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O mundo dos homens e a folha seca de uma árvore

Luiz Alves Lopes (*)

E o homem achou que podia tudo. Pensou que era dono do mundo. Insistiu tanto que acabou indo à lua. Deslumbrou-se. Esqueceu de seus limites. De sua criação e de seu Criador. Deletou a história e a passagem bíblica da arca de Noé. Passou a não ter limites, de forma acintosa.

Sexta-feira – 27 de março – 14 horas – Um sereno pontífice caminha solitário na praça São Pedro, em Roma, totalmente vazia, para rezar pela humanidade e pedir ao Criador do Universo que nos perdoe e que tenha compaixão dos mundanos. Momento sublime e que nos toca e motiva à inúmeras reflexões. Sim, o Papa Francisco, sábio, responsável e dotado de uma simpatia ímpar, em momento aflitivo e preocupante vivido pela humanidade, conclamou e continua a conclamar todos nós para uma revisão de nossas vidas, de nossos posicionamentos, de nossas prepotências, de nossos abusos e de nossos excessos. A vida é um sopro. Agora enxergamos. Nada somos. Nada valemos.

O que mesmo estamos combatendo e enfrentando? Bem, estamos na fase do “achismo”, como bem dizem os entendidos. Quanto aos leigos, aproveitam o momento e oportunidade para os costumeiros atos de terrorismo. Um vírus desconhecido balançou o Universo. Apequenou o mundo.

E o Papa Francisco rezou: “Senhor, na nossa avidez do lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transformar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em um mar agitado, imploramos-te. Fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, disseram, angustiados, vamos perecer, assim também nós nos apercebemos que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos. A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso eu sempre preocupado com a própria imagem: e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum e que não podemos substituir: a pertença com os irmãos. Nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos de nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosos e muitos – mas muitos outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidades, de fraternidade e de solidariedade. Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao SENHOR, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde de seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta coluna que abraça Roma e o mundo, desça sobre vós, com um abraço consolador, a benção de Deus. Senhor, abençoe o mundo”.

É bíblico: “Não cai uma folha seca de uma árvore se não for da vontade do Criador do mundo”.

Em um mundo doente e prostrado “Há um barco (arca) esperando na praia”. Ainda que não mereçamos: “Senhor, tenha piedade do mundo”.

(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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