Olá, meus queridos irmãos e irmãs. Que a graça e a paz de Deus Filho, Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e o consolo de Deus Espírito Santo sejam a base e a fortaleza de sua caminhada aqui na Terra, mas com o olhar esperançoso do alcance da Pátria Celeste.
Esta saudação mais prolongada de hoje se deve a uma exaltação a Deus nas suas três pessoas, segundo o entendimento católico-cristão celebrado hoje.
Quando nos preparamos para celebrar a solenidade do Corpo de Deus (Corpus Christi), hoje a Igreja nos convida para a contemplação da totalidade de Deus.
Sim, talvez um dos maiores presentes de Deus para nós seja a liberdade que Ele nos dá para que O reconheçamos — ou não — manifestado na amplitude do Seu amor, ternura e misericórdia, ao apresentar-Se em três pessoas diferentes, não deixando “brechas” que desviem nosso olhar da grandiosidade de Sua divindade pela caridade.
Se voltarmos lá no Gênesis e analisarmos com olhar menos frio, vamos encontrar plena acessibilidade à percepção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Ora, Sebastião, como assim, perceber Jesus no Gênesis?
Isso mesmo. E olha que Jesus passou por apuros quando revelou esta verdade. Os judeus queriam apedrejá-Lo, por entenderem que estava blasfemando.
Podemos conferir lá no Evangelho de João. Jesus argumentava com os judeus sobre a Sua origem. Ele afirma que era o Messias, e que Abraão, o pai da fé, já tinha antecipado essa vinda. Os versículos de 56 a 58 do capítulo oitavo de João são muito importantes porque mostram que a fé em Jesus é um desenvolvimento da fé de Abraão, e que a Sua vinda era esperada e antecipada desde o início da história.
A revolta maior dos judeus se deu quando o Messias afirmou no versículo 58: “Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.” Esta declaração é fundamental no Evangelho de João e revela a identidade divina de Jesus Cristo, afirmando que Ele é eterno e pré-existente a Abraão. Ou seja, daí já se pode começar a compreender a natureza trinitária de Jesus. O Seu nascimento foi o cumprimento da profecia.
Rememorando, a frase “No princípio era o Verbo” é a primeira frase do Evangelho de João (João 1:1). Ela é fundamental para a teologia cristã e diz que o Verbo, que é identificado com Jesus, estava com Deus no início e era Deus.
Então acredito que já começamos a entender Jesus como uma pessoa da Trindade. Isto é inegociável.
A terceira pessoa é mais fácil ainda de entender. Não há como compreender o Criador com Seu Filho (o Verbo Encarnado), repletos de bondade e amor, se ali não houver a plenitude do Espírito, o que chamamos de Espírito Santo.
Todo o processo de amadurecimento da fé compreende também o espelhamento das dimensões do Deus que cria, orienta e nos dota de todos os dons necessários para que vivamos mergulhados nas águas das bem-aventuranças.
Isso mesmo: ao associarmos os sete dons do Espírito Santo, vamos aplicar facilmente todas as bem-aventuranças desejadas por Deus para a nossa perfeita jornada enquanto criaturas desejadas e amadas por Ele.
É quando o Pai se vale do Santo Espírito e a nós Se revela no Filho.
Pode até ser um pouquinho complexo, mas é a maravilha de Deus que nos nutre com o alimento da paz, da esperança e da caridade.
Mas esta manifestação trinitária de Deus está muito além de ser uma mera junção de poderes ou de santidade. A Santíssima Trindade é a expressão do amor e da comunhão de Deus consigo mesmo, e é também um modelo para a relação entre os seres humanos.
Um dos pilares fundamentais da fé cristã, a Trindade é o ponto de partida para a compreensão da relação entre Deus e a humanidade. É uma doutrina que foi desenvolvida ao longo da história da Igreja, a partir de estudos e reflexões sobre as Escrituras.
Encerrando, transcrevo palavras de Santo Inácio, bispo de Antioquia (107), mártir em Roma, que afirmava:
“Vós sois as pedras do templo do Pai, elevado para o alto pelo guindaste de Jesus Cristo, que é a sua cruz, com o Espírito Santo como corda” (Carta aos Efésios 9,1).
“Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos Apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus.”
Logo, a Diviníssima Santidade de Deus assim se constitui em benefício da nossa conduta, enquanto criaturas moldadas para também buscarmos tal santidade.
Um santo domingo a você e sua família.
Fraterno abraço.
(*) tiaoevilasio1@gmail.com
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