro passo que sugiro é ler sem culpa. Mas como assim, ler sem culpa? Geralmente achamos que o bom leitor é aquele que lê livros grossos, com muitas páginas. Sugiro calma! Comece lendo revistas, blogs, sites de notícias, artigos de opinião, livros com poucas páginas, e, mesmo assim, leia apenas um capítulo por vez; vá devagar, mas sempre, enfim, se dê num primeiro momento a oportunidade de lidar com o ato de ler.

Ninguém começa a pedalar percorrendo grandes distâncias; temos que nos permitir evoluir, deixar o corpo acostumar. Com o ato de ler também é assim; podemos desenvolver paulatinamente o hábito da leitura. Basta apenas o esforço inicial.

Ler é bom demais, não há contraindicação e, sem sombra de dúvida, é o melhor remédio para combater a ignorância. Pois como diria aquela música infantil: “Quem lê sabe mais, muito mais, quem lê fica grande rapidinho, quem não lê vai ficando para trás…”

A leitura permite-nos conhecer opiniões, ver com os olhos dos outros, perceber detalhes que talvez tenham passado despercebidos, pois cada um de nós pode enxergar a vida de um ângulo.

A leitura abre o caminho da civilidade, desenvolve o intelecto, estimula a criatividade, aguça a curiosidade, mas, como tudo na vida requer também cautela, ponderação e equilíbrio, pois como diria São Tomás de Aquino, não podemos ser pessoas de um livro só. Portanto, ler sempre na mesma direção, que quer dizer as mesmas coisas de sempre, não nos permitirá crescer, pois estaremos apenas enraizando ideologias e/ou apenas uma forma de ver a vida.

Faz-se necessário diversificar a leitura, os tipos de livros, mesmo tratando de um mesmo tema. Só assim poderemos confrontar ideias, perceber opiniões distintas e ter argumentos para fortalecer a própria visão sobre as coisas e situações que nos cercam.

Aproveite a quarentena, adquira ou pegue emprestado com um amigo (mas não esqueça de devolver) um bom livro e comece a viajar pelo mundo das palavras. Confesso que até hoje não conheço sequer uma pessoa que tenha se arrependido.

(*) Professor e escritor

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem, necessariamente, a opinião do jornal.

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