A gente nasce, cresce e fica depois com uma vontade danada de voltar aos tempos de criança. Será para voltar à juventude – na qual não tínhamos preocupações com contas a pagar, emprego, casamentos e filhos -, ou, simplesmente, para o retorno aos tempos de criança? Não sei se todos pensam assim, mas vou falar o que penso sobre o assunto neste singelo [mas sincero] colóquio.
Nasci num lar simples, formado por pessoas muito simples e trabalhadoras, onde o maior sonho era formar uma família cristã. Meus pais não tinham a “faculdade”, e minha mãe só conseguiu terminar o antigo curso primário. Meu pai, depois de mais um bom tempo, já quando éramos adolescentes, se formou em Direito, pois tinha a intenção de advogar após a sua aposentadoria como policial militar.
Sou o primogênito de três filhos, e sempre fui muito sonhador, mas sempre com os “pés no chão”. Aprendi cedo que todo sonho de realização tem de ser precedido de árduo trabalho. Acredito que Deus ajuda aos sonhadores, faz a parte dele, mas temos de fazer a nossa.
Nunca tive sonhos de grandeza, como ser rico e ter muitos bens. Um amigo de infância dizia que eu era muito econômico nos meus sonhos, e que era bobagem, pois os sonhos não custam nada, são de graça!
Coisas simples
Quando era menino sonhava com coisas tão simples. Sonhava que meus pais deveriam nunca partir desta vida e que nossa família ficaria junta para sempre!
Sonhava que poderia sempre ir à rua e encontrar com os meus amigos, que eram vizinhos, e jogar bola no campinho do bairro, soltar papagaio, rodar pião, jogar “finquinho”, bafinho com figurinhas, e bem ao fim do dia, ir na casa da vovó, vê-la, ouvir suas estórias e comer aquela “ jantinha” quentinha e gostosa (isto quando em férias).
Também sonhava que nosso pequeno mundo não iria mudar, onde nós meninos brincávamos juntos, sem nos preocupar com o amanhã.
Como sempre gostei de ler, sonhava e viajava nos livros e estórias. Eram viagens maravilhosas, e a gente não pagava nada. Era um tempo em que se ia na biblioteca para ler e conseguir emprestado um bom livro. Neste ponto fui privilegiado, pois meu pai também lia muito.
Sonhos de menino são tão diferentes de sonhos de adulto! Ah, nem tem comparação! A imaginação de um menino voa, e pena que muitos a perdem quando se tornam adultos.
Aliás sonhos de menino são puros! Essa pureza que nunca deveria acabar! Aliás, ela não acaba. É que a maioria dos adultos se esquecem que um dia foram crianças!
Quando menino também sonhava com Deus. Fui criado num lar cristão. Mas meus sonhos com Deus sempre foram bons, mesmo quando a maioria falava pra mim que “Papai do céu castigava menino levado”. Sempre acreditei na bondade de Deus e que ele queria o melhor para nós, ainda que me contrariasse (rs).
Como num verso de uma música, “os sonhos são meus, ninguém rouba e ninguém tira!
Sigo sonhando…
Sigo minha vida como adulto sonhando e acreditando num Deus bondoso, que cuida de nós o tempo todo, e no ser humano, e que a vida aqui vale a pena, se a gente vivê-la como SERVIÇO. Sonho e acredito sempre na família, como nossa base de vida terrestre e elo inquebrantável de Deus.
Nossos sonhos de menino devem continuar puros na vida adulta! Sonhos de um propósito nosso e um maior do nosso Criador.
Continuemos a sonhar, pois toda grande realização humana se iniciou com um sonho, sob a inspiração do DIVINO DEUS.
“Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim”. Salmos 119:33
(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro
