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UMA MEDALHA DE OURO… COM GOSTO DE ‘LATA’

por Luiz Alves Lopes *

“Sargento manda no cabo, o coronel no capitão…”. Trecho de uma marchinha dos carnavais de antigamente, em que predominavam pureza, ingenuidade e alegria contagiantes. Bons tempos para se viver, viver intensamente.

Pois é, no Tiro de Guerra nos ensinaram Justiça, Disciplina e Sinais de Respeito, sendo certo que hierarquia é norma que deve ser respeitada em todas as etapas da vida.

Só que, no mundo dos humanos, uma determinada categoria cognominada de atleta de futebol profissional acredita que está acima do bem e do mal, podendo tudo fazer como se deuses fossem. Raça de víboras, desqualificados e dignos de dó.

Acabamos de sair de mais uma edição dos Jogos Olímpicos, com resultados bons ou no mínimo satisfatórios. Alguns imprevistos ocorreram, porém, próprios de competições. Quando o nível é altíssimo, então, tudo pode ocorrer…

Na competição em comento, normas são definidas por um tal de Comitê Olímpico Internacional – COI, às quais devem se sujeitar os partícipes de todos os países, cada um tendo o seu Comitê Olímpico. No Brasil varonil, o Comitê Olímpico do Brasil.

Assim, o Comitê da terra de Cabral oficializou, em consonância com o organismo internacional supracitado, como sendo da empresa chinesa PEAK a sua patrocinadora.

A seleção brasileira de futebol masculino, praticando razoável futebol, acabou vencendo a Espanha na partida final, tornando-se vencedora da competição e alcançando a medalha de ouro.

Entretanto, em atitude reprovável, todos os integrantes da seleção de futebol masculino despiram-se da blusa de agasalho com a marca ou publicidade da empresa PEAK, amarraram na cintura, deixando à mostra na camisa que utilizavam publicidade de empresa contratada pela CBF. Tinha que ser a CBF…

Em tal sentido, em comunicado, o Comitê Olímpico do Brasil assim se expressou: “O Comitê Olímpico do Brasil repudia a atitude da CBF e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino”.

Galvão Bueno, super antipatizado, tomou partido e disparou: “Lamentável em todos os sentidos”. Foi aplaudido e acompanhado em seu comentário.

Bruno FRATUS, atleta comum, medalhista em Tóquio, disparou:” Foram inconsequentes. Eles podem prejudicar em muito a sequência de pessoas, de atletas, que precisam muito desse amparo de patrocinador”. E continuou: “Brilhante a conquista, fantástica mesmo. Lamentável a atitude de não usar o uniforme”.

“Estão completamente desconexos e alienados. Não fazem parte do time e não fazem questão. Estão completamente desconexos e alienados às consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles”, voltou a repetir”.

Alguém mais comentou: “O grupo de futebol, na realidade, foi um grupo paralelo em relação aos demais integrantes da delegação do Brasil. Milionários que são, não estão nem aí para os demais mortais.

A seleção também confrontou o COI-Comitê Olímpico Internacional, que permitia apenas 18 atletas subirem ao pódio. A seleção afirmou que só aceitaria participar da cerimonia se os 22 jogadores fossem autorizados. Foi o que ocorreu…

Líder ou pseudo-líder, querendo ou não querendo, Daniel Alves – o velhinho do grupo, cheio de histórias e guéri-guéri, dono da verdade, moralista, mostra e demonstra quão pequenez é a conduta da maioria dos atletas de futebol profissional no Brasil.

Falta humildade, falta posicionamento, falta liderança sadia. Os brasileiros, liderados por Dani Alves, mostraram para o mundo que arrogância e prepotência têm sido marcas registradas no país que já praticou o melhor futebol do mundo. Já foi… já era…não é mais.

Quem sabe, rever conceitos, normas e posicionamentos e voltar ao passado, limitando idades de 16, 17 ou 18 anos para integrantes de seleções de futebol masculino nas olimpíadas, seria uma razoável solução?! Quanto à CBF… dá náusea. A medalha conquistada foi de ouro… mas com gosto de lata de má qualidade.


(*)Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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