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Novo vinho brasileiro | A exclusividade das vinícolas boutique

FOTO: Divulgação

por Marcelle Justo (*)

Quando iniciei minha pesquisa sobre os vinhos de inverno identifiquei de cara um assunto muito sedutor. É a tecnologia a serviço de uma indústria apaixonante. A técnica da dupla poda, que altera o ciclo natural da videira e desvia o período de maturação da uva, estendeu os limites da produção de vinhos, antes só realizada no Sul do país.

Com o aprimoramento da técnica, vinícolas começaram a pipocar entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Apesar de terem em comum a forma de cultivo da vitis vinífera (uvas europeias específicas para produção de vinhos finos), as vinícolas desenvolvem vocações distintas, boas para passeios ao ar livre, ideal para crianças, gastronômicas ou petfriendly.

Mas tem uma vocação que brilha mais ao olhar feminino: as vinícolas boutique! Acho que qualquer mulher fixaria os olhos na categoria, né, não? E, como somos muitas e de interesses variados, o conceito é, ao mesmo tempo, cativante e elástico. 

Em Nazário, no estado de Goiás, um dos motivos enológicos que faz da Casa Moura uma boutique é a introdução da Touriga Nacional nas garrafas. Casta muito comum no Douro e no Dão, elegantes destinos de Portugal, é ainda pouco difundida entre os vinhos de dupla poda. Nesta vinícola, o casal Waterloo e Edna Moura também produz cortes com Syrah, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Malbec, Tempranillo, entre outras. Em breve, as instalações que ficam no alto da Serra da Jiboia vão ganhar um wine bar e, em seguida, hospedagem.

Com vinhos premiados pela revista inglesa Decanter, a Casa Verrone, em Itobi (SP), também se denomina boutique. Assim como a Amana, na cidade de Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo. Está lá no site: “A Amana pode ser descrita como uma vinícola boutique, com uma visão muito definida em não medir esforços para a produção de vinhos de altíssima qualidade.” Pelo menos em mim desperta desejo de consumo imediato! Vamos às compras?

HARMONIZAÇÃO

Reza a tradição, o empadão goiano tem suas raízes nos pastelões de Portugal. Por ser feito em forma alta, tem a garantia de muito recheio. Com carnes e embutidos de porco e frango, podemos harmonizar com vinhos finos tintos da uva Touriga Nacional. Ou portugueses regionais, como os da Península de Setúbal, onde a uva Castelão é a principal e costuma estar em cortes com a Syrah e a Touriga Nacional.

DICA

Outro conceito utilizado pelos vinhos de inverno é o Mantiqueira to glass. Os produtores que usam o termo querem destacar a qualidade do terroir e suas singularidades. A vinícola Artesã, em São Gonçalo do Sapucaia (MG), faz isso com seus tintos “single-vineyards” de Syrah (feitos a partir de um único vinhedo): o Mar de Morros Syrah e o Íngreme. Além das especiarias como pimenta-preta e cardamomo e as características frutas negras deste tipo de tinto, os produtores ressaltam um mentolado sutil de folhas de araucárias, espécie típica da Serra da Mantiqueira. Os vinhos podem ser comprados por e-commerce.


(*) Jornalista e especialista em vinhos. Instagram @marcellejusto

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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