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Referência, genérico ou similar? Entenda a diferença antes de escolher seu remédio

FOTO: Arquivo pessoal

Se você já saiu da farmácia com a testa franzida, tentando entender por que três caixinhas diferentes prometem o mesmo efeito, mas custam preços tão variados, saiba que não está sozinho. A diferença entre medicamento de referência, genérico e similar é um daqueles assuntos que parecem complicados, mas fazem toda a diferença na hora de cuidar da saúde — e do bolso.

Vamos começar do começo.

O medicamento de referência:

o original da história

É o “medicamento-pai”, o primeiro a ser desenvolvido e lançado no mercado. Para chegar até a farmácia, ele passou por anos (às vezes, mais de uma década!) de pesquisas, testes clínicos rigorosos, desenvolvimento de fórmula e, claro, um investimento pesado por parte da indústria farmacêutica.

Tudo isso tem um preço. Literalmente. Por isso, os medicamentos de referência costumam ser os mais caros das prateleiras. Eles carregam nas costas o custo da inovação e do pioneirismo.

O genérico: o irmão mais econômico

Quando a patente do medicamento de referência expira, outros laboratórios podem produzir a mesma substância. Entra em cena o medicamento genérico: mesmo princípio ativo, mesma dose, mesma forma de uso e, por exigência da Anvisa, eficácia comprovada. A caixinha vem sem marca (só com o nome da substância) e com um preço bem mais acessível.

 Criado por uma política pública no final dos anos 1990, o genérico foi uma das maiores revoluções do acesso à saúde no Brasil. Ele democratizou o tratamento de inúmeras doenças, aliviou o orçamento das famílias e mostrou que é possível unir eficácia com economia.

 Mas vale um parêntese aqui: nem todo genérico é igual ao outro. A qualidade pode variar de laboratório para laboratório. Por isso, é fundamental conversar com seu médico sobre as opções disponíveis e escolher um fabricante confiável.

O similar: o primo com marca própria

Os similares também contêm o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, mas têm nomes comerciais diferentes e podem ter algumas variações em seus excipientes (as substâncias que ajudam a compor o comprimido ou cápsula, por exemplo).

 Hoje, só podem estar no mercado se forem similares intercambiáveis — ou seja, passaram pelos testes exigidos para garantir que funcionam da mesma forma que o original. Ainda assim, vale a máxima: antes de trocar, consulte seu médico.

E então, qual escolher?

A resposta é: depende. Depende da sua condição de saúde, do seu organismo, do laboratório, do preço e, principalmente, da orientação do seu médico. Seja referência, genérico ou similar, a escolha deve ser feita em conjunto, com responsabilidade e diálogo.

 Ah, e um detalhe importantíssimo: mantenha o uso contínuo da mesma medicação e do mesmo laboratório sempre que possível. Trocas frequentes, mesmo entre genéricos, podem gerar pequenas variações no efeito do remédio — e isso pode fazer diferença no controle de doenças como hipertensão, epilepsia ou depressão.

 Na dúvida, não confie só no preço da prateleira. Confie na conversa franca com quem cuida da sua saúde.


(*) Dr. Lucas Bichara | Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184

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