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UM ‘TEMPINHO’ PARA DEUS

(*) Luiz Alves Lopes

No passado ano de 2020, surpreendidos os dirigentes esportivos de todo o planeta, eis que, tomados pela pandemia do ‘corona’, improvisaram e buscaram fórmulas mágicas para encerrar as competições em andamento ou mesmo fazer cumprir calendários já elaborados. Com o futebol não foi diferente.

Ainda que engasgados e contrariados com a ausência de público nos estádios, mediante protocolos discutíveis, os cartolas impuseram suas vontades, a bola rolou, infecções ocorreram e as competições se realizaram e findaram. A grande mídia gostou.

Conhecidos gravidade e alcance da doença, esperavam-se estudos e debates maiores em relação ao calendário do vigente ano de 2021 – eis que os números do ano anterior assim recomendavam. Infecções, sequelas e mortes ocorreram em patamar inimaginável.

Para surpresa geral, o ano virou, debate ou reflexão nem pensar, descanso não houve e tudo ficou como “dantes no quartel de abrantes”: Regionais, Segundonas e Terceironas, Super Copa do Brasil, Super Copa Sul Americana, Copa do Brasil, Eliminatórias para o Mundial, Brasileirão séries A, B, C e D, Copa Libertadores e Copa Sul Americana. Ah! Como ninguém é de ferro, toma lá mais uma edição da Copa América de seleções.

O mundo gira, o ‘MEL’ ilumina e o CAPITAL domina. Karl Marx via o capitalismo como sendo um sistema gigantesco por meio do qual o tempo do trabalho empregado primeiro é transformado em lucro e do lucro em CAPITAL. E que enquanto o tempo do trabalho pertencia ao trabalhador, o capital seria propriedade do capitalista (FUSDELD-2003).

O atleta de futebol, outros profissionais dos clubes e seus funcionários são trabalhadores? Individualmente ou através de suas associações e sindicatos, afora agentes e outros procuradores, são efetivamente assistidos na plenitude? São ouvidos? Se posicionam?

O futebol virou um grande negócio, inclusive na China… e foi “tomado” pelo Capital. Foi-se o tempo do romantismo, do amor à camisa, das juras de amor. Nos dias atuais, busca-se faturar, faturar e faturar.

Alguém quer saber de Castilho, Píndaro e Pinheiro? De Garcia, Tomires e Pavão? De Nilton Santos, Mané e Didi? De Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe? De Piazza, Dirceu e Tostão? De Zizinho? De Ademir da Guia e tantos outros monstros sagrados do futebol brasileiro?

O mundo gira… a pandemia persiste, tem matado sim muita gente, organismos internacionais ditam normas e orientações e as autoridades (sempre elas) vão levando em banho maria. As mortes são detalhes.

O grande líder Papa Francisco bem que tenta, pede, conclama, implora, mas pouco tem sido atendido.

A história da humanidade registra a existência de grandes líderes que fizeram acontecer, muitas vezes apenas e tão somente por posicionamentos firmes em relação a determinadas demandas ou situações.

No futebol, altamente desigual, tem uma ‘casta’ de gente importante, ou tida como tal, que se mantém distante e indiferente aos problemas sociais, aos momentos de conflitos e de situações difíceis como a que atualmente ocorre.

Nos últimos dias muito se disse, comentou e ‘fruticou’ em relação aos atletas da seleção brasileira e comissão técnica que estariam na eminência de não disputar a Copa América que será realizada na Terra de Cabral. Hipóteses não confirmadas vieram à tona e frustraram os fofoqueiros de plantão.

Mas algo “tênue” ficou no ar. Algo foi pensado pelo grupo, não se concretizando. É provável que a semente tenha sido plantada. Se será regada é outra história.

Que bom seria se os grandes craques, os que pensam que são grandes craques, os ex-craques que enriqueceram nosso futebol e outros tantos envolvidos no mundo do esporte das multidões “tirassem” um tempinho para Deus e olhassem ao redor. Certamente se posicionariam.


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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