Luiz Alves Lopes (*)
De repente, mais do que de repente, a diretoria do Esporte Clube Democrata vem a público e divulga nota oficial esclarecedora, dando conta de que a agremiação valadarense desistiu de participar do campeonato brasileiro da série D, nesta temporada de 2.024.
A nota é longa, elucidativa e esclarecedora, parecendo revestida de veracidades que indicam, apontam e demonstram a inviabilidade da PANTERA em fazer frente as despesas que chegam a um patamar elevadíssimo, contrastando com receitas tímidas, diminutas e insuficientes para um razoável equilíbrio financeiro.
0 torcedor alvinegro, o verdadeiro, apaixonado e entusiasmado, aquele que coloca a paixão a frente de tudo, demonstra sua insatisfação, descontentamento e indignação, o que é compreensível e aceitável, eis que não é conhecedor das ‘mumunhas’, bastidores e entranhas de um negócio chamado futebol profissional.
Historicamente o clube valadarense sempre se alicerçou em pessoas de posses, outros tantos apaixonados, às vezes sacrificando negócios, atividades e até mesmo famílias, demonstrando amor incomum ao clube da rua Osvaldo Cruz. Citar nomes é correr riscos…
Crises as mais diversas sempre fizeram parte da trajetória do clube, as financeiras sempre foram constantes e desafiadoras, nem sempre conhecedoras do grande público. Lágrimas, sangue e suor integram uma história bonita a ser contada.
Não é de hoje que um filho ilustre da cidade que já foi princesa e hoje é uma senhora rainha envelhecida carrega “nas costas” o clube do coração, com pouquíssimas e insuficiente ajudas e participações de uns poucos. Certamente que o desembolso anual é de assustar.
As mudanças e transformações que se operaram no outrora esporte das multidões, hoje negócio para profissionais investidores, cujo único propósito é o enriquecimento a qualquer custo, não importando os métodos e critérios, levaram e continuam a levar para o túmulo agremiações tradicionais espalhadas por este Brasil varonil.
Pelas bandas da região leste das Minas Gerais e suas adjacências, o que falar do Esporte Clube Caratinga, do América de Caratinga, do Acesita Esporte, do Valério de Itabira, do Fluvasan de Manhuaçu, do Grêmio de João Monlevade, do Siderúrgica de Sabará, do Concórdia de Teófilo Otoni, do Ideal de Coronel Fabriciano e de tantos outros?
A bela Governador Valadares é uma cidade rica, pujante, em franco desenvolvimento, com grande poder aquisitivo de seus moradores/habitantes? Dotada de serviços públicos de qualidade nas três esferas governamentais?
Qual é a população da cidade? 0 clube Pantera dispõe de razoável quadro de sócios contribuintes ou mesmo sócios torcedores? Dispõe ainda de um número mínimo e razoável de patrocinadores? 0 que ao clube é oferecido pela Federação Mineira de Futebol?
Especificamente em relação ao campeonato brasileiro de futebol da série D, o que oferece a dona Confederação Brasileira de Futebol, desprovida de um planejamento sério e infestada de pessoas incompetentes, alguns der condutas reprováveis e criminosas?
Se união e alinhamentos houvessem entre os dirigentes de clubes no futebol brasileiro, com todos sentados ao redor de uma mesma mesa, certamente se chegaria a uma fórmula de disputa que a todos atenderiam, contemplando-os com recursos financeiros existentes ou disponibilizados, porém abocanhados pelos clubes poderosos. Gananciosos…
No geral, ainda que triste e dolorosa, correta a atitude da direção do representante maior de Governador Valadares. Aos questionadores a oportunidade de se inteirarem dos desafios e dificuldades em comandar um clube de futebol profissional no interior do país.
(*) Ex-atleta.
N.B.1– Muito equilíbrio na parte de baixo do campeonato mineiro de futebol profissional nesta temporada. É preciso pontuar aqui e acolá com o objetivo maior de se manter na elite do futebol do Estado.
N.B.2 – Nos últimos dias perdemos DEQUINHA, da velha guarda futebolística. Recluso nos últimos anos na vizinha Frei Inocêncio, foi volante dos bons, atuando ainda na zaga sem fazer feio. Que o Criador o receba em seus braços.
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