Dileymárcio de Carvalho (*)
Uma queixa quase padrão de quem busca o autoconhecimento na área profissional está ligada a não conseguir sair do nível médio do próprio desenvolvimento em que chegou. O que para muita gente parece ser o ponto máximo. O incômodo com esse estado ou status gera desconfortos. E aqui está um travamento em “passar de nível”.
Mas por que essa dificuldade? A autoconfiança pode ser um limitador. Não é porque “já deu certo aqui” que vai dar certo também em outra posição. Nessa “certeza”, a organização e mudança vão sendo adiadas e o profissional vai se enganando. É a autossabotagem!
Emocionalmente o próximo nível de desenvolvimento está ligado a recursos psicológicos. Na prática pode ser chamado de “perfil multifuncional”. Mas a estrutura desse perfil é mesmo psíquica e se apresenta, por exemplo, como a capacidade de expansão das competências tanto técnicas quando emocionais.
Um bom parâmetro está na análise do que o profissional de fato estruturou em um determinado período, não apenas o que executou, em suas relações psíquicas no trabalho. E nesse desenvolvimento é a capacidade emocional que se mostra expandida. Se mantiver a mesma capacidade emocional de “tempos” ou ainda lá da formação original, dificilmente o profissional vai ter estrutura psíquica para ser multifuncional.
Nessa análise está também a formação de novos canais de relações e a construção de comportamentos adaptáveis e ao mesmo tempo globais. Aqui no sentido de se relacionar com profissionais de tipos complexos de personalidades. Esse é um aspecto de geração da competência multifuncional.
E se o profissional está nesse desenvolvimento ele adquire uma capacidade emocional estratégica de antecipar possíveis desgastes em relações também mais complexas. Esse comportamento é traduzido como “posicionamento” e passa ser uma nova característica comportamental de quem “passou para o próximo nível”.
Essas não são apenas estratégias de marketing pessoal de um profissional. Na multifuncionalidade técnica e emocional eu consigo fazer desde o “varejo” das emoções: aquilo que preciso estar de prontidão no dia a dia, como também ter respostas elaboradas emocionalmente que revelam o meu autodesenvolvimento psicológico.
Em tempos de busca por criatividade e inovação (não como discurso), o perfil multifuncional é uma elaboração psicológica que o profissional deve construir quando compreende o valor do autoconhecimento como recurso estratégico para seu desenvolvimento e posicionamento na carreira.
DILEYMÁRCIO DE CARVALHO – PSICÓLOGO CLÍNICO COMPORTAMENTAL- CRP: 04/49821- E-MAIL: contato@dileymarciodecarvalho.com.br
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