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OS INTERIORANOS EM JOÃO MONLEVADE

por Luiz Alves Lopes*

Vez ou outra recebemos cobranças para abordagem de determinados fatos ou acontecimentos, ou eventos que marcaram a trajetória esportiva da cidade que um dia foi Princesa do Vale.

E vai que o Barnabé, ou Jasmo, como queiram, dá conhecimento que alguém de Muzambinho cobra registro dos saudosos Campeonatos Mineiros de Futebol de Salão – hoje um tal de futsal -, que eram realizados em João Monlevade na década de 60, com o representante de cada cidade tendo que passar pela fase eliminatória.

Por aqui, na terrinha, Ilusão e Figueira se digladiavam em movimentada melhor de três para se conhecer o representante valadarense. O interessante é que o esquadrão do Presbé, sob a batuta do professor Paulo Márcio, ano vestia o manto do Ilusão, ano outro envergava a jaqueta dos ‘verdões’ da Praça de Esportes.

Curiosamente, Rubens d’Oliveira, o saudoso Rubinho, também fazia o zigue-zague de liderar ora o Ilusão, ora o Figueira. E arrebanhava a nata dos atletas do futebol de salão para seu lado, montava boa estrutura, praticamente garantindo a classificação quando das eliminatórias valadarenses.

Não dá para falar em Campeonato Mineiro de Futebol de Salão de clubes do interior do Estado sem inicialmente falar e reverenciar o ILUSÃO ESPORTE CLUBE, primeiro campeão da competição apontada, realizada em 1960, na capital do estado. Mas aí a tarefa deve ficar a cargo de Vicente Gomes e Paulinho Viana, integrantes daquele esquadrão.

Se recordar é viver, bons tempos aqueles em que confortavelmente instalados em hotel situado na parte central da cidade (os magnatas do Huracan de Sete Lagoas se hospedavam em hotel de luxo, mais afastado do centro da cidade), ouvindo uma boa música da jovem guarda, aguardávamos o momento do suspense de enfrentar um ginásio coberto lotado, duelando com outros competidores. Era ou foi a glória.

Acostumados às nossas simplórias quadras cimentadas – primeira quadra da praça de esportes, quadra do Ilusão, quadra do Presbiteriano e quadra do Colégio Ibituruna, a emoção tomava conta por ocasião dos duelos em um ginásio coberto, piso de taco e confortos mil. Sonho ou realidade?

Termos como ‘treineiro’, em determinada oportunidade, a figura de Afonso de Araújo Paulino – o Minhoca -, grande atleta de futebol de salão de um passado distante e que também foi presidente de um tal de Atlético Mineiro – foi passagem inesquecível. Incutiu métodos e conceitos que ignorávamos. E como deram certo!…

Ter chegado em determinada oportunidade às semifinais, caindo diante dos ‘ricaços’ do Huracan de Sete Lagoas, e ver o Paulinho Dutra de porre, após a partida, chutar uma garrafa de cervejota, ferindo-se e recebendo inúmeros pontos em um dos pés, permanece vivo na memória de seus companheiros. Tá certo, Dr. Gilberto Boechat, Edivaldo Soares, Robertinho Hastenreiter, Alcindinho Abreu, Procópio etc., etc.?

E vencer os não menos brilhantes craques de Curvelo, num histórico 1×0, alcançando um honroso 3º lugar, não é para ser esquecido ou deletado.

Registrar que em outra oportunidade, em outro certame, chegamos pertinho do título, quedando-nos diante do Uberlândia por 2×1, ainda que a torcida local estivesse ao nosso lado. Coisas da vida… coisas do esporte.

Dizer mais que em determinada oportunidade, com os resultados positivos alcançados de forma surpreendente, chegou a Monlevade, sem avisar, uma caravana de senhoras e senhoritas vindas da terras de Serra Lima, ocasionando um alvoroço danado no hotel em que estávamos hospedados. Buscas desenfreadas pelas alianças… rapidamente colocadas nos dedos.

E como o papo é de boleiro, dizer da surpresa do próprio grupo de atletas quando JUNÔ SERAFIM, o eterno sargento Junô (o petequeiro), ao escalar a esquadra do Figueira para a partida inicial em uma de nossas participações, após declinar inicialmente o nome de CHINA (o goalkeeper), continuou com Luizinho, LUIZ, Robertinho e Alcindinho.

Quem é Luiz, além do Luizinho? Márcio Luiz Vieira, o professor Márcio Vieira, o Bigode, o Coronel etc., etc., etc., nascido em Muzambinho, casado com a Drª Lucy. Tendo sido atleta profissional em uma das esquadras de Caratinga (dúvida se Caratinga ou América), acabou sendo inscrito como Luiz Vieira. E colou…

Muito, muito se pode dizer dos interioranos realizados em João Monlevade. Das aventuras do Haroldo ‘policial’ massagista; das peripécias de Edivaldo Soares, Procópio e China; do espírito paternalista do Rubinho d’Oliveira, da seriedade do então sargento Junô e…. do Paulinho Dutra…Ah! Tem também aqueles que não mais estão entre nós. Deixaram saudades, muitas saudades.


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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