[the_ad id="288653"]

A sina de Charles de Gaulle

Ainda que não corresponda a realidade, não sendo verdadeira, a célebre frase atribuída ao político francês Charles de Gaulle, em 1.963, de que “o Brasil não é um país sério”, leva à triste constatação de que independentemente da autoria, corresponde ela à nossa dura realidade.

Para os desavisados ou mesmo desinteressados, sua autoria é do brasileiro Carlos Alves de Souza Filho, embaixador brasileiro em Paris, no início dos anos 60, quando após sair de encontro com o estadista francês, ao ser entrevistado por jornalista brasileiro, acabou se expressando de forma atabalhoada e impensada, pronunciando a “pérola” em questão.

Não vamos falar do atual imbróglio do INSS em atenção às rígidas normas baixadas pelo douto e culto Bolivar Caio de Magalhaes, atento a tudo e a todos, no que concerne às inserções de textos e opiniões em grupos os mais diversos, com participação de atletas da velha guarda. Regras são regras. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Vamos nos ater apenas e tão somente ao futebol brasileiro e seus ‘donos’, em especial à dona CBF – Confederação Brasileira de Futebol, seus mandos, desmandos, nuances e falcatruas para todos os gostos. Quando irão chamar a polícia se é que tal medida será tomada?

O que é o futebol para o sofrido povo brasileiro? Qual é o verdadeiro torcedor de futebol no Brasil, raríssimas exceções? Quem efetivamente frequenta os estádios de futebol no Brasil em decorrência dos atuais preços dos ingressos e despesas acessórias? A riqueza e ostentação dos camarotes contrasta com a real situação financeira do verdadeiro torcedor, aquele da geral, que se alimenta do tropeiro e pão molhado, adicionado de refrigerante de marca inferior quando dos intervalos dos jogos de seu time do coração.

Qual a política para o esporte – para o futebol em especial – em nosso país? A quanto anda o Estatuto do Torcedor? Está atualizado? Tem sido respeitado? Alguém ainda se recorda da tentativa do BOM SENSO FUTEBOL CLUBE? Defenestraram Rogério Ceni, Paulo Roberto e alguns outros sonhadores. Contrariaram interesses dos poderosos.

Qual tem sido o posicionamento da grande mídia em relação aos escândalos de dona CBF noticiados pela revista do Piauí? Silêncio sepulcral. Têm, também, seus interesses atrelados à entidade maior do futebol brasileiro. Pobre futebol…

Acaba de ser divulgado o Balanço da Entidade relativo ao ano de 2.024, dele constando valor de um bilhão e quatrocentos milhões aplicados, com rendimento de 12% ao ano. Dele consta receitas e despesas para todos os gostos, incluindo todo tipo de falcatrua e maracutaia.

A remuneração(?)de cada Presidente de Federação Estadual(todas), do repasse financeiro para cada uma das Federações mencionadas, convênios e contratos espúrios com gente de todo o tipo, inclusive alguns tidos como notáveis, são revoltantes, abomináveis e desanimadores.

Passada a reação inicial com a divulgação de tantos procedimentos e condutas revoltantes, muito tímida por sinal, a famosa operação abafa” foi instalada e do escândalo pouco se diz, pouco se comenta; já não há mais indignação, não ocorre um posicionamento firme de quem tem o poder de comandar os veículos de comunicações de nosso país.

Como desgraça pouca é bobagem, surge agora o episódio da imposição da camisa VERMELHA como sendo uniforme opcional da seleção canarinha, em detrimento da vitoriosa camisa AZUL da Suécia em nosso primeiro título mundial. É dose para arrancar o talo do quiabo.

Na bagunça geral, o escrete brasileiro não tem um comandante e a vaidade e mediocridade do presidente da CBF o faz se ajoelhar perante o consagrado e competente Carlo Ancelotti. Saudades de dirigentes do naipe de um PAULO MACHADO DE CARVALHO, o grande comandante/chefe da delegação brasileira em 1.958. Bons tempos…que não voltam mais.

Verdadeiramente quando se fala em futebol, “o Brasil não é um país sério”. Querendo ou não querendo, a sina do estadista francês corresponde a tudo de podre que ocorre no futebol que um dia já foi o melhor do mundo. Não o é mais. Quanta a autoria da frase, em termos de desabafo, tinha que ser de um brasileiro. Amém.


(*) Ex-atleta

N.B. 1 – Na semana próxima passada partiu ao encontro do PAI o senho Walter Gomes, pessoa de bem, alegre, prestativo, participativo e amante do esporte. Exemplar pai dos extraordinários Túlio e Júnior Gomes, dos bons tempos do Colégio Ibituruna, na década de 80. Missão cumprida. Combateu o bom combate.

FOTOS: Divulgação

N.B.  2 – Sonhamos com a melhoria dos presídios brasileiros ante a notícia de que Collor de Melo iria cumprir pena corporal em estabelecimento previsto em lei. Certamente haveria melhorias nas instalações em função de seus clamores. Ledo engano: vai cumprir sua pena(?) em cobertura de 600m2 em área nobre de Alagoas. Voltamos à estaca zero… Este o nosso Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Uma dura realidade e constatação

🔊 Clique e ouça a notícia Encerrada a partida de futebol entre as seleções do Equador e do Brasil com um desfigurado 0x0, restou-nos, os amantes do esporte rei, a

Sobre carros, gibis e pulgas…

🔊 Clique e ouça a notícia Eu me debatia de um lado para o outro, tentando de todas as formas acabar com aquela coceira terrível. Acontece que meus “coleguinhas” da

Um time, um clube e uma instituição… no limbo

🔊 Clique e ouça a notícia Faz muito tempo, em nosso tempo de criança, em especial das originárias de famílias de menor poder aquisito, predominante nos distritos, povoados, aglomerados, guetos