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Será que tô caipira, sô!

FOTO: Freepik

Estamos vivendo momentos outros. É como se tivéssemos sido transferidos em um túnel do tempo, como naqueles filmes de ficção que assistíamos na infância. Semana dessas estava em viagem, quando passei por um acidente que tinha acontecido: havia um homem estirado no asfalto, sendo socorrido pelos paramédicos, um carro muito amassado, uma carroça virada e um cavalo caído ao chão. Sabemos que, essa cena não tem nada de futuro. Não sei por que, resolvi fotografar a cena com o celular, aparelho que hoje serve para quase tudo, para falar a verdade, até para se transformar em jornalista. 

Vez por outra o cavalo levantava a cabeça e olhava ao redor. Um homem se aproximou e comentou: “Coitado! Fazendo seu trabalho e acontece uma coisa dessas”. Achei que se referia ao acidentado, mas era do cavalo que ele falava. Fiquei surpreso com a preocupação daquele senhor com o cavalo. Uma semana depois sai uma reportagem no jornal: “Ministério Público abre investigação para apurar omissão de socorro em égua envolvida em acidente de trânsito”. Era uma égua! O texto informava que o carroceiro foi atendido em um hospital e passava bem. Em outro caso, os maus-tratos de uma enfermeira num pequeno cachorro – um Yorkshire – revoltaram a opinião pública. ONGs de proteção aos animais promoveram uma passeata de protesto. O mundo está diferente, não se sabe ainda se melhor ou pior, mas está diferente.

Um colega de profissão fez um exame de rotina quando foi constatado que seu colesterol/triglicerídeos estava muito alterado, quase 400. Isso significava que ele se tornou uma bomba relógio ambulante, que poderia explodir com infarto ou AVC a qualquer momento. Resolveu mudar de vida. Fez musculação e natação três vezes na semana, procurou um nutricionista, seguiu à risca a orientação médica e 30 dias depois todos os índices de colesterol dele estavam bons.

Dias desses ele me disse que agora sai do trabalho, vai para uma academia, e acha incrível quando vê aquela fileira enorme de esteiras, com pessoas caminhando com um fone de ouvido blue tooth ligado, tudo muito tech.

Parece que os saudosos e glamorosos desenhos animados, a exemplo dos JETSONS, das séries JORNADA NAS ESTRELAS e o TÚNEL DO TEMPO, do filme ODISSEIA NO ESPAÇO, dos livros1984, de George Orwell, e os livros do ficcionista Issac Asimov já são uma realidade.

Em tempo, o livro 1984, de George Orwell, é uma referência ao ano de 1948, invertido o ano de 48, quando ele o escreveu. Um dia no passado li que no futuro as pessoas dirigiriam seus veículos no espaço livre, como no filme da década de 1980, BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES. Na época havia muita resistência em acreditar nisso tudo.

Outro dia em um shopping center uma pequena jovem, de aproximadamente 12 anos de idade, falava na Internet através de seu celular com auxílio de uma Webcam. Estava conversando no aparelho ao vivo com som e imagem em tempo real, mas podia ser também num pequeno notebook. Na época da TV preto e branco isto era visto como ficção.

Conversando com um conhecido fui questionado sobre como funciona um GPS. Ele adiantou a resposta, me disse que tinha viajado para outra cidade, e que o GPS falava: vire à direita, vire à esquerda; agora são 30 quilômetros em linha reta. Ao final do percurso, o GPS que havia se calado volta a falar: “vire à direita agora”. À pergunta respondi que o aparelho funciona através de satélites, mas que não me perguntasse muito, pois isso era coisa para engenheiro responder, talvez um físico, ou talvez… algum nerd da informática. Quem é que projeta mesmo essas coisas? E assim vai…. Será que tô viajando? Que tô caipira, sô!


(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: crisffiadv@gmail.com | Whatsapp: (33) 98807-1877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente

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