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Por que nos acostumamos com o que nos faz mal no trabalho?

Dileymárcio de Carvalho (*)

Tem uma frase que é usada de forma totalmente equivocada: “o ser humano se acostuma com qualquer situação, inclusive com as mais difíceis”. Sim, ela tem um certo sentido, mas é preciso entender o quanto de adoecimento é gerado com essa conformação. Uma pesquisa realizada pelo Gallup América Latina com dados específicos do Brasil, mostrou que um a cada quatro trabalhadores de um determinado setor tem péssima relação com o trabalho, mas que se conformou como uma situação que “não pode ser mudada”.

Mas o que me chama a atenção é o nível de adoecimento e absenteísmo dessas mesmas pessoas. Nos últimos 24 meses antes da pesquisa, 55% tinham faltado pelo menos uma vez ao trabalho, sem justificativa de saúde, mas por “questões pessoais”. Mas outros 40% entraram com pelo menos dois dias de atestados por doenças que não eram graves no mesmo período.

Sobre a identificação com a empresa e atividade, esses mesmos trabalhadores que deixam de ir ou se afastam por doenças apresentam um nível de insatisfação três vezes maior em relação aos que no mesmo período da pesquisa não deixaram de ir ao serviço nenhuma vez. E a diferença entre eles não é a condição de trabalho, mas a relação emocional com o trabalho.

Faz toda a diferença, independentemente do fator remuneração, o nível emocional de “entrega” ao trabalho. E tudo o que nosso sistema psicológico não quer é um conformismo às situações que não gostamos ou achamos inadequadas, mas que aceitamos até mesmo por sobrevivência.

As minhas condições emocionais para uma atividade profissional representam saúde em todos os aspectos. E esse é um enfrentamento psíquico importante: “não posso me conformar com o que não me faz bem, ainda que seja o meu “ganho pão”“.

Como posso mudar esse quadro?  O autovalor é fundamental para a organização emocional e funciona como enfrentamento ao conformismo com situações negativas. Quando isso é modificado o profissional passa a olhar-se na perspectiva psicológica e suas consequências. Porque não é a fuga, deixar de ir trabalhar, ou simplesmente sintomatizar uma doença e conseguir um afastamento, ainda que de um dia, que resolve a questão do conformismo.

Toda ação passa pelo psicológico que têm reações na minha estrutura emocional e impacta todo o meu organismo. Não seja modificado a ponto de se conformar com o que não te faz bem no trabalho.


DILEYMÁRCIO DE CARVALHO- PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL- CRP: 04/49821
EMAIL: contato@dileymárciodecarvalho.com.br

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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