Como já comentado anteriormente, produtiva, oportuna e merecidíssima a homenagem feita pela Confederação Brasileira de Futebol aos Deuses campeões mundiais de futebol de nosso país por ocasião de partida realizada no Maracanã, válida pelas eliminatórias da América do Sul. Há quem diga, com razão, que na realidade a Entidade é que foi homenageada pelas presenças marcantes e ilustres de nossos verdadeiros ídolos eternos.
Nos registros oficiais estão os nomes de Dino Sani, Mazzola, Moacir e PEPE como os remanescentes vivos da primeira conquista de 1.958, na Suécia, ocasião em que o mundo conheceu Édson Arantes ‘PELÉ’ do Nascimento e Manoel Francisco ‘GARRINCHA’ dos Santos. Bom seria se Neymar tivesse a humildade de assistir alguns vídeos ou documentários relativos a jogos de tais personagens. Aprenderia muito sobre um tal de futebol e sua arte.
Mazzola e Dino Sani provavelmente residem na Itália e Moacir reside no Equador. Assim, por ocasião da homenagem já mencionada, do grupo de 1.958 apenas José Macias – o PEPE, figura lendária, querida e idolatrada com todos os méritos pelo torcedor do Santos Futebol Clube, com muita lucidez do alto de seus 90 anos, se fez presente.
Nos avanços da modernidade dos dias atuais são exibidos em quantidade e qualidade documentários para todos os gostos, inclusive esportivos, registrando e dando ênfase a conquistas memoráveis, insucessos também, afora trajetórias interessantes de nossos saudosos ídolos e de nossos clubes.
Nas dependências da CBF, PEPE foi um dos mais falantes sob olhares atentos dos integrantes de outras gerações, também vencedoras, afora a curiosidade e interesse dos novos dirigentes, de integrantes da nova geração da mídia, todos ávidos em tudo documentar porque o que é bom deve ser preservado e não esquecido. Muito simpático e falante o senhor PEPE.
Provavelmente pegando carona no evento da CBF, aflora em intensidade a exibição de documentários registrando as conquistas de DUAS Libertadores e DOIS Mundiais pelo Santos Futebol Clube, os últimos diante dos desconhecidos MILAN da Itália e BENFICA de Portugal, no qual atuavam Euzébio, Coluna e muitos outros.
No primeiro título mundial, derrotado na primeira partida na Itália, coube ao Maracanã, debaixo de uma chuva torrencial ser palco da segunda, com os visitantes abrindo 2×0 na etapa primeira. No limiar da segunda etapa, com ‘dois petardos’ de Pepe na cobrança de faltas, um de Lima e outro de Almir, os brasileiros venceram por 4×2 e provocaram a realização de uma terceira partida, realizada dois dias depois, em que foram os vencedores por 1×0.
José Macias – o PEPE, também conhecido como o “Canhão da Vila”, atuou somente pelo Santos Futebol Clube, participando de 741 jogos e marcando 403 gols, figurando na prateleira de cima dos maiores ídolos do clube da baixada santista, certamente o MAIOR de todos dentre os viventes. Depois do REI, certamente o seu maior goleador.
Pepe, pela idade e por tudo que fez e que representa para o futebol brasileiro muito mais do que a homenagem coletiva recebida, é merecedor de algo mais. Na entrada da cidade mineira de Três Corações há uma charmosa estátua de Édson Arantes do Nascimento – o Rei Pelé. Homenagem mais do que merecida. Em algum lugar deste país continental, certamente que caberia bem a estátua do senhor José Macias – PEPE – O CANHÃO DA VILA.
Por ter figurado na fantástica esquadra do Santos por anos e anos, PEPE ao lado dos demais extraordinários craques como Zito, Gilmar, Calvet, Coutinho, Dorval, Mengálvio Lima, Almir e tantos outros, acabou, como todos, listados como ‘coadjuvantes’ eis que na equipe, reinava e reinou um protagonista cognominado, com razão, de Rei do Futebol.
Há de se reparar e a história registra que, nos dois jogos do Santos frente ao Milan realizado no Maracanã, ausentes no clube santistas alguns jogadores importantes, inclusive o REI, cabendo a José Macias fazer a diferença assinalando dois gols na épica vitória de 4×2 e que provocou a terceira e decisiva partida.
Das coisas boas e marcantes do futebol brasileiro a lembrança de pessoas do bem, éticas, competentes, produtivas, educadas, alegres e que escreveram páginas interessantes e positivas da história do esporte das multidões, aqui trazido por Charles Miller.
José Macias – O PEPE -, o Canhão da Vila, faz parte de um seleto grupo de pessoas que dignificaram a pratica sadia do esporte das multidões em nosso país, exemplo a ser seguido por todos, em especial pelos iniciantes que almejam chegar ao estrelato. Senhor PEPE o alcançou com dedicação respeito e muito trabalho. Um vencedor que merece a admiração e aplauso de todos nós.
(*) Ex-atleta
N.B.1 – Repugnante o que vem ocorrendo em determinados jogos de futebol em nosso país, quando o assunto é arbitragem. A regra vale para alguns, para outros não. Dignidade, personalidade e conduta social passam longe de nossos árbitros.
N.B.2 – Os demais atores envolvidos em partidas de futebol – atletas, dirigentes, comissões técnicas e corneteiros, também em nada colaboram. Falta-lhes educação, civismo e outros valores presentes em plagas distantes.
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