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O mundo dos mortais

por Luiz Alves Lopes (*)

“O homem é como um imenso pulmão, sempre sedento de oxigênio; como um imenso coração, sempre faminto de sangue. O oxigênio e o sangue pelo que o homem anseia é a felicidade.

Às vezes buscamos a felicidade fora de nós mesmos e lamentavelmente nos enganamos, pois a felicidade está dentro de nós mesmos e nós mesmos a construímos.

“Nossa felicidade é a consequência daquela que proporcionamos a outros; talvez algo disso saiba a mãe que sorri feliz diante da cama do seu filho adormecido, depois de um dia de trabalho por ele. Não temos direito de gozar da felicidade, se não a criamos à nossa volta, como não o temos de desfrutar da riqueza, se não a produzimos. Nesta vida, nossa principal tarefa é ser feliz. Assim Deus o quer. Porém, o caminho mais curto e mais seguro para sê-lo é fazer felizes os demais; porquanto, não existe mais do que uma maneira de ser felizes: tornar os outros felizes” (Alfonso Milagro).

Vivemos a era da globalização. De avanços antes considerados impensáveis. Quase todos aplicam a máxima de “não tenho tempo”. E vão passando pela vida.

De forma despretensiosa, o autor desta coluna optou, e o próprio título assim permite o entendimento, por voltar seu olhar para os boleiros em geral, envolvendo também os de outros esportes, simpatizantes e curiosos. Nada mais.

Atletas e ex-atletas são seres humanos. Mortais. Qual dificuldade maior enfrenta um atleta na hora de encerrar a carreira? Como fazê-lo? Preparou-se? Jamais.

Nas grandes e médias empresas, os profissionais de recursos humanos já desenvolvem técnicas de preparação a seus contratados, em vias de alcançar dignas aposentadorias.

O que fazer na melhor idade? Há um mundo novo a ser conhecido, vivido e explorado. E o atleta? Regra geral, totalmente despreparado, sem alicerce algum. Vive o  deslumbramento da carreira quase sempre cercado de oportunistas e interesseiros, não se dando conta da realidade inexorável: a vida passa; a idade chega. Quantos sonhos se transformam em pesadelos?

O futebol brasileiro vive o momento do deslumbramento do Clube de Regatas do Flamengo. Mérito? Sim. Indiscutível. O clube hoje se dá o luxo de “trombar” com a poderosa no tocante à cota para transmissão de seus jogos. Vai se impondo. Oxalá outros o façam, através de métodos aceitáveis. Vive-se um período perigoso: a mídia respira FLAMENGO. Isso não é bom…

O Flamengo não é uma máquina. O Flamengo é a uma instituição, quem sabe uma empresa, movida e tocada por seres humanos. Todos eles movidos por sentimentos, reações e imperfeições. Não sendo máquina, tocada por seres humanos, repita-se, qual tem sido o procedimento adotado pelo Clube de Regatas do FLAMENGO no tocante à memória de 10 (dez) – uma dezena de jovens que perderam a vida em suas dependências, no decantado “Ninho de Urubu”, bem como de seus familiares? RUDE, frio, desumano e assustador.

Qual é o clube com maior torcida no Brasil? Qual é o clube que atualmente está mais bem estruturado e organizado no país? Qual é o clube com melhor situação financeira no pais? Por que postergar um acordo digno e descente com os familiares daqueles jovens tragicamente desaparecidos? Se é bem verdade que o dinheiro não devolverá a vida da “gurizada”, não menos verdade que permitirá aos familiares, que sonharam em ver seus “filhotes” trilhando caminhos idênticos aos de Vinicyus Junior e RENYER, tocar suas vidas, montar “um negocinho” e retomar a caminhada terrestre. O que não será fácil. Traumas e sequelas ficaram. Para a eternidade. O maior exemplo negativo, de frieza, de indiferença e de materialismo está sendo dado pelo “vencedor de quase tudo”. Repita-se: de quase tudo. Há algo ainda a ser vencido e conquistado: HUMANISMO, RESPEITO, DIGNIDADE.

Por aqui, você, do mundo da bola, como tem sido sua postura? Tem olhado ao seu redor? Tem tido “um tempinho” para o outro? Há caídos e deserdados à nossa espera. “Enquanto é tempo, faça sua vida valer a pena”.

(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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