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Uma dura realidade e constatação

Encerrada a partida de futebol entre as seleções do Equador e do Brasil com um desfigurado 0x0, restou-nos, os amantes do esporte rei, a análise que redunda em triste constatação do que é hoje o futebol na terra descoberta por Cabral e na qual os ingleses introduziram a atraente modalidade esportiva.

Os sensacionalistas midiáticos tentaram vender-nos a ideia de que ANCELOTTI é portador de uma varinha de condão e que realizaria, de imediato, seu primeiro milagre na terra do samba e do carnaval, noves fora outras coisas. Não é bem assim. Diz aí Bolivar…

Quem é hoje o futebolista brasileiro que veste a camiseta amarela? Qual é o estágio atual do futebol brasileiro? É facultativa ou obrigatória a presença do futebolista brasileiro quando convocado a defender as corres de seu país? O fazem com alegria, entusiasmo, prazer e motivação? Ou apenas cumprem normas impositivas?

No país de Pelé e Garrincha, surgem craques como ‘nos antigamente’ através dos campos de peladas, dos lotes baldios, de terrenos abandonados e dos campos de várzea? Ou criaram uma legislação própria para países de primeiro mundo ou de grupos de milionários, inviabilizando minimamente um pequeno ganho dos clubes amadores/formadores? E a figura do ‘agente’, do empresário, do intermediador e do que não sei mais?

Alguém hoje consegue fazer os ‘antigos’ testes em clubes de expressão como antigamente, diligenciando pessoalmente? Ou depende do atendimento de uma série de normas e procedimentos, muitos deles impublicáveis e não republicanos?

Nos dias atuais, raríssimas exceções, quem vinga no ’futebol’ acaba se embrutecendo ou mesmo se tornando pessoa fia, indiferente e com propósitos e objetivos bem definidos: Viver a “la dolce vita”. Preferencialmente no exterior, em outro país. Dane-se o mundo que não me chamo Raimundo.

Como nossos futebolistas se destacam lá fora, em grandes clubes e em grandes competições e aqui suas atuações são medíocres, decepcionantes e revoltantes? Lá fora são tratados como profissionais comuns, de quem se exigem condutas, procedimentos e rendimentos. Há normas a serem rigorosamente cumpridas. Reparem no público presente aos estádios, suas condutas e maneiras de torcer. Lá fora a ‘coisa’ é séria.

A mediocridade implantada nos últimos anos na condução do futebol brasileiro, dentro e fora das quatro linhas, criou um comodismo e indiferença tamanha que nossos fracassos vêm sendo absorvidos com tamanha naturalidade, fazendo inveja a mequetrefes de plantão.

Terá Ancelotti entusiasmo, motivação e disposição para promover a reformulação que se faz necessária no futebol brasileiro buscando dar-lhe, no mínimo, competitividade? Os caciques mandatários, entenderão, permitirão e proporcionarão condições para que tal ocorra?

E os donos e donas de programas televisivos que provavelmente não sabem quantos ‘gomos’ tem uma bola, outrora chamada de ‘maricota’ e que o tal de ÉDSON chama de ‘meu amor’, saberão entender e recepcionar alguma proposta de planejamento a médio prazo ou simplesmente continuarão atirando para todos os lados e direções, defenestrando treinadores, dirigentes e futebolistas de forma irresponsáveis? A conferir…

Quanto aos futebolistas, saudades de grandes líderes como Waldir DIDI Pereira, do contestado DUNGA, do Piazza, do Doutor Sócrates, do Falcão, do ZICO, de Mauro Ramos, de Beline, de Nilton dos Santos, do Djalma Santos, do Gilmar dos Santos Neves, do ZITO, do MANÉ e do tal de ÉDSON que deslumbrou o mundo. E muitos outros que não foram poucos. Quantas saudades…

Aos atuais, bem que poderiam ter como atividade ‘assistirem’ no antigo canal 100, as travessuras praticadas dentro de campos pelos futebolistas do passado, procurando colocar em prática no moderno futebol de nossos dias. Se consagrarão, se o fizerem.

Do jeito que está, tristonha será nossa participação na copa do mundo do próximo ano. Dura a constatação de que o futebol brasileiro, nos dias atuais, tem dificuldades para obter classificação para a próxima copa, mesmo diante dos fraquíssimos adversários da América do Sul. Muito triste. Dura realidade.


(*) Ex-atleta

N.B. 1 – . No passado grandes clubes europeus se recusavam a visitar países da América do Sul para o enfrentamento do campeão da Libertadores em função da violência por aqui. Portuguesa de Desportos e Nova Iguaçú acabam de proporcionar espetáculo deprimente em partida da série D, dando razão ao que pensam de nós, de nossa conduta e nossa (in)disciplina.

FOTOS: Divulgação

N.B.  2 – Deixou-nos Valtinho, filho do lendário Walter ‘diabo loiro’ Melo. Integrante de uma das famílias mais tradicionais e queridas da Princesa do Vale, dela figurando, dentre outros, o lendário Luiz Cláudio do MIT, Marcelo Melo, Robinho, Marcos Valério e Paulo César.

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