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ENCONTRO SANSÃO: NOSTALGIA E EMOÇÃO

(*) Luiz Alves Lopes

Luiz Alves Lopes 

25 de dezembro – É natal. Comemora-se o nascimento do Salvador da humanidade. De todos nós.

No dia aprazado, na parte interna do Coopevale Futebol Clube, agrupamento de pessoas criadas, vividas, moradoras e ex-moradoras dos bairros Santa Terezinha e São Paulo, confraternizam-se no que denominaram XXX ENCONTRO SANSÃO.

Já dissemos neste pedaço que, quando aportamos em Valadares, no início da década de 60, residimos no bairro Santa Terezinha, na então rua 63, hoje rua Florianópolis. À época, rua desprovida de calçamento e de onde marchávamos até a avenida Minas Gerais para o trabalho na Prefeitura. No encontro, lá estivemos.

Bom rever Vander Burunga, Lula “Calanga”, Roberto “Burraldo” Sales Borges, Elias, Betão, Marcos Barcelos, Carlinhos Barata, Donde I e Donde II. E mais ainda: lembrar de Tião Batucada, do Elias Cachimbo, de Zé Mindinho, do Baratão, do Getúlio “Formiga”, do Nego “empenado”, do Pelezinho, do Dengo, do Chico Cego, do Quiri, do Gerson “Cabelo de Fogo”, do Luiz Bocão, do Hiran, do Manoel Procópio, do Aloísio Cordeiro, do Wanderley “Vandeca”, do Clóvis, do Zé Martins, do Chicão, do Kanela, do Zé Carlos, do Etiene, do Quebinha, do Douglas, do Valter, do Sr. Adolfo, do Vitorino, do Claudinho, do Sr. Nilton, dos Dutras, do ACACIBAS, do Zezé Grilo, do Ruizinho, do Pirão, do Túlio, do Adãozinho, do Zé Gomes, do Flamenguinho, do Jairo, do Léo, do Marcinho (também vindo de Tarumirim), do Zé Domingos e de um mundo de gente.

Ah! Esquecer de Antor Santana? Nem pensar!

Emocionante rever MANINHO, que aqui brilhou na mídia radiofônica e que hoje reside no Espírito Santo. Um dos maiores entusiastas na organização anual de evento. Deficiente físico desde o nascedouro, é portador de uma alegria e entusiasmo incomuns. Quando adolescente, com ele mais o mito JUVENAL e outros tantos, jogávamos futebol em terreno batido. Nós com os pés, ele com as mãos. Alegria incomum. Rir ou chorar?

Também no bairro Santa Terezinha conhecemos e convivemos com aquele que se eternizou como goleiro de primeira linha e recebeu o nome de Juvenário Araújo dos Santos: O JUVENAL. O Mito. O “cara”.

Como não lembrar que nas proximidades do Campo da Liga com o bairro São Paulo, ainda não urbanizado, campo irregular de futebol proporcionava ao Ypiranga e Gráficos a realização de suas partidas em finais de semana, em especial aquelas alusivas aos campeonatos varzeanos. E que aos sábados à tarde o SÃO PAULINHO, treinado pelo Kanelinha, ali também realizava seus jogos.

Foi no São Paulinho que iniciamos a prática do futebol em Valadares, passando a seguir a atuar nos “aspirantes” dos Gráficos (desde que tivéssemos chuteiras e calção, bem como atender ao horário de 12h30). Nos Gráficos conhecemos a dupla Sinval e Tião. Que maravilha! Campos inclinados, empoeirados (JK) e dimensão reduzida (Ibituruna), cercados por duas cordas e com policiamento de uma dupla de Cosme e Damião. Para completar, juiz de calça comprida. Felicidade para ninguém botar defeito.

Fora dos gramados (???), conhecemos de perto a Sapataria do “CHICÃO”, aquele do movimento… e que com sua gente ocasionou ou deu causa ao episódio que culminou na morte de importante fazendeiro. Tudo aconteceu na confluência dos bairros Santa Terezinha e São Paulo, divididos pela avenida A, hoje Pascoal de Souza Lima.

Voltando ao encontro, marcado pela simplicidade, nos permitimos refletir sobre determinados valores que estão em desuso ou à deriva nos dias atuais; rever um amigo ou mesmo colega de infância; trocar ideias ou ainda curtir “causos”; dar uma pausa para reflexão; aproveitar o período natalino para uma tomada de decisão; rever conceitos e posturas; analisar o que ocorre ao nosso redor. Onde podemos melhorar? Como podemos fazê-lo? De que forma?

Dizem alguns que a vida é bela. Outros, que o mundo é “cão”. Resta buscar o equilíbrio e agir com serenidade.

Louve-se as lideranças e organização do encontro através de Marquinhos Barcelos, do Roberto “Burraldo”, do Betão, do Jânio (sem política), do Carlinhos, do “velho” Barata e outros mais. Simplicidade, receptividade, sorrisos e muita animação. Belos exemplos a serem seguidos. Querer é poder.

Em relação aos bairros em questão, duas situações ou mesmo registros. O tempo passou e, ao contrário do que ocorria antigamente, quando Ypiranga (o primo rico) e Gráficos (primo pobre) movimentavam os domingos com envolventes participações no VARZEANO, tal não ocorre mais. O Ypiranga, em 1962, recrutou a quase totalidade do plantel do Pastoril, que agonizava, vencendo o certame varzeano em ferrenha disputa com o Independente no “estádio do poeira”. Proezas de Dorly Caldas.

Quanto aos Gráficos, um ideal de Antor Santana, acabou por transformar-se no BOTAFOGO de Osvaldo “Padaria” Lopes, Mendes Barros, Eloy e Cia. Ambos desapareceram do cenário esportivo local.

A outra questão, um tanto quanto pitoresca, era que rapaz de outro bairro, para namorar no bairro Santa Terezinha, tinha que passar pela aprovação dos “bambambans”. Ilariante. Cômica situação. Mas o pau comia sem dó e piedade. Coisa impossível nos dias atuais. Recordar é viver. 

(*) Ex-Atleta

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