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Conká e o racismo reverso

Ricardo Dias Muniz (*)

Caso ainda alguém queira viver na realidade, precisa saber o fato que ninguém é mau parecendo ser mau. Seria uma agressão muito óbvia se o maldoso mostrasse a maldade. Então, normalmente ela é travestida de bondade; só assim consegue enganar a muitos.

Nos tempos bíblicos, o sepulcro caiado serviu para ilustrar exatamente isso: aqueles que por fora são belos mas que por dentro são mortos, apodrecidos. Ao ponto que a aparência esconde tão bem a podridão, que, pasme, o próprio podre acredita piamente em sua beleza.

A cultura de pautas identitárias promovida por grupos de ativismo, como: feminismo, grupos antirracismo, militância gay e etc, tem esse efeito indissociável. Hoje funcionam como o cal que reveste muitos sepulcros. Acham que são bons por defenderem algo, mas esmagam impiedosamente qualquer um que pensa pouco diferente: cancelam, oprimem, ridicularizam, rotulam, desejam a morte, fazem todo tipo de maldade, sob a justificativa de estar agindo em nome do bem. Essa confusão cria aberrações, como a visualizada no famoso “reality show” Big Brother Brasil.

Observe que absurdo. Participantes querendo eliminar outros em razão da cor da pele (racismo). Outros sendo humilhados devido ao seu sexo (sexismo). Mas lá no programa se trata de negro praticando racismo reverso contra os brancos da casa, e de mulheres oprimindo humilhantemente um homem. Em nome da bondade de lutar pela “igualdade” racial e sexual, está justificado todo racismo e opressão, se for praticado pelo polo oposto. Então, brancos podem ser discriminados por negros e homens podem ser humilhados por mulheres? Claro que não!

A maldade está no fato de a militância identitária querer mudar o mundo antes de formar moralmente o indivíduo. Fazendo das pessoas instrumentos, um mero martelo ou foice, a favor da revolução. Evidentemente, um mundo bom não poderia surgir de pessoas horríveis. Concorda? A revolução cristã, por outro lado, se concentrou em mudar o indivíduo antes da sociedade, como, por exemplo, na passagem cuja recomendação é que, ao criticar o cisco no olho do outro, se deve primeiro retirar a trave que está nos seus próprios. Sobre o assunto, Jordam Petterson, filósofo canadense ainda vivo, é enfático ao dizer que, antes de mudar o mundo, devemos arrumar o próprio quarto.

Como consequência, vemos causas sendo defendidas com rigor militante, tudo para que o agente se sinta como um herói libertador da opressão, sem se dar conta da podridão do método. Estão mortos de consciência humana, caiados com beleza de ser aceitos por um grupo, revelando a carência existencial da militância identitária. Enfim, a maldade novamente se fazendo de bem.


(*) Ricardo Dias Muniz
Especialista em Gestão Estratégica, Engenheiro de Produção, estuda Direito e Ciências Políticas

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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