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O Novo Vinho Brasileiro | Meio século de borbulhas

FOTO: Freepik

Marcelle Justo (*)

Em outubro de 1973, a chegada da Chandon ao Brasil representou um marco na nossa produção de espumantes. A data completa agora 50 anos e, desde a sua instalação, no município de Garibaldi (RS), sua equipe técnica já sabia que este terroir era ideal para o cultivo de uvas dedicadas a vinhos com borbulhas. Estavam sendo lançadas ali as sementes para uma indústria potente de espumantes nacionais.

Três anos depois, um novo personagem entra na história: o enólogo chileno Mario Geisse. Contratado pela Chandon para abrir o mercado da empresa na América Latina, o hermano se enamorou do Sul do país e pelo potencial de produção de espumantes. Após um tempo de pesquisa, fundou na vizinha Pinto Bandeira a vinícola Família Geisse.

No coração do Vale dos Vinhedos, a família Valduga, instalada em Bento Gonçalves desde o final do século 19, tirava do papel o sonho da matriarca italiana de produzir espumantes pelo método tradicional (champenoise). Em sua homenagem as garrafas levam seu nome, Maria Valduga.

Outras iniciativas também estavam em curso. Em 1997, Orval Salton e os filhos criaram a Valmarino, inspirada na cidade de origem Cison de Valmarino, em Treviso, na Itália. Atualmente, são plantados 21 hectares de vinhedos, parte deles dedicados à linha de espumantes diferenciados que apresentam complexidade e potencial de guarda.

No mesmo município, Beatriz Dreher e Ayrton Giovanni começaram a operação da vinícola Don Giovanni, na antiga fábrica do conhaque Dreher. Ao longo de 40 anos, o casal solidifica a escolha. Hoje são 100 mil garrafas produzidas nos 14 hectares de vinhedos. Entre o método tradicional e Asti, as borbulhas representam 80% da produção.

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

Em novembro de 2022, produtores dos municípios de Pinto Bandeira, Farroupilha e Bento Gonçalves obtiveram o reconhecimento da Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira para o espumante natural da região. 

SUSTENTABILIDADE

Recentemente, a Chandon recebeu uma certificação sustentável conhecida como PIUP (Produção Integrada de Uva para Processamento) para a sede de Encruzilhada do Sul. Entre os destaques, uso de adubos orgânicos, preservação da biodiversidade e reciclagem de resíduos. 

HARMONIZAÇÃO

Há séculos, as grandes celebrações são brindadas com espumantes. O bolo com champagne (denominação que, atualmente, só pode ser usada pelos vinhos que são produzidos na região de Champagne, na França) selou o casamento de todos os nossos pais, não é mesmo?


(*) Jornalista e sommelière

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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