Dileymárcio de Carvalho (*)
Depois da postagem de um dos meus artigos aqui no Diário do Rio Doce Online, recebi entre muitas mensagens, uma que resolvi fazeruma análise aqui no nosso espaço Inteligênciade Carreira: “Dileymárcio, descobri que vivo um “turbilhão” de emoções negativas no meu trabalho. Gosto da minha profissão, mas tem sido cada vez mais difícil não viver uma “montanha-russa diária”.
Muito importante esse registro de um internauta. A pessoa ainda trouxe detalhes sobre a rotina na empresa, mas que não vou citar aqui. De qualquer forma, vai aí um pouco do perfil profissional dela: 28 anos de idade, cinco de formada, segundo emprego na área em que se graduou. Empresa de porte médio, gestão familiar não atualizada com as questões da individualidade psíquica e emocional dos colaboradores, além da falta de processos definidos parao administrativo e comunicação.
Então, viver esse “turbilhão de emoções”negativas pode estar relacionado às questõesenraizadas na própria cultura de segurança psicológica da empresa. E, principalmente nesse momento em que mundialmente choramos a partida de pessoas próximas causadas por uma pandemia, a intensificação com o cuidado emocional também é uma emergência.
Trago então, um pouco da proposta da Psicologia Positiva, a qual é uma das minhas áreas de especializaçao: para os estudos dessa abordagem psicológica, para que possamos viver uma vida fluida e nos aproximar da felicidade (e é preciso ressaltar que ela é subjetiva), a pessoa precisa viver pelo menos 3 emoções positivas para cada 1 emoção negativa ao longo do dia.
Pode até parecer uma conta lógica, se eu tenho mais momentos bons em relação aos ruins, eu vou me sentir bem em uma área específica e impactar por causa do bem-estar, outras áreas da minha vida. Mas o grande alerta que a Psicologia Positiva apresenta com o instrumento “Escala da Felicidade”, é sobre o impacto que uma emoção negativa tem: ela tem três vezes mais peso em relação a uma emoção positiva. Consegue fazer uma análise da comparação?
Então a gente precisa considerar a própria sanidade mental da pessoa em um ambiente desenvolvedor de sentimentos e emoções negativos. O desafio primeiro é com a empresa em identificaro que no ambiente gera essas emoções negativas e mais do que isso, reconhecer e enfrentar. Mas se isso não é feito pela empresa, eu preciso tomar a posição de enfrentamento emocional positivo frente ao negativo.
E o caminho é aprender como sentir e agir diante de algo que não é meu, ou seja: eu não sou o responsável pelo comportamento desequilibrado do outro, e por isso, não vou me impactar emocionalmente com uma emoção negativa. Mas para esse nível de elaboração dessas possíveis circunstâncias negativas, é preciso treino emocional. E é isso que eu trago aqui e indiquei para o leitor da coluna.
O treinamento emocional funciona e ajuda a organizar o impacto de sentimentos e emoções que são gerados em nós. Uma dica prática aqui é modular a força da emoção que no ambiente do trabalho, mesmo que estressor, me traz emoções positivas. Isso não significa um conformismo com a situação, mas é um ato psicológico preventivo de sua parte. Aí eu uso isso como recurso psicológico. Mas quanto a empresa, ela precisa também ser chamada à responsabilidade sobre o quanto ela permite esses impactos emocionais negativos na vida de seus colaboradores.
(*) DILEYMÁRCIO DE CARVALHO
PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL/ CRP:04-49821
EMAIL: contatos@dileymarcio.carvalho.com.br
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