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O novo vinho brasileiro | Toscana brasileira

FOTO: Kamran Aydinov/Freepik
por Marcelle Justo (*)

Desde a década de 1920, quando os imigrantes italianos iniciaram a plantação de videiras na Serra da Mantiqueira, a cadeia montanhosa entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas vem sendo comparada às regiões vinícolas europeias. Quase um século depois, quando os produtores saíram das áreas de maior altitude e chegaram na região cafeeira, com média das temperaturas mínimas superior a 10°C, a condição climática permitiu a alteração da época de colheita das uvas para o período de inverno. A mudança foi fundamental para a introdução de uvas viníferas europeias e a elaboração de vinhos finos. Foi aí que a região ganhou um novo apelido: a Toscana Brasileira.

Até então, a comercialização de vinhos de mesa e garrafão, feitos a partir de castas americanas, tinham forte influência para a economia local. Um processo muito semelhante ao que aconteceu no Rio Grande do Sul.

Foi a técnica da dupla poda, desenvolvida no Brasil pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), que trouxe as uvas de excelência para a região. O processo se beneficia de características da estação mais fria do ano, como clima seco aliado à amplitude térmica, para que os cachos amadureçam na planta, conferindo grande qualidade às uvas e ao vinho.

No lugar da Sangiovese da Toscana, que faz o tradicional Chianti, por aqui, a casta mais plantada é a Syrah, de origem francesa. Seus vinhos tintos são encorpados, com camadas de sabores como frutas vermelhas, e especiarias como pimenta preta.

E o melhor de tudo é que nem precisamos de passaporte. Estamos a dois passos do brinde!

HARMONIZAÇÃO

Para acompanhar um dos pratos típicos da Mantiqueira, a truta com pinhão, um vinho branco tranquilo da casta sauvignon blanc é o casamento ideal.

DICAS

Algumas vinícolas fazem tour pelo vinhedo. A Barbara Heliodora, em São Gonçalo do Sapucaí, abre para visitas nos finais de semana. É necessário fazer a reserva.

A Associação Brasileira de Sommeliers, Seção Belo Horizonte, está com inscrições abertas para curso profissionalizante de sommeliers de vinho.


(*) Jornalista e especialista em vinhos

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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