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Que saudades dos bailes!!

Coronel Celton Godinho

Crônicas do cotidiano: Comportamento gera comportamento

Gosto muito de danças de salão, como bolero, mambo, rumba, tango, passo double, forró, samba, twist, enfim, esses ritmos musicais que sempre balançaram nosso corpo e alma, ao logo das últimas décadas.

Os bailes das décadas de 40 e 50 eram não só embalados pelos ritmos da época, como o bolero, mas tudo era muito estético, ritualístico e simbólico. As moças jovens, com seus vestidos longos, rodados, cintura justa, sapato de salto carretel, luvas; e os rapazes, vestidos com seus ternos de linho e sapato envernizado.

Havia as “dancing“, casas de dança que eram muito bem frequentadas. Meu saudoso pai, que era exímio dançarino, sempre mencionava os bailes bastante movimentados no Elite e no  Montanhês, no Minas Tênis Clube, Clube dos Oficiais e também dos sargentos da Polícia Militar na capital mineira.

Era uma época em que se dançava “junto“, com respeito, e as famílias iam para as mesas nos grandes salões de baile. As pessoas iam  para dançar, se divertir. Ah, e havia os bailes de debutantes, tradicionais, onde as moças, ao completarem 18 anos, “estreavam na sociedade”. Isso as que vinham de famílias mais abastadas!

Eram bailes animados por grandes orquestras, como Cassino de Sevilha, Tabajara, Românticos de Cuba, as “Big Bands” de Glen Muller, Tomy Dorsey, dentre outras. Meus genitores, que eram dessa época, frequentavam muitos bailes. Dançar era uma deliciosa diversão, e sem maldade alguma!

Nos anos 60, os bailes continuavam animados e os casais eram apresentados por amigos comuns. As vestimentas das moças e dos rapazes foram mudando um pouco. Iniciava-se a “Jovem Guarda“, muito inspirada nas mudanças ocorridas nos EUA, com o aparecimento de uma música “diferente”, o Rock in Roll. Além dos casais dançando juntinhos, e após muitas semanas de paqueras, conversas, poderiam dar-se as mãos, e em público, nada que pudesse causar escândalo.

Os bailes dos 70 são caracterizados pelos brilhos e cores, tecidos com fios metálicos e macacões. Os casais já não dançavam tanto mais “juntinhos“. As músicas já eram mais rápidas. Já nos anos 80, os bailes eram embalados por grandes equipes de som mecânico, com pistas de dança improvisadas e as vestimentas de moças e rapazes eram mais simples. Foi o tempo dos bailes improvisados nas garagens das casas, com o som de vitrolas. Fui a muitos bailes assim. Eram animados e inúmeros casais se formaram, namoros se iniciaram e até, após alguns anos, se transformaram em casamentos.

Adoro cinema! Desde menino, quando meu pai me levou para assistir a um filme num antigo cinema da cidade onde morávamos, pela primeira vez, meus olhos pequeninos brilhavam absurdamente!!

Para mim, o cinema está entre as grandes invenções do ser humano. É uma arte fenomenal! Retrata a própria vida na terra, de tudo que foi criado por Deus.

Em 1889, William Dickson, assistente do cientista e inventor Thomas Edison, inventou o cinetoscópio, possibilitando que no dia 28 de dezembro de 1895 os irmãos Auguste e Louis Lumiére realizassem a primeira exibição pública do mundo, dando início à história do cinema mundial. Para que se chegasse a esse resultado, vários inventos foram necessários.

Os homens das cavernas pintavam nas paredes seu cotidiano. A ideia do ser humano de produzir imagens em movimento remonta aos mito da caverna, utiliza o princípio das sombras para dar o efeito de imagens em movimento. A história do cinema está ligada à história da fotografia, pois com ela foi possível fixar uma imagem numa superfície de papel, ou placa de metal ou vidro.

A palavra cinema vem do grego “cine“ e significa movimento. E o sufixo “ágrafo” significa agravar, ou seja, o movimento agravado.

Desde o início, os inventores e produtores cinematográficos tentaram imprimir um som sincronizado às imagens, mas não conseguiram até a década de 20.

Os primeiros filmes não tinham som. Era o início do chamado cinema mudo, e o seu grande expoente como ator foi o brilhante Charles Chaplin.

Com o passar dos tempos, o cinema foi se desenvolvendo, até chegar aos dias atuais, finalmente com som, é lógico.

Ainda me recordo dos pequenos, mas aconchegantes, cinemas nos bairros da cidade onde fui criado.

Ah !!! Já ia me esquecendo que existia um funcionário dos cinemas, apelidado de “lanterninha”, que ficava com lanterna nas mãos a fim de ajudar aos retardatários das sessões para que se acomodassem em suas poltronas, sem incomodar os demais, já presentes.

E tinha os vendedores de pipocas, balas e “drops“ nas entradas dos cinemas! Era inimaginável assistir a um filme sem comer pipocas!!! Era “de lei“ assistir a uma sessão de cinema comendo pipocas.

Naquela época, se o filme não agradasse a gente, começávamos com as molecagens dentro do cinema, deixando os lanterninhas loucos. Se nos pegassem fazendo bagunça, a primeira vez era só uma “chamada de atenção”, mas se tivesse outra, era rua na certa!! Nos colocavam para fora! Mas era raro de acontecer, pois na maioria das vezes em que íamos nas matinês de cinema, as “fitas“ (como eram chamados os filmes em geral) eram boas e a gente se “aquietava”.

Mas aconteceu que, num dia de “fita“ muito ruim, resolvemos fazer bagunça dentro do cinema. O lanterninha ficou meio que atordoado, pois não conseguia identificar os autores dos gritos que partiam de todos os lados, até ele mesmo pedir para parar a exibição, para que a “plateia” estivesse tranquila e ele conseguisse finalmente identificar os bagunceiros. rsrsrsrs Até hoje deve estar tentando fazer isso.

Hoje já não temos mais os lanterninhas, e as salas de cinema foram para dentro de shoppings centers.

Ah, que saudade dos cinemas nos bairros com aquelas telas imensas!!

Mesmo com as empresas de streaming exibindo os filmes, a “telona“ magnífica dos cinemas continua firme, pois, afinal, ainda existem muitos amantes do cinema como eu.

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