Desde o fascínio pela materialização do divino esplendor, na beleza do abstrato, as emoções, verdades e realidades se fundem no mergulho da Palavra cantada, proclamada e versada.
Ora, se pararmos para contemplar a ternura de nosso Senhor Jesus Cristo no ofício da comunicação temporal e atemporal, invariavelmente sentiremos a leveza do falar e do agir, pois tudo mira o alcance da vida em Deus, ou vida eterna.
Muito oportunamente, o padre Zezinho assim o descreveu:
“Ninguém podia imaginar
Que alguém pudesse amar do jeito que Ele amava.
Seu jeito simples de conversar
Tocava o coração de quem o escutava.”
Confesso que nunca havia pensado em Jesus como poeta, mas não há como não amar esta percepção do propedeuta Kalebe Lisboa, que me sugeriu esta abordagem para hoje. Obrigado, meu afilhado querido!
Se pararmos para analisar alguns conceitos-chave da poesia, estará em destaque a subjetividade, na qual a poesia é marcada pela perspectiva pessoal do poeta e do leitor, refletindo seus sentimentos e experiências.
A linguagem poética utiliza palavras com diferentes significados, promovendo a interpretação e a reflexão.
A poesia também utiliza recursos como metáforas, rimas, ritmo e outros elementos estilísticos para criar imagens e expressar emoções.
É a voz que se manifesta no poema, representando o poeta ou uma personagem que expressa seus pensamentos e sentimentos.
Estamos ou não falando de Jesus? Pela eloquência, conhecimento profundo das realidades humanas e Seu propósito plural de nos desafiar a refletir sobre o que somos, temos e podemos, Jesus se revela a nós como o poeta dos poetas. Porém, as emoções vividas e provocadas buscam a real finalidade em versos (versículos) e prosas (diálogos entre a antiga e a nova aliança), com vistas a nos encaminhar no sentido de Seu amor e de Sua missão salvífica.
A poesia de Jesus está intimamente ligada ao entendimento da fala. Não por acaso, as parábolas esmiúçam a mensagem e explicitam Seu querer e Seu pensar, porque, se a Palavra nos toca, o contágio do amor será inevitável.
A poesia de Jesus revela, provoca, ilumina e também restaura. A poesia de Jesus acolhe, induz às lágrimas, mas também as enxuga; desenha as pedras de tropeço, mas ensina como delas se desviar. Assim é a poesia de Jesus: repleta de emoções e, ao mesmo tempo, mergulhada nas mais variadas realidades, com providências.
Há uma forma simples de contemplar este poeta da salvação. Esta forma pode estar esquecida na estante ou no fundo de alguma gaveta. Pode estar se empoeirando sobre a mesa ou ajuntando mofo no canto da sala. Esta forma está ao alcance de todos: está na leitura dos Livros Sagrados contidos na Bíblia. Jesus, em Sua história de ensinamentos e exemplos, escreve os mais lindos versos. Basta querer conhecê-los.
Enfim, na conclusão deste artigo, faço-a em forma de oração:
“Tudo o que quero, Senhor, é ter a minha vida inundada com o Seu poético amor. Por Sua bondade, faça chover sobre mim e sobre a humanidade chuvas de bênçãos sem fim, ensinando-me a conduzir a vida com leveza, romantismo, mas sempre convicto de que a Palavra proclamada em Seu Santo Nome seja também música para meus ouvidos e lâmpada para meus pés.”
Bom domingo a todos e até o próximo artigo, se Deus permitir.
(*) tiaoevilasio1@gmail.com
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