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Parece que foi ontem

FOTO: Freepik

por Coronel Celton Godinho (*)

O tempo é como a morte, vem para todos, sem quaisquer discriminações! É um verdadeiro democrata. Para ele, sim, há igualdade!

Nestes tempos de revolução tecnológica e digital, parece que tudo está passando muito rápido. Quando estamos programando alguma atividade com muita antecedência, chega a data, parece que foi um suspiro, um ai… Os dias continuam a ter 24 horas; os meses, 30 ou 31 dias; e os anos, 365 dias, mas a sensação é de que são instantâneos.

Ainda hoje me recordo de minha infância muito feliz com os meus pais, as idas nas cachoeiras e nas praias durante o verão. Os passeios de carro nas cidades turísticas vizinhas à cidade onde morávamos. Enfim, eram tempos outros, em que poucos tinham aparelhos telefônicos em suas residências. Celular nem era imaginável! Víamos esse “trem” só nas séries de ficção científica, tipo Jornada nas Estrelas. Era coisa imaginada pelo cinema.

Recordo-me das matinês das discotecas para adolescentes, das nossas calças de “boca-larga”, dançando ao som das músicas do então famoso grupo Bee Gees, no embalo do filme de sucesso da época: “Os embalos de sábado à noite”. Como eram boas as matinês! Melhor ainda os bailes nas garagens. A cada sábado, era em uma garagem. Tudo entre amigos, sem maldade. Ah, e as meninas! Lindas e bem vestidas! Sempre rolava um romance a cada música de Diana Ross ou Kenny Rogers. Os mais novos nunca terão isso. Tempos de inocência, de meninices, de brincadeiras, dos programas televisivos e divertidos dos Trapalhões, do Fantástico Chico Anísio.

Eram tempos em que nossos pais ficavam conversando nas calçadas, enquanto brincávamos de queimada, polícia e ladrão e pique de esconder.

Dia de jogo do Botafogo era festa lá em casa. Todos “vidrados” na TV. Meu pai ainda ficava ouvindo o jogo em seu rádio de pilhas. Família de botafoguenses.

O tempo passou, os anos se passaram… Meu pai se foi! Mas o tempo não consegue uma coisa: apagar as nossas memórias. Ele é certeiro, rápido, mas deixa pra gente a saudade. Não aquela tristeza, mas a alegria de saber que tudo o que passamos valeu a pena. Mesmo o que nos desagradou é bom, pois são lições de vida, que nos auxiliam em nossa caminhada.

TUDO O QUE VIVEMOS VALE A PENA E PARECE QUE FOI ONTEM…

ESSE SENTIMENTO QUE O TEMPO PASSA MUITO RÁPIDO PARA NÓS, PENSO QUE É PARA LEMBRARMOS SEMPRE QUE VIVER VALE A PENA E QUE HÁ UM DEUS QUE TOMA CONTA DE NÓS!

Adoro literatura, e para ilustrar o nosso colóquio, deixo uma obra de Mário Quintana, escritor, falecido em 1987, aos 84 anos, sobre o tempo:

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará”.             

(Do livro Antologia Poética, de Mário Quintana, 1981)


(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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