‘Para quem quer investir, existem muitas opções’

FOTO: Fellipe Acypreste

Empresários e especialistas da Evolux Investimentos falam sobre o mercado financeiro, economia e formas de aumentar o patrimônio e a renda com segurança

por KÍSSYLA PIRES E LUIZ GUSTTAVO

GOVERNADOR VALADARES – Eles são sócios da Evolux Investimentos, uma empresa de Valadares que completou dois anos recentemente e vem conquistando o Brasil e os Estados Unidos. A empresa é vinculada à Necton, empresa do grupo BTG Pactual, o maior Banco de Investimentos da América Latina. Estamos falando de Geizon Dias e Simão Borges, que, em meio aos compromissos profissionais do dia a dia, conseguiram atender à reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCE para falar sobre investimentos e tudo que está inserido dentro deste nicho. No bate-papo eles abordaram temas como taxa Selic, Renda Fixa e Variada, além de darem uma verdadeira aula sobre o atual cenário econômico do país.

DRD – Em relação ao mercado de investimentos, que hoje em dia é um assunto que está em voga, muitas pessoas procuram saber, procuram aprender. Em relação às dicas que você pode dar para quem almeja e gostaria de começar a investir, quais são as dicas que você dá pra esse tipo de pessoa?


GEIZON DIAS –
Hoje, para quem quer investir, existem muitas opções, então, o ideal para quem quer começar é identificar o que gosta de fazer. Se ela gosta de um investimento conservador, se ela gosta, talvez, de um investimento um pouco mais arrojado, aí ela vai precisar realmente ver qual que é a plataforma, o ambiente onde ela se sente mais confortável para ter esse recurso investido. Aí ela vai escolher as opções, sejam investimentos mais simples ou mais sofisticados.


DRD – Quais são os maiores erros de investimento no mercado atual?

SIMÃO BORGES – Eu acho que existem dois principais erros. O primeiro é a pessoa operar, é ela investir fora do perfil dela, como o Geizon falou. Então se ela investe fora do perfil dela pode ser que o resultado não seja positivo. E acho que outra coisa também é a pessoa tentar operar sem um profissional pra ajudar ela, porque existem vários investimentos para vários perfis, vários tipos de risco. Então a pessoa que não conhece muito os riscos, não entende o que está envolvido ali e pode ter uma perda financeira. Acho que são os dois principais erros que a pessoa pode cometer.


DRD – Como a política econômica de um governo interfere diretamente nesse mercado de investimentos?

GEIZON DIAS – A política, a ideia, a estratégia do presidente, da equipe econômica influencia de fato, mas a gente pode dizer que a economia vive de ciclos e é uma coisa que independe de ser A ou B na presidência. Se você tem um cenário de juros muito altos, a tendência é que você tenha a inflação mais controlada. Por sua vez, se você tem a inflação mais controlada, você tem as empresas gerando menos receita. E aí, o que acontece? Você diminui a taxa de juros e aí a inflação volta a subir, porque vai haver demanda. Então esse é um ciclo natural e que independe de quem está no poder. Mas é óbvio que a estratégia econômica de um presidente e da equipe dele influencia. Então o que a gente vê hoje no momento atual? A gente vê uma tendência de controle da taxa de juros, controle da taxa Selic, e tentando forçar ali o aumento do consumo. Quando esse consumo voltar a aumentar nós vamos começar a ter a inflação subindo novamente. E continua assim até o próximo ciclo.


DRD – Do que se trata a taxa Selic e por que ela é tão importante nesse mercado de investimentos?

SIMÃO BORGES – Vamos pela parte técnica. Quando a taxa Selic está alta, igual o Geizon explicou, você força a inflação para baixo, a taxa de juros do Brasil. Quem define a taxa de juros é o Copom (Comitê de Política Monetária). Então eles definiram uma taxa mais alta, chegou a 13,75%. Os juros estando altos, as aplicações bancárias rendem mais, só que fica mais caro para o empresário captar dinheiro. Quando ele vai pegar os juros lá no banco vai pagar uma taxa bem mais alta. Só que nós estamos tendo um movimento contrário agora, a Taxa Selic está diminuindo, ou seja, a taxa básica do Brasil está caindo. As aplicações envolvidas no CID, que é basicamente a taxa Selic, um pouquinho menor, zero décimos a menos do que a taxa Selic, as aplicações vão cair. Só que para os empresários e para as empresas vai ficar mais fácil pegar recursos no banco. Isso vai movimentar a economia, vai facilitar, vai aumentar o número de empregos. Então tem os benefícios e os malefícios de cada ação.


GEIZON DIAS – A gente até pode dizer o seguinte: a taxa de juros é uma referência. Então para quem pega emprestado, se ela estiver alta, é ruim. Mas para quem gosta de fazer o dinheiro render, para quem quer lucro, se a taxa de juros está alta, é melhor pra ele. Aí vai depender da circunstância de cada personagem dentro do cenário. Então qual é a minha situação? Eu preciso de dinheiro para girar a minha empresa? A taxa de juros é ruim, é péssima. Mas eu sou um investidor? Eu quero colocar ali um dinheiro rendendo em algo conservador? A taxa de juros lá em cima [nesse caso] é ótima. E vai influenciar também para a pessoa, porque a taxa de juros é que vai demandar a inflação. Se a inflação estiver alta, quem tem menos poder aquisitivo vai ter mais dificuldade de comprar itens básicos de consumo.


DRD – Do que se trata a Renda Fixa e a Renda Variada?

GEIZON DIAS – A Renda Fixa é um tipo de investimento conservador. O próprio nome já diz: fixa. Não quer dizer necessariamente que ela é aquilo e pronto acabou, mas você tem menos oscilação. Então para quem gosta de investir e não gosta de oscilação e nem de riscos, os investimentos de Renda Fixa são mais aconselhados. Aí dentro da Renda Fixa nós temos o que a gente chama de taxas pré-fixadas, é o conservador do conservador. É tipo assim: o cara sabe que vai colocar X reais e que no final de um ano ele vai ter Y; não tem erro. Então até dentro de um grupo de investimentos de Renda Fixa você tem o mais conservador possível.


SIMÃO BORGES – A Renda Variável basicamente são as ações das empresas. São fatias das empresas que são cotadas em bolsas ou são cotadas em mercado de balcão, e você tem algumas variáveis, você tem opções, você tem derivativos, você tem ações internacionais, você tem os ETFs. Existe uma variedade muito grande. Aí o investidor que é qualificado para isso, que tem o perfil para isso, que é um perfil arrojado, consegue identificar algumas oportunidades. Ou ele faz uma análise da empresa e vê se é uma boa empresa, como é que estão os números dela, se ela está com muita dívida, se está muito alavancada. Existem várias empresas boas na Bolsa. A pessoa consegue comprar e investir, acreditar no poder de valorização daquela empresa. Existem pessoas mais arrojadas ainda que trabalham com derivativos, ou seja, partes que se derivam daquelas ações. Então por exemplo, eu vou comprar uma ação daqui a um ano, então eu vou comprar uma opção para investir em ação daqui a um ano. Mas o fato é que a Renda Variável também tem boas oportunidades. A Bolsa chegou a 128 mil pontos na última semana. A gente pode bater um recorde aí. Então existem boas oportunidades também na Renda Variável.


Na sequência da entrevista, os empresários respondem se é mito ou verdade que investimento é só pra quem já tem dinheiro. Além disso, eles mostram diferentes opções de investimentos mais rentáveis que a Poupança e apresentam soluções para quem pretende ter uma previdência privada. Confira no canal no YouTube e Spotify do DIÁRIO DO RIO DOCE.

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